Estamos em um momento em que tudo gira em torno da transformação digital, com as empresas tendo que sair definitivamente do modelo mecânico e manual de gestão. Por esse motivo, a Automação Robótica de Processos (ou RPA - Robotic Process Automation) é a tecnologia que está em maior evidência dentro desse conceito e, consequentemente, com tendência de crescimento significativo no mundo todo, segundo pesquisa global da Deloitte. Divulgada em março de 2017, a pesquisa teve 63% dos entrevistados confirmando a intenção de utilizar RPA até 2022 e 45% deles afirmando que a RPA proporciona até 20% de redução de custos processuais para as empresas usuárias, principalmente pela capacidade de executar tarefas com alto volume de dados.
Por atuar em conjunto com o conceito de Inteligência Artificial, tornando-se complementar a ela, a RPA, também chamada de robotização, é sinônimo de aumento de agilidade em diversas atividades corporativas, sendo que uma merece atenção especial: a operação comercial. Essa aplicação comercial se justifica por dois fatores que a robotização atende com eficácia incomparável: a demanda por fazer análise e cálculos e a demanda pelo cumprimento de regras de negócios bastante peculiares para cada tipo de empresa (tais como autenticação de assinatura, autenticação de número de documento e validação de itens de contratos, entre outros).
Ao serem feitas de forma manual, os processos comerciais são demorados, já que um ser humano precisa desprender esforço físico e mental para atender as demandas mencionadas anteriormente. A partir da robotização, as empresas obtém ganho de velocidade operacional, principalmente em situações de interpretação ou simulação dos movimentos da área comercial para obter rapidamente uma lista de quais ações devem ser executadas ou, até mesmo, para a execução das mesmas. Neste caso, algo que seria feito manualmente em dias, com o robô pode ser feito em minutos ou horas.
Soma-se a isso o fato de não haver lei que regulamente ou restrinja o período trabalhado diariamente pelo robô, o que lhe permite permanecer ativo por 24h. Ou seja, também não existe a interrupção do trabalho que existe no trabalho humano (para alimentação e descanso), dando à robotização o diferencial de permitir que ações sejam realizadas de forma eletrônica (sem necessidade de digitação dos dados) e, em alguns casos, imediata, com a garantia de “erro zero” em termos operacionais e sem qualquer tipo de repetição de trabalho. Tudo isso graças à “inteligência embarcada” presente no robô, a qual permite interpretações mais rápidas do que em um cérebro humano.
Como exemplo prático do benefício da robotização, podemos citar o processo de pagamento do IPVA em uma locadora que possui 10 mil veículos em sua frota. Ao invés de um profissional da locadora acessar 10 mil vezes no site da Secretaria da Fazenda para digitar o número da placa do veículo e gerar o boleto de pagamento, o robô faz isso sozinho. Manualmente seria algo certamente muito demorado.
Além disso, a robotização destaca-se por permitir integração total entre os sistemas comerciais da empresa usuária no momento de sua implantação, sem a demora habitual quando há configuração prévia da equipe de TI para adequação à nova tecnologia a ser utilizada. Inclusive, cabe esclarecer que é a área de negócios que adquire a robotização para processos comerciais, uma vez que ela será a usuária da tecnologia e, claro, a beneficiária da mesma. A área de TI vai atuar apenas na identificação de “como e onde” será inserida a robotização, de acordo com o perfil operacional da empresa.
Porém, como em tudo que envolve tecnologia, a robotização também gera uma discussão: ela ainda divide opiniões por exigir alto valor de investimento inicial. Neste caso, deve-se levar em consideração que o ROI pode ser obtido rapidamente que a robotização agrega alto valor de conhecimento, habilidade e gestão de negócios por meio das mais avançadas técnicas de análise preditiva.
Por fim, não há dúvida que a robotização é um “caminho sem volta” para as relações comerciais se tornarem cada vez mais práticas, objetivas e assertivas.
[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2018/02/Andre-Iwase-thumbnail.jpg[/author_image] [author_info]André Iwase
Gerente de TI da Access[/author_info] [/author]