Onda de startups de tecnologia chega às pequenas e médias empresas

Onda de startups de tecnologia chega às pequenas e médias empresas

Foi-se o tempo em que a tecnologia que auxiliava os negócios era benefício exclusivo das grandes empresas com seus enormes departamentos de TI. O tempo em que grandes empresas como Oracle, Microsoft e Totvs dominavam os serviços de tecnologia pode estar chegando ao fim. Uma nova onda de startups com foco nas pequenas e médias empresas está surgindo para resolver os problemas do dia a dia como controle de ponto, contabilidade e muitos outros. Recentemente a startup Contabilizei, sistema de contabilidade online, levantou R$75 milhões para expandir seus negócios. Já os sistemas para departamento pessoal, como os de controle de ponto online, viram as buscas crescerem quase 5 vezes desde 2015 de acordo com a plataforma de anúncio do Google (Google Ads).  

No caso do controle de ponto, por exemplo, a legislação afirma que empresas com mais de 10 funcionários necessitam fazer o controle da jornada de trabalho dos seus funcionários. Padarias, academias, comércios... todas essas empresas acabam tendo que lidar com essa demanda, o que pode tirar a atenção do que realmente importa: atender os próprios clientes É muito comum ainda ver estas empresas ainda utilizando livros de ponto manual ou planilhas que não só são inseguras, mas também geram todo um trabalho manual para fechamento do mês.

mywork, startup de controle de ponto online, nasceu pensando em resolver este problema. “Ouvimos todos os dias casos de donos de pequenos negócios que gastavam dias fechando as horas trabalhadas dos funcionários, pagavam horas extras a mais e até mesmo eram processados e incorriam em perdas por não ter nenhuma informação confiável sobre o ponto dos funcionários. Era um problema muito grande” diz Tímor Espallargas, CEO da empresa. A startup permite que as PMEs façam todo o controle de ponto dos funcionários de forma online, por aplicativo ou no próprio computador, com segurança mas sem os altos preços dos relógios de ponto tradicionais, que chegam a custar R$3 mil. Qualquer um pode criar uma conta no sistema, cadastrar os funcionários e em 5 minutos ter todos batendo o ponto, com a mesma segurança jurídica dos métodos tradicionais. “Desde 2011, com a edição da Portaria 373 do MTE, o controle de ponto online é permitido por lei” diz Thomas Carlsen, COO e também fundador da startup.

De acordo com a startup, o ponto online tem uma grande vantagem de também permitir que empresas com funcionários externos (ex: vendedores, funcionários da construção civil, funcionários de home office etc) façam o controle de ponto. Para garantir a segurança e a veracidade do ponto, a empresa captura a geolocalização e uma foto do funcionário na hora do ponto e os deixa a disposição do gestor.

Os pontos batidos viram relatórios que podem ser enviados diretamente para a contabilidade, já com os valores de horas extras, banco de horas, adicional noturno entre outros cálculos já feitos. E há planos para expandir ainda mais o negócio “Nosso objetivo é deixar mais eficiente a operação das pequenas empresas. O controle de ponto é apenas a nossa porta de entrada para o mundo de processos que as empresas têm que lidar: pagamento de benefícios, controle de férias, folha de pagamento... tudo está nos planos”, diz o responsável por relacionamento com os clientes da mywork, João Paulo Marchesan. “Vamos automatizar todos esses processos e deixá-los menos onerosos”, completa o executivo.

Como as PMEs, em geral, não possuem dinheiro sobrando para investir em sistemas, a startup buscar ser acessível. A startup cobra uma mensalidade por funcionário, que chega a ser de apenas R$5. “Temos desde clientes que pagam muitas centenas de reais a aqueles que pagam R$14. Queremos atender todos com qualidade e com preço justo, independentemente de seu tamanho”, afirma Tímor.

A startup não divulga faturamento, mas afirma que tem clientes em quase todos os Estados do Brasil. “Há milhares de pessoas utilizando o nosso sistema no seu dia a dia. Nosso objetivo é atingir milhões de brasileiros” diz Thomas Carlsen. A mywork levantou uma primeira rodada de investimentos ano passado e já está em conversas para uma próxima rodada de “alguns milhões”. “Queremos expandir rápido, mas com qualidade. Para isso vamos expandir nosso time e reforçar o nosso marketing. Há milhões de pequenas empresas no Brasil que ainda não sabem sobre nós. Temos que chegar até elas”, finaliza o executivo.

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