Dia Internacional da Mulher: Conheça 9 executivas que estão impulsionando o mercado de tecnologia e inovação

Dia Internacional da Mulher: Conheça 9 executivas que estão impulsionando o mercado de tecnologia e inovação

De startups a grandes empresas, essas executivas enfrentam desafios e fortalecem a presença feminina no mercado
 

Embora as mulheres representem 51,5% da população brasileira, segundo o Censo Demográfico de 2022, sua participação no mercado de tecnologia ainda é desigual. O protagonismo feminino no setor tem crescido nos últimos anos, mas desafios como a disparidade salarial, a baixa representatividade em cargos de liderança e a falta de investimento em startups fundadas por mulheres ainda persistem.

Segundo a pesquisa Woman in Technologymenos de 20% dos cargos da área de tecnologia da informação (TI), no Brasil, são ocupados por mulheres. Ainda assim, muitas profissionais vêm quebrando esse degrau e impulsionando a inovação no cenário tecnológico, abrindo espaço para um mercado mais diverso e equitativo.

Nesse sentido, reunimos 9 executivas que estão liderando e fortalecendo a presença feminina no mercado de tecnologia e inovação. Veja a seguir:

1. Nara Iachan, CMO da Loyalme by Cuponeria

Cofundadora e CMO da Loyalme, startup que nasceu dentro da Cuponeria para oferecer soluções de fidelização, Nara é formada em Economia pela UFRJ, possui MBA em Gestão e Desenvolvimento Empresarial, também pela UFRJ, mestrado em Inovação pela FEI e tem mais de 10 anos de conhecimento sobre o setor de fidelização de clientes. Apaixonada por empreendedorismo, marketing e inovação, a CMO valoriza a sensação de fazer a diferença na vida das pessoas e no mercado.

“Quando iniciei a minha trajetória empreendedora em 2011, o cenário de startups no Brasil ainda era embrionário, e encontrar mulheres em posições de liderança era um verdadeiro desafio. Não havia muitas referências femininas para nos espelharmos, e os espaços de empreendedorismo eram dominados majoritariamente por homens, tanto nos eventos quanto nas decisões. Apesar de vermos uma mudança gradual, com mais mulheres ocupando cargos estratégicos, ainda enfrentamos barreiras significativas. Ser empreendedora no Brasil exige coragem para explorar o desconhecido, aprender com erros e, acima de tudo, confiar em nossa capacidade. A construção de uma rede de apoio entre nós é mais do que importante - Ter mulheres em cargos de CEO, CMO, gerentes ou qualquer outra posição de gestão não é apenas um ponto de referência para outras mulheres que percebem que podem chegar lá, mas também para aquelas que já estão, oferecendo uma rede de apoio para discutir situações comuns. É isso que nos fortalece para continuar trilhando esse caminho”, reflete Nara.
 

2. Talita Castro, CEO do PiniOn

Doutora em Antropologia pela Unicamp e cientista social, Talita Castro é especialista em arquitetura de produtos e estratégias de mercado. Com mais de uma década de trajetória no PiniOn, onde atualmente ocupa o cargo de CEO, consolidou sua expertise em posicionamento estratégico, vendas e gestão. Sua liderança é pautada pela inovação e pelo uso de dados para impulsionar negócios.

Com uma preocupação genuína sobre igualdade de gênero, Talita destaca a importância de mais mulheres serem impulsionadas para liderar. “Para se destacar, especialmente como mulher, é essencial unir visão estratégica e capacidade de adaptação. O mercado exige inovação constante, e transformar informações em decisões precisas é o que faz a diferença para expandir no mercado e conquistar espaço. Ser uma CEO mulher em um mercado predominantemente masculino é um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de abrir caminhos para que outras mulheres também ocupem esses espaços, fortalecendo um ambiente diverso e inovador”, destaca.

3. Betty Chu, Head de Dados e Linguística na Hand Talk

Betty Chu é Head de Dados e Linguística na Hand Talk, onde lidera iniciativas que conectam linguística e tecnologia de maneira inovadora. Betty é graduada em Estatística pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME - USP) e possui mais de 14 anos de experiência na área de tecnologia de dados.

