Em um ambiente econômico não positivo, com projeções pessimistas capazes de congelar os próximos passos de uma
empresa, o gerenciamento eficiente da capacidade produtiva é um dos grandes desafios a serem enfrentados, pois o desequilíbrio pode acarretar buracos no fluxo de caixa e não permitir um retorno adequado aos investimentos já realizados no passado.
A capacidade produtiva pode ser também mensurada nos recursos logísticos como caminhões, trens, vans, recursos humanos, pontos de vendas, departamento financeiro, entre outros. Saber definir e equacionar dinamicamente a capacidade de produção versus a demanda real é crucial para sobreviver e se tornar mais competitivo - independente do setor ou tamanho da empresa.
O que mais vejo são empresas trabalhando apenas na definição de macro indicadores para obter uma visão geral dos números, sem conseguir mitigar pequenos gaps de expectativas que comprometem o resultado total ou deixa de se realizar o retorno máximo possível ou, ainda, esconde ineficiências encobertas por um sucesso momentâneo de algum outro elo da cadeia de valor.
Quando se trata de capacidade produtiva ociosa, o diabo mora nos detalhes. Uma empresa baseada em operações preestabelecidas - sem o monitoramento de cada atividade e antecipação de eventuais problemas, pode perder clientes importantes, positivação de alguns produtos e morrer no mercado. Existem gaps que macro indicadores não conseguem demonstrar, portanto, cada pequeno detalhe conta.
O desafio, nestes tempos incertos, é saber harmonizar a sua capacidade de produção e a sua demanda. Para isto, preste bem atenção nos detalhes, pois são tantos pontos a serem analisados, que aquele pequeno problema que você não viu poderá fazer você perder dinheiro, oportunidade, mercado, retorno ou seu futuro. E aí será o diabo.
*Allan Pires é CEO para a América Latina e Texas da multinacional dinamarquesa Targit, especializada em Business Intelligence