Projeto do Google usa inteligência artificial para detectar câncer de mama

Projeto do Google usa inteligência artificial para detectar câncer de mama

Ferramenta pode auxiliar médicos no futuro

câncer de mama é o segundo tipo da doença mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, somente ficando atrás do tipo de pele não melanoma. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), este tipo de câncer é o quinto em mortalidade no mundo. No Brasil, ele corresponde a cerca de 29% dos novos casos de câncer a cada ano.

Para ajudar na identificação de mulheres com a doença, o Google está desenvolvendo uma inteligência artificial que pode tornar o trabalho de médicos e alunos de cursos de enfermagem e medicina mais eficiente.

Apesar do alto índice de casos, os médicos ainda têm dificuldades na hora de identificar o câncer. De acordo com a American Cancer Society (Sociedade Americana contra o Câncer), atualmente, 20% dos casos não são detectados, podendo tornar a vida do paciente mais difícil. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances do paciente de câncer conseguir se recuperar.

E é nesse ponto que a ferramenta seria utilizada. De acordo com a dissertação sobre o projeto, publicada na revista Nature, o modelo da inteligência artificial escaneia as imagens de raio-X da paciente, decorrentes do exame de mamografia, e faz a análise para procurar a doença. Segundo o artigo, a ferrameta conseguiu reduzir em 9,4% o número de falsos negativos, o que na prática faz uma grande diferença.

Método e resultados

No estudo, financiado pelo Google, os pesquisadores treinaram a IA para analisar as imagens de raio-X de 25 mil mulheres do Reino Unido e 3 mil mulheres nos Estados Unidos, identificando alterações nos seios das pacientes. Em seguida, eles compararam os resultados obtidos pela ferramenta com os resultados médicos reais das mulheres.

Foi constatado que a ferramenta reduziu os falsos negativos em 9,4% e os falsos positivos em 5,7% para as mulheres nos EUA. No Reino Unido, onde o resultado normalmente passa por uma dupla checagem, o modelo reduziu os falsos negativos em 2,7% e os falsos positivos em 1,2%.

Ainda que a inteligência artificial tenha diminuído a quantidade de falsos negativos, o Google teve o cuidado de enquadrar a ferramenta como um auxiliar para os médicos, e não um substituto. Houve casos em que a IA não detectou a presença do câncer, enquanto os médicos conseguiram fazer a identificação. De acordo com o pesquisadores, a busca e o reconhecimento do câncer devem ser um trabalho conjunto, maximizando as chances de bons resultados.

Por enquanto, a ferramenta ainda está em processo de testes. O Google espera que no futuro ela possa ser usada em ambientes clínicos.

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