Rumo ao Futuro

Eles nasceram entre 1980 e 2001 e são conhecidos como Geração Y,  filhos dos baby boomers e irmãos da Geração X. Cresceram sob o signo da internet, da TV a cabo, da globalização e da comunicação sem fio. Familiarizados e expostos à tecnologia em um nível sem precedentes, são responsáveis pela explosão das mensagens instantâneas e pela popularização de redes sociais como Orkut e Facebook, onde buscam, mais do que meras amizades, o sentimento de pertencer e ser aceitos em comunidade. Objeto de inúmeros estudos acadêmicos e corporativos, já foram classificados como indivíduos impacientes, indiferentes à hierarquia e que consideram o trabalho apenas mais uma prioridade na vida, e não a mais importante. 

[private] Esse contingente estará sob os holofotes da Ciab Febraban 2010, congresso e exposição realizados anualmente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As características, necessidades, comportamentos, preferências e hábitos da geração Y, assim como o seu impacto nas esferas econômica, social e política, compõem o tema central do evento de TI, o mais importante do setor financeiro, cuja edição de 2010 ocorrerá em junho, na capital paulista (veja box com serviço).

“Nos interessa debater o impacto dos consumidores da Geração Y nos processos e tecnologias bancárias. Para isso, constituímos o Prêmio Geração Y destinado a  estudantes universitários que apresentem as melhores ideias para o banco que eles esperam no futuro. Isso, sozinho, já deve trazer boas reflexões para os bancos e toda a indústria de tecnologia”, diz Gustavo Roxo, presidente da comissão organizadora do Ciab e vice-presidente de Meios do Grupo Santander. As sugestões vencedoras – apresentadas por jovens entre 18 e 25 anos – serão debatidas em painéis específicos no congresso.

Uma das estrelas nos debates sobre esse “neoconsumidor” será o estudioso Don Tapscott, referência sobre a nova economia gerada pelas redes sociais e sobre o potencial dos que integram a Geração Y, tanto quanto consumidores enquanto trabalhadores ou influenciadores de estratégias corporativas. Outro pesquisador de renome com presença já confirmada no Ciab é Nicholas Carr, analista dos rumos e impacto da TI e da rede mundial no comportamento de empresas e de pessoas.

Além disso, segundo Roxo, como todas as edições anteriores, o CIAB 2010 abordará os principais assuntos ligados à tecnologia e à automação bancária. “Em particular este ano, vamos explorar com maior profundidade os impactos de tecnologias como cloud computing e digitalização de imagens, além de discutirmos a forma como os bancos estão lidando com a explosão do uso de redes sociais”, diz o executivo.

Os avanços nos processo de digitalização de imagens e truncagem de documentos como cheques bancários, e o seu uso como cópias fidedignas e legalmente válidas, serão discutidos sob a expectativa de aprovação de lei que contempla o assunto, e que está em tramitação no Senado Federal. Com todo o setor financeiro investindo nessa área e com a evolução das tecnologias relacionadas, o setor espera que, em sua fase avançada e  legalizada, a truncagem permita o envio de imagens de cheques capturadas a partir de centrais de processamento ou de equipamentos distribuídos nas bocas de caixa das agências, no autoatendimento ou nos correspondentes não bancários. A previsão é que, eliminada a troca de documentos físicos, as instituições financeiras acumulem benefícios de natureza diversa, a começar pela economia de custos com logística de transportes e segurança, redução de riscos de extravios de documentos, liberação de áreas destinadas aos arquivamento de papéis e agilidade na atualização, recuperação, compartilhamento e gerenciamento de informações, entre outros.

Dissecando a nuvem

De acordo com a IDC, os gastos globais das empresas com serviços de nuvem em 2013 atingirão 44 bilhões de dólares, mais do que o dobro dos gastos realizados em 2009 (Veja gráfico). Um dos principais temas dos debates no Ciab 2010, o modelo de nuvem interna ou externa deverá ser apresentado por muitos especialistas como tendência de grande impacto na TI das empresas, capaz de imprimir eficiência, economia e agilidade aos seus processos.

De acordo com Keiji Sakai, CIO do J.P. Morgan e membro da comissão organizadora do Ciab, os bancos precisam  manter-se atentos às novidades tecnológicas e avaliar todas as oportunidades oferecidas pela plataforma de cloud computing. Ele admite que há muita cautela entre as instituições quanto a essa forma de computação, mas destaca que as restrições não resultam de mera desconfiança, mas também de questões regulatórias às quais o setor está sujeito, relacionadas com segurança e sigilo das informações. “Nenhum modelo ou tecnologia, como o cloud computing e terceirização, podem ser adotados por um banco sem que antes tenham sido avaliados em todos os seus detalhes”, diz Sakai, lembrando que o que define nuvem é o compartilhamento de recursos em datacenters remotos, localizados em qualquer lugar do mundo. “Precisamos entender onde é esse ‘qualquer lugar’, qual o nível de segurança, de preservação das informações, quais as barreiras contra os ataques de hackers, entre outras questões”, diz. [/private]

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