Ao longo de sua carreira, enfrentou desafios comuns a muitas mulheres na área, especialmente em cargos de liderança. Antes da Hand Talk, sempre esteve em ambientes onde era minoria, chegando a ser confundida com secretária em reuniões. “Frequentemente me perguntavam ‘o superintendente de dados vem?’, e eu respondia ‘sim, sou eu’”, relembra Betty, destacando os efeitos de vieses inconscientes no mercado de trabalho.

Na Hand Talk, porém, a especialista afirma que encontrou um ambiente mais diverso e acolhedor, onde se sente valorizada e com autonomia para exercer seu papel. “Aqui, sei que confiam no meu potencial e na minha especialidade, independentemente do meu gênero”, afirma. Para as jovens interessadas em seguir carreira na tecnologia, ela deixa um conselho: persistência. “Precisamos de mais mulheres nesse campo. A diversidade enriquece nosso trabalho, e é fundamental que as contribuições femininas sejam reconhecidas e valorizadas.”, conclui.

4. Jéssica Muniz, Head de operações na BossaBox

Jéssica iniciou sua carreira como estagiária na BossaBox, startup especializada na alocação e gestão de squads sob demanda, que recentemente atingiu o breakeven. Acompanhando o crescimento da empresa, tornou-se sócia e Head de Operações. Sua missão é simplificar as complexidades da construção de produtos por meio de fluxos de trabalho e sistemas eficientes, além de incentivar a participação de mais mulheres em um setor majoritariamente masculino.

“Não foi algo planejado, pra mim foi uma conquista que aconteceu de forma muito orgânica e motivada pelo meu comprometimento com o sucesso da empresa. Sobre a área de tecnologia, acredito que estar inserida em ambientes predominantemente masculinos requer um equilíbrio delicado entre manter minha autenticidade e contribuir para a diversidade de pensamento. É um desafio diário”, enfatiza Jéssica.
 

5. Michelle Oliveira, cofundadora e COO da Digital Manager Guru

Cofundadora e COO da Digital Manager Guru, Michelle possui formação em Tecnologia da Informação e trabalhou mais de 10 anos como Analista de Sistemas. Envolvida em projetos de software desde 2004, incluindo sistemas biométricos e identificação civil, passou por grandes empresas como Siemens e Valid, tornou-se especialista em traduzir as necessidades dos clientes para a linguagem dos desenvolvedores, propondo soluções e aprimorando os processos das empresas.

Em 2012, entrou no mundo do empreendedorismo com a irmã através da produção de chocolates artesanais para festas infantis, e em 2017 com o marido à frente da Digital Manager Guru, plataforma de vendas online que centraliza tudo o que é necessário para uma estratégia digital eficaz, movimentando mais de R$3 bilhões por ano e com atuação no Brasil, Europa e Estados Unidos. “Como mulher na área de tecnologia e em cargo de liderança, sei da importância de abrir caminhos e inspirar outras mulheres a ocuparem espaços estratégicos. Hoje, lidero com a convicção de que as mulheres, com suas múltiplas habilidades e perspectivas únicas, têm um papel crucial a desempenhar nesse cenário, e quero que elas se sintam cada vez mais encorajadas a assumir posições de protagonismo no setor”, compartilha a especialista.

6. Angélica Peres Campos, Head de Gente, Gestão e Performance da Cielo

Com 28 anos de experiência no mercado financeiro, sendo 18 deles na Cielo, Angélica Peres Campos tem participado do processo de transformação cultural da empresa. Para ela, esta não é uma responsabilidade apenas da mulher. É necessário que a construção seja ubíqua e consciente por todas as áreas e cargos das corporações. “As mulheres precisam se enxergar com possibilidades reais de ascensão, ter acesso a mentorias e a um ambiente que combata vieses inconscientes na gestão”, ressalta. Seu conselho para quem busca liderança é direto: acredite em si mesma. ”Tenha confiança, valorize sua autenticidade e use suas experiências como vantagem. Busque conhecimento, estabeleça metas claras e construa sua rede de apoio. Crescemos quando nos desafiamos a sair da zona de conforto”, enfatiza.

