O mundo está de olho no céu

Em 2010, o universo digital somou 1,2 zettabytes. Em uma década, serão 35 zettabytes. Cerca de 90% deste volume são de dados não-estruturados. Neste ano, serão produzidos 300 quatrilhões de arquivos. É para esse cenário que a EMC, uma das maiores empresas da área de Content Management, está preparando suas novas ofertas de produtos em cloud. A editora Susana Batimarchi esteve a convite da empresa no EMC World  2011 Las Vegas, que reuniu cerca de 10 mil participantes de várias partes do mundo, e conversou com exclusividade com o Diretor Regional de Vendas para América Latina, Jaime Morales. 

[private] Document Management – Qual a percepção da EMC com relação à adoção de ferramentas de Enterprise Content Management na América Latina?
Jaime Morales – Nos últimos cinco anos o mercado latino evoluiu muito. Antes desse período, sentimos um crescimento muito grande não só no Brasil, como também no México, na Venezuela, na Argentina e no restante da região.

No entanto, naquele momento o mercado não estava pronto, o nível de maturidade era baixo para a adoção das tecnologias. Nós tínhamos apenas alguns setores da indústria que vislumbravam a importância do gerenciamento das informações pelo seu próprio core business, como a área de saúde e a indústria farmacêutica, principalmente. As razões são variadas como, por exemplo, por serem filiais de outras multinacionais americanas ou alemãs, ou mesmo por força de compliance.

Mas, quando se tratava de governo, bancos, varejo, tanto no Brasil quanto no México, que são grandes demandadores de soluções, estes segmentos ainda não estavam procurando por ferramentas de conteúdo.

DM – A procura ainda era muito pontual no início?
JM – Isso mesmo e muito, diria.  As empresas tinham outras necessidades como ERP/CRM, mas este ciclo já se esgotou. Agora as companhias estão procurando soluções de ECM que se integrem a estas outras soluções, sejam elas da área financeira ou de qualquer outro sistema de desenvolvimento próprio que as empresas já tenham. Daí que vemos um campo enorme, dado o grande número de soluções que dispomos e a facilidade que estas soluções têm para se conectar com outras tecnologias. Acredito que hoje o mercado está recebendo nossa mensagem muito bem.

DM – Quais foram os principais anúncios que a EMC realizou durante o EMCWorld 2011 para a área de Content Management?
JM – O EMC World trouxe os produtos de content que serão oferecidos na nuvem. Diante dos novos recursos anunciados e do fato de que agora poderemos vender nossas soluções como serviço, esperamos melhorar ainda mais a percepção da empresa para o resto da cadeia da econômica na América Latina.  Estamos voltados para um mercado mais aberto e flexível e mais adequados ao nível da economia dos países latinos.

DM – Como empresa percebia o mercado latino?
JM – A EMC entende que deveríamos entregar soluções e estratégias de negócios mais competitivos, que tínhamos que cuidar do compliance e entender o mercado com um foco local. Isso vinha sendo desenvolvido através dos vários parceiros na América Latina e continuará assim. Entretanto, aumentamos o tipo de oferta e nossas equipes já trabalham em grandes projetos.

Falando de projetos, vemos no governo brasileiro um grande potencial para nossas ofertas e um grande comprador de soluções de TI em geral.

DM – Na sua opinião, como o Brasil vem se posicionando diante dos demais países latino-americanos no campo do Content Management?
JM – Até o ano passado, o México era quem tinha a maior demanda por soluções de conteúdo. Estava amadurecido para este segmento, muito em função da proximidade física com o mercado americano. Foram vários grandes projetos como o da receita federal daquele país, que foi considerado um dos maiores projetos governamentais do mundo. Agora, com a economia forte que o Brasil tem sustentado nos últimos anos, esta perspectiva está mudando. O Brasil está gerando aproximadamente 60% da receita da empresa na região.

Estamos focados em toda a América Latina, mas, com certeza, Brasil e México são as economias mais aquecidas e que responderão este ano com 80 a 90% da receita da companhia na área.

Temos empresas gigantescas no Brasil que investem muito em tecnologia e que possuem orçamento para compra de tecnologia, as quais já atendemos.

DM – Quais os demais países que estão se destacando no bloco latino?
JM – Na Argentina, por exemplo, possuíamos apenas projetos pequenos e, este ano, estamos iniciando um grande projeto junto à YPF, companhia petrolífera da Argentina que será um dos destaques na região. Mas não se pode esquecer que os demais países da América Central, norte da América Latina e os do Cone Sul, como o Chile, por exemplo, possuem projetos muito importantes para a companhia.

DM – Na sua opinião, como as ofertas em Cloud impactaram o mercado daqui para frente?
JM – Oferta pronta para cloud é uma evolução natural da tecnologia para a área de content management. Até o final do último trimestre deste ano e início de 2012, estaremos oferecendo as soluções ao mercado latino. Grandes clientes, como os bancos, que já são usuários de nossas linhas de storage e de conteúdo, agora já estão caminhando para o cloud. Estamos iniciando também projetos pilotos para o governo e outros grandes consumidores de tecnologia, como as companhias de telefonia móvel, especialmente no Brasil.

A indústria do content management está caminhando francamente para as soluções em cloud. O que está acontecendo com as ofertas da VMware, Cisco, Boxnet e outras empresas dão uma nova perspectiva para este mercado. O que está acontecendo é uma oferta integrada entre sistemas de colaboração e tecnologias de conteúdo, que agora estamos habilitando para a nuvem. [/private]

 

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