Cada vez mais tem se tornado um consenso entre os grandes auditores que o uso de big data é um divisor de águas para a auditoria interna. A análise de grandes volumes de dados tem permitido uma visão mais detalhada e assertiva dos riscos que as empresas enfrentam. Isso tem sido fundamental para mitigar fraudes, melhorar a governança e identificar áreas vulneráveis que poderiam passar despercebidas em auditorias tradicionais.
“O big data possibilita uma análise de risco em tempo real, o que é um grande avanço em relação às metodologias anteriores. Agora, os auditores podem detectar padrões e anomalias quase que instantaneamente, tomando decisões mais rápidas e fundamentadas”, afirma Paulo Gomes, Diretor-geral do Instituto de Auditoria Interna do Brasil (IIA Brasil).
A crescente adoção de ferramentas analíticas avançadas permite que os auditores processem e interpretem dados de fontes diversas, como transações financeiras, redes sociais e registros operacionais. Isso torna a auditoria mais holística e abrangente, com um olhar mais preciso sobre as operações da empresa. “A complexidade dos dados exige que os auditores internos se capacitem para lidar com essas novas ferramentas. O profissional de auditoria precisa entender de análise de dados para aproveitar ao máximo o potencial dessas tecnologias”, acrescenta Paulo.
Além disso, as ferramentas de big data também contribuem para a antecipação de riscos. Ao analisar grandes volumes de dados de forma contínua, os auditores podem prever falhas nos sistemas ou tendências de comportamento que poderiam indicar riscos financeiros ou operacionais. Isso não apenas melhora a qualidade da auditoria, mas também ajuda as empresas a se protegerem contra ameaças antes que se tornem problemas críticos.
Porém, é fundamental que os auditores estejam atentos ao manuseio e interpretação desses dados. “Embora o big data ofereça oportunidades imensas para aprimorar a auditoria, também impõe desafios em termos de segurança, privacidade e qualidade dos dados. A responsabilidade de garantir que a análise seja feita de forma ética e segura recai sobre os profissionais da área”, afirma o Diretor. O sucesso na implementação dessas tecnologias depende da combinação de habilidades técnicas e um forte senso de ética, para garantir que as empresas não apenas mitiguem riscos, mas também respeitem as normas e regulamentos vigentes.
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