* Por Eric Marcos
BYOD (Traga Seu Próprio Dispositivo – Bring Your Own Device, em inglês) é uma das mais importantes tendências a afetar o mundo corporativo. Na realidade, não apenas os empregados querem que aplicações do seu dia-a-dia empresarial rodem em seus dispositivos pessoais, mas também estão demandando e fazendo isso – com ou sem a benção dos departamentos de TI.
BYOD está em praticamente todas as mídias de TI, sites especializados, revistas, palestras, nos sites de empresas, blogs – praticamente todos os lugares, menos na prática e na política das empresas. Enquanto ela é largamente debatida, quantas empresas de fato abraçaram a ideia e deram aos CIOs e gerentes de TI o “ok” para criarem uma política de mobilidade, investigarem e adquirirem as novas ferramentas que precisam para executarem essa nova realidade?
Em muitos casos, o desenvolvimento das políticas de BYOD é interrompido porque CIOs e gerentes de TI lutam para demonstrar aos tomadores de decisão seu real valor para os negócios. Isso, apesar de já estar claro que quando implementada uma política de BYOD, ela realmente aumenta a produtividade dos usuários.
Outro cenário comum é que o medo causa o bloqueio – medo do caos, questionamentos sobre segurança, medo da perda de controle, especialmente em relação às áreas que requerem governança e compliance. No entanto, por mais legítimos que sejam esses temores, já existem diversas ferramentas disponíveis (e outras mais sendo desenvolvidas) para melhorar ou até acabar com esses problemas e possibilitar que a área de TI mantenha o controle.
De qualquer lado que olhemos e analisemos, a consumerização da TI chegou para ficar. É inegável. Todos os grandes fornecedores de tecnologia já se mobilizam em função disso.
Consumidores escolhem seus aparelhos de acordo com o poder de processamento, características, estilo e status que desejam demonstrar. Eles os personalizam e baixam dezenas de aplicativos. Ficam com seus aparelhos ao seu lado 24 horas por dia, 7 dias por semana. Eles entendem seu valor.
Os consumidores desenvolveram uma profunda conexão emocional com seus aparelhos. Eles são uma extensão de suas personalidades, seus estilos de vida. Os aparelhos os mantêm conectados com seus amigos e familiares, garantem seus compromissos, os lembram de suas responsabilidades, os alertam sobre as últimas notícias e proporcionam entretenimento. Por que não alavancar as possibilidades também no trabalho? Por que carregar mais um aparelho apenas para o trabalho – que, tipicamente, são mais pesados, mais velhos e desatualizados – quando seus aparelhos pessoais são plenamente capazes de lidar com mais esta “carga”.
A tendência da BYOD não está confinada a apenas um ou outro país; é uma tendência verdadeiramente global. Enquanto números específicos variam um pouco de organização para organização, a tendência é muito clara: smartphones e tablets estão inundando as organizações, então você também pode tirar melhor proveito deles.
Apesar da mobilidade não ser um assunto novo para qualquer área de TI, muitas empresas ainda não têm uma estratégia de BYOD ou mesmo de mobilidade. A TI pode fazer isso a posteriori à medida que a demanda dos funcionários aumenta, mas essa não é a melhor ideia. Assim como, com a maior parte das questões, regras claras são importantes e ajudam as empresas a terem foco e a funcionarem regularmente.
O BYOD está em curso e está apenas aumentando à medida que mais e mais aparelhos chegam ao mercado e gerações mais jovens, que cresceram com smartphones, tablets e apps, chegam ao mercado de trabalho. As empresas que adotarem a BYOD certamente terão mais um assunto a debater: como ter as suas aplicações de negócios compatíveis com todos os dispositivos de seus colaboradores "Nesta hora, cabe avaliar quais fornecedores podem garantir a entrega de aplicações com essas características".
Assim, a TI pode (deve!) liderar, controlar, garantir segurança e facilitar a entrada nesta nova era empresarial.
(*) Gerente de Canais e Negócios - Magic Software Brasil