As 3 principais tendências para Data Analytics em 2019

As 3 principais tendências para Data Analytics em 2019

A revolução digital vem provocando ondas de inovação e mudança que não mostram sinais de desaceleração. Se voltarmos 20 anos na história, os dados eram utilizados para tomada de decisão como monitoramento e fontes para análises descritivas. Em 2015 as plataformas começaram a desenvolver análise para os dados digitais. A partir de então estamos escrevendo uma nova fase na análise de dados em que é possível observar a percepção de que os dados estão em todos os lugares e em constante movimento.

Neste sentido existem duas principais macrotendências para os próximos anos: a descentralização das informações e o design emergente dos dados. A estrutura organizacional das empresas habitualmente insere as coletas de dados e informações online na área de tecnologia da informação (TI), entretanto como resultado temos uma burocratização do acesso aos dados e consultas para os demais setores. A descentralização dos dados aparece como uma facilidade de acesso para que todas as áreas consigam incorporar nas rotinas a consulta livremente, uma democratização do acesso à informação eliminando o conceito de propriedade sobre as informações.

Ainda na lógica de que os dados devem ser livres aparece a tendência do design emergente dos dados, que consiste em deixar os dados definirem os rumos e estratégias para ações de marketing, as estruturas existentes seriam maleáveis de acordo com os dados obtidos em análises. Esta segunda tendência vem se provando de acordo com as mudanças de conceito das análises de dados digitais que deixam de ser ferramentas táticas e assumem um posto estratégico, ao passo que a gana por insights analíticos está em todas as partes.

Seguindo este movimento temos 3 principais tendências para 2019: o modelo de atribuição de mídia cross devices, a utilização de Plataformas de Cloud e a estruturação de uma estratégia movida pelo “People Based Marketing”.

Plataformas de Cloud

As Cloud Platforms, que já apareceram nos últimos posts de tendências de tecnologias para o Marketing Digital (2017 e 2018), e agora assumem seu papel de tendência analítica ao integrar os dados das mais diferentes ferramentas e origens para possibilitar o desenrolar das outras duas tendências apontadas ( Atribuição de Mídia Cross Device e “People Based Marketing”).

A Plataforma de Cloud, ou nuvem, assume a responsabilidade de “Data Centers nas nuvens”. Há uma elasticidade dos recursos que podem ser provisionados quase em tempo real, e por este motivo a existência desta ferramenta possibilita a armazenagem de dados e a integração entre fontes de dados distintascomo apps, web e CRMtornando viável estruturar uma visão mais completa e detalhada dos dados e do caminho dos usuários.

Ademais, a utilização de plataformas de Cloud tornam viável a aplicação de machine learning para treinamento e análises preditivas. Em Machine Learning treinamento é realizado um modelo para encontrar padrões de dados: quanto maior o volume de dados, mais assertivo será o desempenho da solução. Para isso a existência de um banco de dados sem limites é essencial.

Quando falamos de análises preditivas incorpora-se o aprendizado do modelo de treinamento para os comportamentos em andamento. Ou seja, uma das aplicações possíveis é a partir do que foi aprendido implementar um script que prevê quais as próximas ações necessárias na jornada do consumidor para que este fique mais propício a converter.

Modelo de atribuição de Mídia Cross Device

Estamos nos tornando cada vez mais pessoas que buscam mais de um canal de informação, “Pessoas de 4 telas”, estamos diariamente em contato com TV, desktop, smartphones e tablets. Entender como ocorre a interação entre estes pontos de contato e mais ainda, como essa interação influencia o comportamento do usuário e a sua propensão a consumir se tornou imprescindível para traçar uma estratégia de marketing mais eficaz.

A análise de comportamento do usuário a partir do Modelo de Atribuição tem como objetivo mensurar e dar o devido peso às campanhas de mídia que participaram da jornada do consumidor desde a primeira interação até o momento da conversão. Mas, além disso auxilia a compreender a propensão do usuário em realizar uma conversão. A riqueza de detalhes das informações geradas através de análises de atribuição de mídia proporciona a elaboração de estratégias para aprimorar o portfólio de ações de marketing.

