*Por Mauricio Cascão
De acordo com um estudo realizado pela consultoria IDC, cerca de 18% das médias e grandes empresas já utilizam alguma forma de cloud e a expectativa é que em 2013 o número salte para algo entre 30% e 35%. Outra pesquisa da Symantec sobre a relação das Pequenas e Médias empresas (PME) com a nuvem apontou que 34% delas estão implementando ou já se beneficiando da virtualização de servidores. Além disso, 47% estão discutindo a adoção dessa tecnologia.
Por conta desse aumento do interesse das empresas por esse modelo de Tecnologia da Informação, os negócios de cloud computing no Brasil devem crescer 74% em 2013 e gerar receita de US$302 milhões, de acordo com projeções apresentadas pela Frost & Sullivan. Já até 2016, a expectativa do Gartner é que o mercado de computação em nuvem movimente US$ 207 bilhões em todo o mundo.
Mas afinal, o que essa tecnologia traz de vantagens para as empresas, uma vez que o aumento da utilização é tão exponencial? Como um cliente consegue entender os benefícios do cloud computing? Como ele consegue enxergar a melhor solução para a demanda apresentada?
Com a computação em nuvem, grande parte das empresas brasileiras tem acesso à infraestrutura de TI com uma qualidade antes restrita às grandes corporações. Esse serviço é conhecido como IaaS (Infrastructure as a Service), e seu principal produto é o servidor cloud. O mercado brasileiro oferece esses servidores a partir de R$ 100 por mês, mais barato do que abastecer o tanque do seu veículo. Neste artigo, falarei dos principais aspectos que sua empresa deve considerar para contratar um servidor cloud de qualidade, são eles, certificação do datacenter, software e hardware usados na solução e a capacitação dos profissionais que vão atendê-lo.
Quando se avalia um datacenter, é importante verificar qual é o nível da certificação do mesmo. O standard do mercado mundial é a certificação do Uptime Institute. As classificações possíveis são TIER 1, 2, 3 ou 4, sendo TIER 4 o mais robusto. No Brasil, não há datacenters TIER 4, há somente seis datacenters TIER 3 comerciais. Destes, espera-se uma disponibilidade de 99.982%. Ou seja, em um ano, o datacenter poderá ter sua operação comprometida em pouco mais de 94 minutos. Prestadores de IaaS sérios instalam seus equipamentos em datacenters certificados, o que se traduz em maior disponibilidade para suas aplicações.
No quesito hardware e software, a combinação que consideramos mais competitiva é um hardware de primeira linha combinado com dois hypervisors, um para rodar máquinas Linux, e o hyperV (da Microsoft), para rodar máquinas Windows. O papel do hypervisor, elemento chave da virtualização da infraestrutura, é sofisticado. Não há produto no mercado que seja plug and play, todos exigem desenvolvimento interno e grande expertise. Avalie com cautela propostas em nuvem baseadas em equipamentos de fornecedores desconhecidos com pouca escala. Quando há problemas, geralmente o suporte técnico não é local e não dispõe de equipamento sobressalente para rápida entrega, o que fatalmente impactará na disponibilidade da sua aplicação.
No quesito pessoas, o custo de profissionais de TI qualificados é pesado. Em muitas empresas, esse profissional não é exclusivo, ou não tem a capacitação adequada. Prestadoras sérias de IaaS trabalham com profissionais certificados e equipes técnicas em turnos, atuando 24x7 e 365 dias por ano. Estes profissionais, além de certificados, são constantemente testados pelos variados cenários técnicos que surgem no dia-a-dia. No momento da escolha do seu prestador, entenda quantas pessoas fazem parte do seu quadro técnico, onde ficam, quais certificações possuem e qual o volume de servidores cloud que a prestadora administra.
Finalmente, a computação em nuvem conquista pela conveniência, custo competitivo e qualidade superior, quando comparado ao velho modelo de compra de servidores físicos, de licenças de software, contratos de manutenção, contratação de especialistas em TI, que é caro e inacessível para a maioria das empresas. A contratante deve buscar prestadores que usem equipamentos de primeira linha, instalados em datacenters certificados, administrados por especialistas certificados. Estes detalhes fazem a diferença na qualidade do servidor cloud e no crescimento dos seus negócios.
*Mauricio Cascão é CEO da MANDIC CLOUD SERVICES, uma das principais empresas de Cloud Computing do Brasil.