É crucial que as empresas assumam um papel ativo na promoção da igualdade de gênero. “As organizações devem implementar políticas que incentivem a diversidade, oferecer programas de desenvolvimento profissional e garantir que as oportunidades de crescimento sejam acessíveis a todas as pessoas, independentemente de gênero. Somente com um esforço conjunto entre indivíduos e empresas poderemos alcançar um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo e equitativo”, acrescenta. Hoje, as mulheres representam 55% da Diretoria Executiva da Cielo, superando a média do setor financeiro de 33,86%, segundo a FESA Group. A empresa também mantém programas como a Mentoria para Mulheres, que já promoveu dezenas de profissionais para cargos estratégicos, reforçando seu compromisso com o crescimento de lideranças femininas.

7. Annalice Baldini, consultora de Produtos Jurídicos da Droom Investimentos

Mestre em Direito e Pós-Graduada em Direito dos Criptoativos e Blockchain, Annalice Baldini atua como advogada na Droom Investimentos, onde apoia a estruturação de produtos e projetos envolvendo tokenização de ativos. A especialista também é pesquisadora e membro da Associação Brasileira de Empresas Tokenizadoras e Blockchain (ABToken).

"Atuo diretamente nos setores de tecnologia e investimentos, ambos predominantemente masculinos. Apesar da jornada duplamente desafiadora, me sinto realizada com as minhas conquistas e, sempre que possível, busco incentivar outras mulheres a explorarem essas áreas”, afirma a executiva. "A participação feminina é fundamental para fomentar a inovação e impulsionar o crescimento empresarial nos mais diversos segmentos. Na Droom, mais de 65% dos cargos de gestão são compostos por mulheres e mais de 50% de todo o quadro de colaboradores é formado por mulheres, o que de alguma forma já reflete o aumento da nossa força e impacto no mercado de trabalho", conclui Baldini.
 

8. Ana Carolina Gozzi, co-CEO do Compre & Alugue Agora

Com formação acadêmica diversificada e uma trajetória profissional multifacetada, Ana Carolina Gozzi é uma das empreendedoras que vem transformando o mercado imobiliário com inovação e gestão de pessoas. Formada em 2020 pela FAAP, no mesmo ano iniciou sua carreira como advogada, mas logo se encontrou em áreas como marketing digital, branding e gestão de pessoas. Seu interesse pela promoção da diversidade e inclusão também a levou a investir em especializações, sempre com o foco em transformar realidades no ambiente de trabalho e além.

Aos poucos, Ana Carolina foi se aproximando do setor imobiliário, acompanhando o trabalho de sua família, e em 2021 iniciou sua trajetória no Compre & Alugue Agora, uma startup inovadora que conecta profissionais do setor imobiliário com quem busca comprar, vender ou alugar imóveis. “A liderança feminina é fundamental para transformar a forma como os negócios são conduzidos. Busco, além de me tornar referência de inovação e gestão, inspirar outras mulheres a acreditarem no seu potencial e a ocuparem espaços de liderança. Cada passo que damos, abre portas para que mais mulheres possam se destacar e fazer a diferença em áreas ainda dominadas por homens”, destaca Ana. Como co-CEO, ela foca na inovação e no desenvolvimento de novos projetos da empresa, procurando soluções que facilitem a vida do consumidor e promovam uma gestão mais humana.

9. Mariane Takahashi, CEO da Abstartups

Com mais de 15 anos de experiência em marketing e estratégia de negócios, Mariane Takahashi é uma das líderes que vem impulsionando o ecossistema de tecnologia e inovação no Brasil. Como CEO da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), ela tem um papel fundamental no fortalecimento do setor, promovendo conexões, desenvolvimento e visibilidade para startups em todo o país. Especialista em marketing digital, geração de leads e comunicação omnichannel, Mariane já liderou iniciativas que aumentaram significativamente a receita e a exposição de diversas empresas, sendo reconhecida por prêmios e pelo impacto direto no crescimento das organizações em que esteve envolvida.

“De acordo com o Mapeamento de Ecossistemas da Abstartups, apenas 19,2% das startups no Brasil foram fundadas por mulheres, evidenciando a necessidade de maior inclusão. Por isso, acredito que a presença feminina no ecossistema de startups é essencial para trazer diversidade de ideias, inovação e novas perspectivas de mercado. Ainda há desafios a serem superados, mas quanto mais mulheres ocuparem espaços de liderança e empreendedorismo, mais avançamos na construção de um setor mais inclusivo e competitivo”, destaca Mariane.

Imagem de Alexey Hulsov por Pixabay

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