10 tendências de Cloud para 2012

No começo do ano passado, já dizíamos que a cada quinze anos, aproximadamente, aconteceria um marco transformador no universo da tecnologia. Geralmente, o fato se dá quando uma poderosa novidade tecnológica responde a um importante conjunto de necessidades de negócios. 

[private] Começando pelo mainframe em meados dos anos 60, passando pela tecnologia do microprocessador no início dos 80 e pelo começo da era da Internet em 1995, o marco transformador de hoje é a Cloud Computing.

As organizações ainda têm dúvidas em relação a aspectos como segurança e compatibilidade na nuvem, mas essa percepção começou a mudar em 2011 e deve avançar consideravelmente a partir da implementação e do sucesso de novas e sofisticadas soluções. Previsões representam sempre um jogo de alto risco, mas neste caso, baseiam-se em observações do próprio mercado, experiência acumulada e extensas interações com organizações das mais diversas indústrias.

1. Marcas podem surgir e desaparecer, mas nenhuma tecnologia morrerá

Não, nós não estamos vivendo em um mundo ‘pós-PC’ e também não estamos entrando na era ‘pós-mainframe’! A computação na nuvem não vai matar os data centers, o virtual não acabará com o físico, os tablets não eliminarão os PCs, o Mac não vai matar o Windows, o Android não terminará com o iOS, assim como, o streaming não vai varrer os DVDs da face da Terra. A ‘torta’ da tecnologia está crescendo, há cada vez mais opções e praticamente todas as fatias estão ficando maiores. Assim, prepare-se para gerenciar um número cada vez maior de tecnologias em ambientes públicos e privados.

2. TI Híbrida será a ‘Próxima Grande onda’

O ano de 2011 teve a nuvem híbrida como marca. Neste novo universo de opções, os negócios acontecerão na - e por meio da - TI híbrida: uma combinação de on-site e off-site; cloud e sistemas legados; público e privado; físico e virtual; seguro e social; corporativo e consumidor final; desktop e servidor; móvel e estático. A TI também fará com que tudo isso trabalhe de forma integrada, sejam os serviços gerados pela TI ou não. Ela terá o papel de um consultor de confiança, como um ‘broker’ de serviços e como garantia de qualidade para este admirável mundo novo da complexa TI híbrida.

3. A qualidade dos serviços será, de novo, de responsabilidade da TI

À medida que a TI híbrida se prolifera, as empresas em geral perceberão (mais uma vez) de que não querem gerenciar a tecnologia; elas querem apenas que a tecnologia funcione. Em 2012, os usuários finais irão desejar que a TI se responsabilize pela qualidade dos serviços, independentemente de quem está comprando, vendendo ou disponibilizando estes serviços. A TI, caberá eliminar os ‘buracos negros’ da TI híbrida, suportar ativamente a explosão de dispositivos, lidar com complexos serviços em plataformas diversas e encontrar uma maneira de prover garantia de serviços de 360 graus, para todas as facetas da experiência do usuário final.

4. Adoção da nuvem pública vai diminuir

A partir dos resultados da pesquisa Longhaus, realizada no final do ano passado na Austrália (mercado ‘early adopter’ e que funciona como termômetro no que se refere à tecnologia para negócios) pode-se prever que o resto do mundo passará por uma redução no ritmo de adoção das nuvens públicas. Questões, reais ou não, relacionadas à segurança, compatibilidade, qualidade de serviços, recursos, pessoal, complexidade e à velha e boa política, atuarão como freios para a adoção. Difícil dizer que a expressão ‘cloud stall’ será um sinônimo de ‘virtual stall’, mas é certo que 2012 nos trará uma sensível redução na taxa de adoção das nuvens públicas.

