Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Hong Kong estima que o coronavírus tenha infectado mais de 75 mil pessoas. O número é quase quatro vezes maior do que o reportado por autoridades de saúde da China – 20 mil. De acordo com os pesquisadores, a diferença em relação aos números oficiais estaria relacionada com o tempo que o vírus leva para ser detectado, além do tempo entre o contágio e a apresentação de sintomas.
Enquanto muitos países trabalham para conter o vírus com uma série de iniciativas de conscientização, quarentenas, tratamentos e desenvolvimento de pesquisas, a pergunta mais frequente é: em um mundo altamente tecnológico, de que forma soluções inovadoras como a Inteligência Artificial podem auxiliar na prevenção?
Atualmente, várias Universidades e institutos de pesquisa utilizam o processamento de linguagem natural (PNL) e o Machine Learning (ML) para processar grandes quantidades de dados não estruturados, em vários idiomas, para rastrear surtos de mais de 100 doenças diferentes. A análise das informações permite que os especialistas em saúde identifiquem os riscos de doenças infecciosas e ajam rapidamente, em vez de gastarem tempo e energia coletando e organizando os dados.
De acordo com Colleen Greene, gerente geral de Healthcare da DataRobot, a IA pode prever o número de novos casos potenciais por área e quais populações podem ser mais afetadas. “A tecnologia pode ser utilizada para alertar viajantes e populações vulneráveis para que utilizem máscaras durante a viagem e adotem outras medidas preventivas”, ressalta Greene.
A executiva explica que a Inteligência Artificial pode prever como o vírus se espalhará com base nas condições ambientais, no acesso aos cuidados de saúde e na maneira como será transmitido. Os insights obtidos com IA podem ajudar a responder muitas dúvidas sobre a natureza do vírus, permitindo uma atuação mais rápida e eficiente dos órgãos de saúde.
A Inteligência Artificial também é capaz de analisar padrões de vírus semelhantes e detectar atributos que devem ser considerados no desenvolvimento de uma nova vacina, oferecendo aos médicos uma probabilidade maior de acertos. “Com IA, podemos otimizar a leitura de documentos clínicos e estabelecer conexões com os pacientes que possuem ou não o coronavírus”, explica a executiva da DataRobot.
Outra vantagem é que a tecnologia pode identificar rapidamente as opções de tratamento, correlacionar os melhores resultados e orientar os órgãos de saúde no desenvolvimento de diretrizes clínicas para conter surtos e atuar preventivamente.
“A Inteligência Artificial na saúde é capaz de garantir maior precisão na coleta de dados dos pacientes e nos diagnósticos, além de otimizar o armazenamento de informações e atuar diretamente na prevenção. Certamente é uma tecnologia que poderá auxiliar no controle e prevenção do coronavírus em todo o mundo”, complementa Colleen Greene.