*Por Fernando Almeida Prado
Seja de forma objetiva ou indiretamente, todos nós estamos ligados a um Data Center. Este ambiente de missão crítica concentra servidores e outros equipamentos que armazenam uma infinidade de dados - que vão desde arquivos corporativos, informações pessoais dos cidadãos utilizados ou em transações bancárias, por exemplo, até as fotos compartilhadas nas redes sociais. Embora sejam de naturezas diferentes, todas essas informações têm em comum o fato de serem acessadas constantemente.
Dessa forma, um Data Center, se bem projetado, construído e mantido – tanto em instituições públicas quanto privadas – garante a continuidade da prestação dos serviços e dos negócios em si ininterruptamente. Uma parada na operação em uma instituição financeira, por exemplo, pode causar a indisponibilidade de transações para os clientes. Imaginemos, ainda, o transtorno causado aos passageiros de uma companhia aérea no caso de uma falha no sistema – sem falar no prejuízo financeiro e de imagem para a empresa. Esse panorama é agravado se mencionarmos os serviços 190, 192 e 193 (polícia, ambulância e bombeiros respectivamente). O não atendimento à população por parte desses órgãos pode acarretar problemas sérios e até tragédias.
Por tudo isso, afirmo que os Data Centers são responsáveis por, principalmente, garantir a continuidade. Para manter o ritmo, é necessário antever possíveis anormalidades na infraestrutura e corrigi-las antes que aconteçam, o que caracteriza um processo de manutenção criterioso e conhecido no mundo de TI como Ongoing.
Para que essa manutenção seja eficiente ao que se propõe - mitigar e até impedir os riscos de falha - é essencial que seus processos sejam certificados em sua qualidade por certificações como ISO 9001 e ISO 20000. Afinal, ela representa mais do que uma simples extensão da garantia dos procedimentos, uma vez que concentra suas ações não apenas na correção, mas principalmente na prevenção, maximizando a performance operacional e minimizando falhas e paradas não-programadas do Data Center. Esse processo é realizado em três etapas:
· Preditiva: busca encontrar anomalias na operação por meio da leitura, em tempo real, de dados em diversos sistemas e parâmetros da infraestrutura física do Data Center.
· Preventiva: prevenção baseada na vida útil dos equipamentos e no histórico de ocorrências de correções.
· Corretiva: na hipótese de anormalidade em um equipamento, ocorre a imediata correção (substituição do equipamento ou parte dele) para rapidamente retomar a normalidade operacional.
Além do cuidado técnico, a manutenção de um Data Center deve ser minuciosa a ponto de gerenciar até mesmo os contratos dos diferentes fornecedores de peças e equipamentos que o compõe. O objetivo é garantir prazos de verificação em dia, reposição imediata de peças e os níveis de serviço (Service Level Agreement - SLA) acordados com os clientes.
Ainda, nesse processo os profissionais devem agir estrategicamente e acompanhar as operações zelando pela mitigação de falhas que extrapolem questões de infraestrutura. De acordo com o Gartner e outros institutos de pesquisas emtecnologia, até 80% das falhas que levam a paradas não programas de um Data Center ocorrem em função de falhas humanas. Por isso, esse olhar atento em toda a infraestrutura e sistemas de automação do Data Center é de suma importância para garantir a continuidade das operações.
Portanto, o Ongoing corresponde à gestão total das operações de infraestrutura do Data Center. Todo esse esforço em garantir a continuidade busca assegurar que o usuário sequer perceba que essa dinâmica de prestação de serviço está incorporada ao seu dia a dia e, ainda, oferece a segurança necessária à operação para que as empresas e prestadoras de serviços públicas e privadas se concentrem no seu core business.
*Por Fernando Almeida Prado é Diretor Comercial da Aceco TI