Com base na análise dos três principais provedores de serviços de nuvem (CSPs), o Boston Consulting Group (BCG) desenvolveu o estudo Cloud Cover: New Locations, Serverless Services, and Customized GenAI, mostrando que, desde a introdução do serviço AWS Lambda em 2015, as funções serverless ganharam força no segmento de computação em nuvem e podem revolucionar a maneira como o setor desenvolve arquiteturas aplicacionais modernas, o que pode ser um desafios para as organizações que estão aumentando o uso de componentes em nuvem.
A pesquisa revelou que a receita e os lucros do Microsoft Azure, Amazon Web Services (AWS) e Google Cloud Platform (GCP) superaram as altas expectativas no primeiro trimestre de 2024, impulsionados pela forte demanda por inteligência artificial generativa (GenAI), cujo custo para treinamento de especialização dos modelos pode variar da ordem de aproximadamente US$ 32 mil para um modelo simples, até US$ 0,64 milhão para um modelo complexo.
“Embora o uso de modelos de modelos simples e pré-treinados de GenAI possa parecer mais econômico em um primeiro momento, o levantamento indica que, em cenários de uso intensivo com grandes volumes, modelos mais complexos podem se tornar mais eficientes, trazendo também um novo desafio para as equipes de gestão de custos ou FinOps”, afirma Alessandro Pereira, diretor do BCG.
Análise de concorrência de mercado e custos
Coletivamente, os três CSPs geraram US$ 53,7 bilhões em receita, com um aumento sequencial trimestral de US$ 2,6 bilhões e, de acordo com o Gartner, espera-se que os gastos gerais com nuvem representem 58% dos gastos com TI até 2027, crescimento que representa uma taxa composta anual (CAGR) de 18%.
O levantamento aponta ainda que a MS Azure, que alterou as taxas em locais existentes no primeiro semestre de 2024, impulsionado por ajustes nas taxas de computação, liderou o grupo com um crescimento de receita anual de 31,1%. Globalmente, os ajustes de preços do Azure resultaram principalmente em pequenas mudanças em cada região. As oscilações mais drásticas ocorreram em Osaka (+US$ 128), Abu Dhabi (+US$ 31), Cidade do Cabo (+US$ 30), Mumbai (–US$ 50) e São Paulo (–US$ 105).
“Vale destacar que no Brasil observamos uma queda individual nos preços de nuvem em comparação com o restante do mundo potencializando o uso de serviços em nuvem, mesmo assim, os preços aqui ainda estão aproximadamente 50% acima da média global. Os únicos locais que tem valores ainda elevados globalmente são Dammam, Abu Dhabi, Cidade do Cabo, Santiago e Genebra, que adicionaram novas localidades recentemente”, comenta Pereira.
Diante disso, o BCG recomenda que as companhias fazem uma escolha de CSP de maneira estratégica, considerando para isso:
- Modelos de contratação
- Custos de implementação
- Complexidade dos das aplicações e serviços a serem utilizados (ex: modelos de GenAI)
- Necessidades específicas das aplicações que suportam cada negócio
“Com isso, é possível garantir máxima eficiência de uso e criar certa competitividade entre os CSPs na oferta de seus serviços”, finaliza Pereira.
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