Lançamento do Observatório Nacional de Blockchain busca impulsionar a tecnologia no Brasil
Iniciativa faz parte do Projeto Ilíada, desenvolvido pela RNP e pelo CPQD
O Brasil está dando mais um importante passo na adoção da tecnologia blockchain. Em 25 de abril, acontecerá o lançamento do Observatório Nacional de Blockchain, uma nova plataforma criada para mapear, divulgar e fomentar o desenvolvimento dessa tecnologia no país. A iniciativa é um dos resultados do Projeto Ilíada, desenvolvido pela RNP e pelo CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Considerada um dos pilares da chamada Web 3.0, a tecnologia blockchain tem assumido cada vez mais um papel de destaque no funcionamento de empresas e governos. A solução funciona como um tipo de banco de dados descentralizado, que pode ser público ou privado (permissionado), no qual as informações não são controladas por uma única entidade, garantindo maior transparência e segurança. A ideia é que o observatório ajude a conectar universidades, empresas e o governo para impulsionar o crescimento do ecossistema blockchain em todo o país.
“O observatório foi idealizado pela saudosa professora Fabiola Greve da UFBA, e inspirado em uma iniciativa semelhante na Europa. O nosso desejo é ser uma fonte de agregação de informações sobre iniciativas em desenvolvimento por entes públicos e privados, contribuindo assim para o diálogo e a integração entre atores da academia, governo e setor empresarial”, comenta Leandro Ciuffo, diretor adjunto da diretoria de pesquisa, desenvolvimento e inovação da RNP.
Entre os principais recursos do Observatório Nacional de Blockchain estão o mapa de iniciativas, que identifica e reúne startups, grupos de pesquisa e projetos governamentais; casos de uso, com exemplos concretos de aplicações dessa tecnologia; e os indicadores do setor, que trazem dados sobre a produção científica nacional em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).
O observatório busca ainda fortalecer a comunidade de pesquisadores, oferecendo uma área dedicada à curadoria de conteúdo, com relatórios, vídeos e oportunidades de pesquisa sobre blockchain. O espaço também acompanhará as principais tendências, regulamentações e avanços do setor, contribuindo para a disseminação do conhecimento e a ampliação do uso dessa tecnologia no país. Além disso, será lançada uma Comunidade de Especialistas em Blockchain, que promoverá encontros virtuais para troca de conhecimento e contará com um grupo privado para discussão no LinkedIn.
Junto com o lançamento da plataforma será realizado um webinar no dia 25/4 às 11h, com representantes da RNP, do CPQD e do Ibict para apresentar e tirar dúvidas sobre o Observatório.
O Projeto Ilíada faz parte dos Programas e Projetos Prioritários de Informática (PPI), iniciativa que visa promover o desenvolvimento em ciência, tecnologia e inovação, áreas consideradas estrategicamente relevantes para o Brasil. O projeto foi apoiado pelo MCTI no âmbito do PPI-SOFTEX, coordenado pela Softex.
Usos da blockchain
A blockchain pode ser comparada a um livro-caixa digital, no qual todas as transações realizadas são registradas e armazenadas de forma imutável. Essa característica torna a tecnologia mais segura, já que dificulta alterações ou fraudes nos dados registrados. Por ser um banco de dados descentralizado, as informações não ficam armazenadas em um único local, aumentando a proteção contra ataques virtuais e vazamentos de informações.
Outro diferencial da blockchain é a transparência. Qualquer atividade registrada na rede pode ser rastreada pelos usuários do sistema, garantindo maior confiabilidade aos processos. No Brasil, a tecnologia já vem sendo aplicada em diferentes setores: a RNP, por exemplo, adotou blockchain na emissão de diplomas digitais. Já o governo federal tem usado a tecnologia na emissão da Carteira de Identidade Nacional.
Imagem: RNP