5. Nuvens Públicas ‘ganham’ segurança

Triste, porém verdadeiro: muitos (a maioria?) dos tomadores de decisão nas grandes empresas ainda não confiam nas nuvens públicas. Em 2012, a TI precisa ser mais eficiente na implementação e na explicação da segurança na nuvem – e acredite: faremos isso! Neste ano, os CIOs já não verão a segurança como uma grande barreira para a adoção da nuvem, à medida em que as organizações implementem mais e melhores soluções – incluindo aquelas desenvolvidas para complexos serviços de nuvens híbridas, assim como soluções disponibilizadas a partir da nuvem com opções de Segurança SaaS bastante atraentes.

6. A volta do ‘Big Iron’ - Parte I

Não, o mainframe não está morto. Muito pelo contrário! Em 2012 o mainframe assumirá o papel de plataforma *gasp* para a nuvem. Altamente escalável, hospedando uma quantidade maciça de dados críticos (e subutilizados), capaz de rodar complexas cargas de trabalho cloud em diversas arquiteturas (z/OS, Linux, UNIX, Windows). O mainframe é, verdadeiramente, uma óbvia plataforma cloud. Ele não irá substituir as nuvens ‘commodity’, mas as grandes empresas e especialmente as instituições governamentais, irão alavancar seus investimentos e agregar o ‘big iron’ ao seu mix na nuvem.

7. A nuvem torna-se heterogênea

Não apenas o mainframe se tornará parte do cenário cloud, como também os fornecedores cloud passarão a oferecer UNIX e talvez até outras plataformas não-x86. Já vimos esse movimento (a CA fez isso internamente, anos atrás), e a maioria das grandes empresas está muito dependente de sistemas heterogêneos para suas aplicações de missão crítica. Apesar do mito comum que relaciona diretamente a nuvem a servidores ‘commodity’, os servidores heterogêneos irão se tornar mais disponíveis para implementações em grandes empresas.

8. A volta do ‘Big Iron’ - Parte II

Os conceitos ligados ao ‘big iron’, como armazenagem, redes e computação integradas, ressurgiram – mas este não é o mainframe do tempo do seu avô. A implementação de tecidos integrados como Cisco UCS e VCE Vblock aumentará em 2012 à medida que a TI muda a sua abordagem à infraestrutura integrada para virtualização e cloud – e deixa claro como essas ‘caixas integradas’ são incríveis para cargas de trabalho diversas, dinâmicas e de alto volume, como virtualização de desktops, data centers ‘instantâneos’ e a proliferação de nuvens.

9. Gerenciamento de serviços cloud amadurece e passa a ocupar a linha de frente

Em 2011, a NIST - Arquitetura Referência para Cloud dedicou uma seção inteira ao ‘Gerenciamento de Serviços Cloud’ e a TI começou a falar sobre disciplinas ‘maduras’ como planejamento, dotação orçamentária, desempenho, ativos, inventário, níveis de serviço, auditoria etc. Em 2012, até os fornecedores de ‘commodities’ passarão finalmente a encarar com seriedade o gerenciamento da nuvem, à medida que grandes empresas e instituições governamentais demandem essas disciplinas e pequenos fornecedores passem a se diferenciar a partir do serviço e da segurança – e não apenas pelo preço.

10. Gerenciamento de Virtualização torna-se irrelevante

Em Janeiro de 2009, foi previsto que "no período de três a cinco anos, fornecedores de Gerenciamento de Sistemas Virtuais não mais sobreviverão, à medida que a virtualização se tornará parte central do tecido computacional corporativo". Passados três anos, essa tendência está se materializando e ganhará velocidade em 2012 com a TI mais voltada para o gerenciamento da TI híbrida e o reconhecimento de que os silos isolados de gestão da virtualização representam uma carga ineficiente e cara. Talvez 2012 não seja o ano do fim do Gerenciamento da Virtualização, mas será o do começo do seu fim. [/private]

 

* Texto escrito por Rosano Moraes, vice-presidente de Virtualização, Automação, Gerenciamento de Serviços e Cloud da CA Technologies para a América Latina.

Share This Post

Post Comment