Cibercrimes aumentam, e segurança cibernética já é obrigatória para empresas

Cibercrimes aumentam, e segurança cibernética já é obrigatória para empresas

Número de ataques virtuais cresce exponencialmente e faz demanda por proteção online disparar no meio corporativo

Quem vai comprar um carro já está acostumado aos termos "itens de série" e "opcionais". Os primeiros são aqueles que já vêm de fábrica, independente do modelo escolhido. Teoricamente, são tecnologias essenciais para que o veículo funcione como deveria e ofereça o mínimo de conforto ao motorista e passageiros.

Já os itens opcionais são detalhes extras, que podem ser adicionados conforme o desejo do comprador, tornando seu carro mais equipado e luxuoso, mas que, caso venham a faltar, não comprometem o desempenho geral do produto.

O que ocorre é que, com o passar do tempo, alguns itens que antes eram opcionais passam a ser de série devido a alterações na demanda dos consumidores por tais características. Vejamos o ar-condicionado, por exemplo: hoje em dia, muitos modelos de entrada ou em posição média na tabela já oferecem esse conforto de fábrica. Antigamente, investir em um sistema de ar-condicionado era um luxo, coisa para poucos. Vivia-se bem sem essa extravagância no veículo.

Saindo do universo automotivo para o corporativo, já podemos afirmar com certo grau de certeza que a segurança cibernética é um desses investimentos que deixou de ser um capricho, um opcional. Hoje, investir em uma operação segura no ambiente online não é mais uma mera questão de escolha, mas uma necessidade cada vez mais fundamental e urgente para negócios na era da transformação digital.

Os números relacionados ao cibercrime só aumentam a cada nova pesquisa realizada com dados do setor, mostrando que a segurança cibernética se torna mais e mais importante dentro do planejamento de operações e orçamentário das empresas. Aliás, falando em orçamento, pesquisas apontam que as empresas nacionais chegam a perder 10 bilhões de dólares por ano com o cibercrime.

Os ataques são os mais variados, seja em intensidade, frequência ou modelo. Há, só para citar algumas, ameaças de ransomwares, malwares, sequestro de IPs, ataques de aplicações da web, invasões e ataques de negação de serviço – os famigerados DDoS – o tipo mais popular atualmente.

Estudos indicam que o número global de episódios DDoS deve chegar em torno dos 17 milhões em 2020 – praticamente uma epidemia que pode derrubar websites e serviços web ao sobrecarregá-los com conexões falsas. Já o ransomware duplicou seu número de ameaças no segundo trimestre deste ano. Relatórios também destacam a escalada da IoT como fonte de problemas no cenário dos ciberataques, apontando para um aumento de mais de 200% no número de ataques ligados à Internet das Coisas em 2018.

No Brasil, a Huge Networks confirma o crescimento das ameaças IoT: a empresa especializada em segurança cibernética defendeu mais de 120 mil ataques desse tipo apenas no primeiro semestre de 2019.

Como os aparelhos desse tipo, conectados à web, costumam apresentar camadas mais superficiais de segurança, hackers acabam se aproveitando de sua recente proliferação para incluí-los em suas estratégias criminosas nas redes.

"Muitos ataques que vemos hoje são disparados a partir de redes de dispositivos IoT que são infectados e controlados por criminosos", explica Diego Mazali, VP de Vendas para América Latina da Huge. Segundo o profissional, essas redes numerosas chamada de botnets chegam a ter centenas de milhares de dispositivos, geralmente utilizados para inundar servidores com tráfego malicioso e retirá-los de funcionamento.

Diego afirma que a preocupação com a segurança virtual de negócios está cada vez mais predominante. Sua empresa já conta com mais de 200 clientes corporativos respaldados por suas ferramentas de proteção virtual oferecidas. São empresas do setor de finanças, saúde, serviços, em mais de 10 países diferentes, que perceberam que não podem mais operar em um mundo digital sem a devida segurança incluída no pacote.

Com a disparada das ocorrências de ataques virtuais corporativos, a chance de se tornar a próxima vítima só aumenta. Em um cenário onde metade das firmas não possuem condições de se recuperar caso venham sofrer um ataque, prevenir se torna crucial para sua sobrevivência. "Atuar em um mercado cada vez mais conectado sem se prevenir é uma irresponsabilidade gerencial muito grande", avalia o especialista. Por isso, os investimentos nesse setor também acompanham o crescimento dos ataques: segundo a consultoria PWC, as taxas de crescimento em serviços de segurança da dados e informação no Brasil ficam em 30% a 40% ao ano – números maiores que a média global, e que fazem inveja a muitos outros setores da economia. Já o relatório da AT&T mostra que a cibersegurança é o investimento tecnológico prioritário para a maioria das empresas globais: 82% delas pretendem melhorar sua proteção online antes de investir em experiência do consumidor, marketing e inovação.

O contexto de crescimento desse mercado - que deve movimentar incríveis 300 bilhões de dólares em 2024 - faz todo sentido, e vai transformando paradigmas dentro das próprias estruturas empresariais. Em plena era da chamada "transformação digital", é preciso que negócios encarem sua segurança também sob essa mesma ótica tecnológica. "Independente do setor em que atuam, dados são a matéria-prima de qualquer negócio hoje em dia, seu bem mais precioso. Proteger essas informações com o máximo cuidado é essencial para que continuem vivos no mercado", avalia Diego.

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