Ao inserir as informações de diversos dispositivos conectados por um ID de usuário, adicionamos mais detalhes e clareza na continuidade dos caminho de uma conversão. É possível identificar quando um usuário vê uma campanha em uma rede social pelo celular, visualiza um display no desktop, realiza uma busca paga no tablet e retorna para o desktop para converter.

É possível identificar qual o papel na jornada do consumidor das diferentes campanhas nos diferentes dispositivos. Por exemplo, uma ação de vídeo gera maior propensão de conversão no mobile do que em desktop? Uma ativação de display no celular é mais introdutora do que em um tablet? Qual o engajamento de um usuário no celular, quais mídias e formatos respondem melhor para este tipo de dispositivo?

O Google adicionou recentemente duas funcionalidades para clientes da Suíte 360 que auxiliam nesta união de informações e buscam otimizar o portfólio de campanhas. Os relatórios Cross Device que permitem visualizar os caminhos do usuário entre os diferentes dispositivos, com os respectivos canais visualizados e o dispositivo utilizado para conversão, quando ativado o “Google Signals” . Além da informação de “Store Visits” que possibilita adicionar a visita do usuário a uma loja física na jornada através da geolocalização.

People Based Marketing

De acordo com James Paine, fundador da West Realty Advisors, diariamente uma pessoa entra em contato com mais de 4.000 propagandas, on e offline, entretanto poucas as impactam diretamente e atraem o engajamento buscado. Como aumentar as chances de obter um clique com um display impresso, ou um vídeo passado? A personalização do conteúdo das campanhas vem se mostrando cada vez mais eficiente. A sensação de bombardeio de informações e tentativas de atrair a atenção do usuário se transforma quando este entra em contato com produtos que precisa e mensagens que possuem relação com ele.

A segmentação de usuários para campanhas específicas foi o primeiro passo para a conquista da personalização, a criação de grupos de usuários e targets específicos é uma prática das agências para otimizar o resultado das campanhas. Mas, o que é e como o People Based Marketing(PBM) é estruturado?

O PBM é uma nova onda no setor, levando os profissionais de marketing a usar dados personalizados resultantes dos desenvolvimentos recentes em big data e analytics. É uma abordagem estratégica de marketing em que os profissionais de marketing visam pessoas individuais, em vez de grupos, com mensagens relevantes em diferentes canais e pontos de contato. Uma estratégia otimizada de PBM aproveita a identificação do consumidor para precisão e automação para escala, mudando o foco dos cookies para as pessoas.

As informações são registradas através de um ID persistente que funciona como um identificador em vários dispositivos, realizando o reconhecimento dos usuários onde quer que estejam navegando. Esse ID é criado com a combinação de informações específicas do usuário como o cookie, ID do cliente, Device ID, Telefone, endereço e e-mail. Tornando possível acionar mídias de inbound e outbound com o foco específico, podendo ter como base atributos combinados como características, classificações, histórico de navegação, transações, interações e comunicação e eventos.

Porém, como esta estratégia interage com a Lei Geral Brasileira de Proteção de Dados?

Para começar, os dados só poderão ser coletados com o consentimento do usuário através de uma solicitação clara ao acessar o site pela primeira vez, com a informação de quais dados serão coletados e a finalidade. E os usuários deverão ter permissão para revogar a autorização concedida e os dados terão de ser completamente deletados. Assim sendo, a Lei Geral Brasileira de Proteção de Dados não impede a coleta e utilização dos dados, apenas regulamenta o compartilhamento dos dados e a proteção contra vazamentos.

O que esperar de 2019?

Esse é apenas um overview das principais tendências analíticas que estão ganhando espaço dentro do mercado de Marketing Digital, há muitas outras que poderão ajudar seu negócio e permitir que sua empresa, seu aplicativo, seu produto seja cada dia mais relevante nesse mercado competitivo.

 

[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Natalia-Biagio-thumbnail.jpg[/author_image] [author_info]Natália Biagio

Bacharel em Relações Internacionais e atua no mercado de marketing e análise de dados [/author_info] [/author]

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