O uso da identificação biométrica vem ganhando cada vez mais relevância em diversos segmentos da economia, principalmente no acesso da população aos caixas eletrônicos. Hoje, dos 90 mil terminais de banco que contam com sensores biométricos, mais de 60 mil adotaram a tecnologia de imagem multiespectral – capaz de ler impressões digitais de dedos molhados, machucados, oleosos ou ressecados já na primeira tentativa de uso. De acordo com Phil Scarfo, vice-presidente global de vendas e marketing da HID Biometrics, “o Brasil está bem à frente dos demais países da América Latina em termos de implementação da biometria nos caixas eletrônicos. México, Argentina e Colômbia estão apenas começando a implantação dessa tecnologia em seus postos de atendimento bancário.
Scarfo diz que o sistema financeiro brasileiro é bastante amadurecido e extremamente consciente sobre a importância de assegurar a identidade dos clientes – ao mesmo tempo em que simplifica o acesso de milhares de pessoas às suas contas bancárias. Apesar de muita gente já poder sacar dinheiro de forma simples e conveniente, ainda há quase 70 mil caixas eletrônicos que precisam investir nessa tecnologia. “O uso da biometria se tornará cada vez mais comum na medida em que os cidadãos se familiarizarem com ela. Alguns bancos continuam fazendo campanhas nesse sentido junto a seus correntistas, demonstrando a segurança e a comodidade de fazer uso da leitura biométrica das impressões digitais. Numa época em que o nível de complexidade dos processos bancários está aumentando, assim como os riscos, é importante contar com uma tecnologia que atenda a essas necessidades. A biometria faz isso”.
O mercado de caixas eletrônicos no Brasil é o terceiro maior do mundo, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e do Japão. Hoje, quase metade dos caixas eletrônicos brasileiros contam com sensores de leitura biométrica. Mas há muito o que crescer nesse segmento. De acordo com Scarfo, há outras áreas do setor bancário brasileiro em que a tecnologia biométrica multiespectral está se desenvolvendo. “Temos sido consultados por bancos que querem proteger seus próprios computadores, a fim de garantir que somente funcionários autorizados estejam acessando as contas bancárias dos clientes, como caixas e gerentes. O objetivo do setor bancário brasileiro é prover total segurança e rastreabilidade – e com biometria isso pode ser alcançado. Outras áreas onde temos visto movimentação são aplicações governamentais, transporte, cuidados de saúde e de varejo – onde a identidade (saber exatamente ‘quem’ está fazendo ‘o que’) é crucial para evitar fraudes e agilizar serviços”.
O executivo afirma que uma importante característica do sensor biométrico de imagem multiespectral é justamente sua competência em combater fraudes, desperdícios e abusos. “Nenhum sistema, por mais bem projetado que seja, é 100% seguro por muito tempo. Durante muitos anos nos apoiamos quase exclusivamente no uso de senhas. Depois, foram introduzidos os smart cards e os tokens. Mas tudo isso oferece um nível de segurança temporária. A autenticação de uma pessoa através de sua impressão digital consegue identificar com precisão o sujeito da ação”.
Como as transações de missão crítica de alto valor precisam ser seguras e nenhum fator, isoladamente, pode oferecer segurança total, a tendência é a autenticação multifatorial. Nesse sentido, Phil Scarfo ressalta que, em se tratando de segundo fator, a melhor combinação com a autenticação da impressão digital inclui telefone celular, cartão ou qualquer outro dispositivo pessoal. “É importante lembrar que a essência da autenticação multifatorial é reunir algo que prove quem você é (biometria) com algo que você tem (cartão, smartphone etc.) ou algo que você sabe (senhas, pins etc.).