O que vem depois do Cume no Monte Sucesso?

O que vem depois do Cume no Monte Sucesso?

Por Flávio Oliveira, Diretor de Desenvolvimento e Tecnologia da 4Mooney Tecnologia e Inovação para o Mercado Financeiro.

Na grande maioria dos empreendimentos o sucesso é o limite superior de uma integral que tende ao infinito das dificuldades empresariais. O sucesso define um patamar quase que místico para todos os empreendedores.

Este objetivo quase que inatingível com certeza define uma tarefa tão hercúlea como rescrever a Missa Longa – Mozart/Viena/1776 – transformado o sucessivo conjunto de notas harmonicamente constituída em notas pecuniárias volumetricamente avolumadas. Completando o desafio de Zeus transmutar uma empresa desconhecida em o Nome para um Unicórnio ou para o Touro de Ouro.

E porque somos talhados para buscar o Sucesso em todos os campos de nossa curta existência, deixando os conceitos vivenciais mais certeiros em troca de desafios cada vez maiores?

Para mim este dilema começou a se iluminar quando vivenciei o exemplo de Madiva, a busca pelo sucesso em sua empreitada o fez viver 27 anos na prisão — inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. E ser libertado, pois recrudescia a guerra civil no coração da África do Sul e como a Peste se espalharia por todo o continente em um banho de sangue infindo. Ao ser libertado sua primeira frase definiria seu sucesso inexorável.

“Não sejamos como nossos algozes... Sejamos livres e lutemos por uma nação em paz e capaz de fazer felizes os seus filhos.”
Nelson Mandela 11 de fevereiro de 1990.

Estamos presos a muitos anos em diferentes lutas, lutas quase irracionais em busca da construção de algo inovador, belo, funcional e sobretudo libertador para um conjunto de pessoas que nem sempre nos compreendem, nos amam ou mesmo nos desejam o bem. Mesmo assim construímos algo novo para uma sociedade que deseja o Inovador, mas perpetua a mesmice ao murmurar o fracasso aos que se impõem a si mesmos, sair da caverna escura dos neandertais empregacionistas.

A um conjunto de seres quase que divinos o Sucesso Verdadeiro é pontualmente fiel, todavia ao se chegar no Cume e fincarmos nossa bandeira o que nos espera a diante?

O que acontece quando chegamos lá, pois o Sucesso está no Cume, está acima dos 8.000 metros de altura. Atingi-lo é estar próximo ao infinito, defrontando-se com um ínfimo pedaço de terra acima dos oceanos no Planeta Azul, e nele se abrigar para desfrutar desta épica vitória.

Todavia, o que fazer depois do Cume do Monte Sucesso?

Sentar e contemplar o feito. Nunca! Contemplar é falha mortal para todos os Alpinistas do Monte Sucesso. Ao se contemplar o sucesso esquecemos de nossa atividade fundamental e caímos nos braços frios da Dama da Morte pela inexorável ausência de oxigênio, que nos impede de continuar a lutar, acima dos 8.000 metros.

Descer rapidamente para comunicar nosso feito, banhando-se nas águas profundas e perniciosas de nosso Egocentrismo, consolidar nosso sucesso e viver das memórias deste feito e/ou começar uma nova aventura e consequentemente tropeçar em nosso reflexo e colocar a perder tudo que foi feito.

Estas duas opções tem sido no decorrer dos séculos os procedimentos mais usuais e o motivo de raríssima empresas de Sucesso Real perdurarem mais de quarenta anos de vida.

Com a pandemia nossa sociedade mudou mais em dois anos do que na quase totalidade do século passado, saímos da Idade da Inocência Salutar para um ambiente de incompreensão, novos procedimentos isolacionistas, novas pestes a cada mês, mortes desnecessárias, mudanças sócio comportamentais que deixam as empresas sem saber o que fazer diante de uma sociedade sociopática por novas vertentes de um novo vírus.

Damos a impressão que o Sucesso Real se tornou algo tão incompreensível como definir de qual vírus somos vítimas neste momento pandemicamente falando, ou será pandemicamente adoecendo?

Diante de tais desafios os modelos mais consistentes na determinação do comportamento do Mercado Consumidor tem sido montar análises segmentadas, baseadas na mineração dos dados comportamentais e com isso traçar uma curva de Desvio Comportamental Extrapolada para os assuntos desejados da empresa. Isso se torna necessário para que os Algoritmos Cognitivos alocados aos modelos de Inteligência Ampliada possam gerar perfis individuais dos consumidores ou do direcionamento da Manada.

A interação com os clientes não é mais uma atividade derivada das funcionalidades do marketing, mas sim uma necessidade fundamental das empresas para compreenderem os desejos de seus consumidores, desejos que mudam mesmo antes de chegar o material comprado para atender o último desejo de consumo que já saiu de moda.

Analisar, construir perfis, concretizar padrões e hábitos, interagir com precisão nos diálogos lúdicos e transformar o consumidor em uma fonte de informações e posteriormente em membro da cadeia evolutiva da empresa é um desafio muito maior que um Cume a 8.000 metros de altura. A tecnologia e a metodologia Cognitiva transformaram o mundo em um sucessivo conjunto de obstáculos de 8.000 que podem ser transformados não mais desafios, mas em residências muito próximas do Olympus.

Facilmente acessíveis para quem possui o hábito de usar a inovação como chave para as portas mais inacessíveis do Cume do Monte chamado Sucesso.

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