Inteligência Artificial

Inteligência Artificial

O tema “inteligência artificial” está bem aquecido. A IA não está no foco apenas das publicações de tecnologia. Já aparece com regularidade na mídia comum, com o tema já está aparecendo muito mais intensamente nos jornais e revistas. Os avanços são realmente significativos. O fato marcante foi quando em março de 2016, o AlphaGo, desenvolvido pela DeepMind, subsidiária do Google, superou Lee Sedol, o então melhor jogador do mundo em Go, com um placar de 4 a 1 em um torneio de cinco jogos. Na verdade, desenvolver sistemas de IA começam a se tornar bem mais simples que há meros cinco anos. E o que devemos esperar de agora em diante? Antes de mais nada, não pensemos linearmente. A evolução é exponencial e avanços radicais serão sentidos em pouco tempo.  Um exemplo de pensamento exponencial: os próprios sistemas de IA sendo usados para criar futuros sistemas de IA. Como seria um sistema de IA que evoluísse automaticamente, pelo auto aprendizado? Uma máquina que alcance um QI elevadíssimo, como agiria? Sabemos hoje que uma pessoa com QI de 130 consegue ser muito melhor no aprendizado escolar que uma de 90. Mas, se a máquina chegar a um QI de 7.500? Não temos a mínima ideia do que poderia ser gerado por tal capacidade.

Mas não temos dúvidas que o forte impacto da IA na sociedade, empresas e nas profissões é um assunto de extrema importância. Um relatório do Fórum Econômico Mundial lembra que provavelmente 65% das crianças que estão nas escolas primárias hoje estarão trabalhando em funções completamente novas, que simplesmente ainda não existem. Sobre o Brasil, o relatório aponta algumas barreiras desafiadoras como a ainda grande incompreensão das disrupções que já estão surgindo (55% dos entrevistados), a falta de alinhamento da estratégia da força de trabalho das empresas (e, claro dos órgãos públicos) com as inovações disruptivas (48%), e devido à crise econômica, a pressão dos acionistas pela rentabilidade de curto prazo (48%). Os algoritmos e as máquinas substituirão os humanos? Em muitas funções sim. Muitas profissões existentes hoje deixarão de existir. A profissão de motorista, por exemplo, não será uma que sobreviverá muito mais que duas décadas. Sem necessidade de motoristas, e com o conceito de economia compartilhada, o próprio modelo da indústria automotiva tenderá a sair do “possuir” para “usar”. Isso significa que o modelo de negócios se deslocará de propriedade para uso. O desafio é que essa possibilidade poderá acontecer muito antes que o pensamento linear intui. Claramente, os entraves para isso acontecer serão muito mais culturais e regulatórias que tecnológicas. Em outras funções, a maioria das suas tarefas repetitivas serão feitas automaticamente. Embora a automação irá eliminar totalmente apenas poucas ocupações na próxima década, irá afetar em maior ou menor grau, quase todos as funções, dependendo do tipo de trabalho que envolvem. Um exemplo concreto vem do Japão, onde uma seguradora já está substituindo algumas funções feitas por humanos por computadores.  E, claro, novas funções serão criadas. No final, teremos uma mudança significativa na relação pessoas-máquinas e isso vai se refletir nas funções, academia e relações trabalhistas. Embora sistemas de IA possam automatizar muitas tarefas rotineiras, é improvável que o julgamento humano seja, pelo menos, nos próximos dez a quinze anos, terceirizado para algoritmos. Mas, quando se fala em um horizonte maior, como em 2050, o cenário pode ser bem diferente! Uma pesquisa feita com pesquisadores de IA, aponta que uma máquina superinteligente - Human Level Machine Intelligence (HLMI) – tem 10% de chance de aparecer por volta de 2020 e 50% em torno de 2050. Para 2100, a probabilidade é de 90%!  A IA não envolve uma equação de soma zero, humanos versus IA, mas humanos mais IA gerando mais inteligência. Claro, que para isso temos que nos preparar. A academia formando profissionais para novas funções nas profissões existentes e para as novas profissões. As empresas e a sociedade discutindo os efeitos da IA nos seus negócios. Infelizmente, aqui no Brasil as discussões sobre o efeito da IA e seus impactos continuam muito distantes. Nada se ouve sobre o assunto pelos legisladores e gestores públicos, pouco se fala nas empresas, e em grande parcela da academia o assunto está restrito a poucos pesquisadores de ciência da computação. Sim, no Brasil estamos bem atrasados... Temos que correr para não perdermos mais um trem!  

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