Falhas de segurança atingem os maiores fabricantes globais de chips colocando em risco dois terços de todos os usuários Android

Falhas de segurança atingem os maiores fabricantes globais de chips colocando em risco dois terços de todos os usuários Android

A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point® Software Technologies Ltd. (NASDAQ: CHKP), uma fornecedora líder de soluções de cibersegurança global, identificou vulnerabilidades nos decodificadores de áudio utilizados pela Qualcomm e MediaTek, dois dos maiores fabricantes de chips do mundo. Se não fossem corrigidas, as falhas de segurança permitiriam a um atacante acessar remotamente arquivos multimídia e conversas via áudio. A CPR estima que mais de dois terços dos smartphones de todo o mundo estiveram vulneráveis em algum momento. Segundo a investigação, o código vulnerável tem por base o código compartilhado pela Apple há 11 anos.

Decodificadores de áudio utilizados por MediaTek e Qualcomm apresentavam vulnerabilidades

As vulnerabilidades foram identificadas, concretamente, no Apple Lossless Audio Codec (ALAC), também conhecido por Apple Lossless. O ALAC é um formato de codificação de áudio desenvolvido pela Apple Inc. e apresentado pela primeira vez em 2004 para compressão de informação de áudio digital sem perdas. Em 2011, a Apple colocou o software em código aberto e o formato ALAC foi incorporado em muitos dispositivos e programas de reprodução de áudio não-Apple, incluindo smartphones Android, bem como leitores e conversores de mídia Windows e Linux.

Desde então, a Apple tem atualizado várias vezes a versão proprietária do decodificador, corrigindo as falhas de segurança existentes. Contudo, o código compartilhado não é corrigido desde 2011. A CPR descobriu que a Qualcomm e a MediaTek utilizavam em seus decodificadores de áudio o código ALAC vulnerável.

A CPR compartilhou a informação obtida com a MediaTek e Qualcomm, trabalhando próxima com ambos os fornecedores no sentido de corrigir essas vulnerabilidades, contribuindo para que os usuários implementassem em tempo as devidas correções. A MediaTek atribuiu as vulnerabilidades CVE-2021-0674 e CVE-2021-0675 aos problemas com a codificação ALAC. Essas vulnerabilidades já foram corrigidas e divulgadas em dezembro de 2021 no MediaTek Security Bulletin. Também a Qualcomm lançou o patch para a CVE-2021-30351 em dezembro de 2021 no Qualcomm Security Bulletin.

“Descobrimos um conjunto de vulnerabilidades que poderiam ser utilizadas para execução remota e concessão de privilégios em dois terços dos dispositivos móveis de todo o mundo. E as vulnerabilidades eram de fácil exploração. Um cibercriminoso poderia enviar uma música (qualquer arquivo multimídia) e, assim que reproduzido pela potencial vítima, poderia ter injetado código malicioso no serviço de reprodução. O cibercriminoso poderia ver o que o usuário visualizava”, diz Slava Makkaveev, pesquisador e especialista em Engenharia Reversa e Pesquisa de Segurança na divisão Check Point Research. “Em nossa prova de conceito, fomos capazes de roubar o stream de câmera do smartphone. Qual é a informação mais sensível que podemos ter em nossos dispositivos móveis? Penso que são os arquivos multimídia: áudio e vídeos. Um atacante poderia roubá-los por meio dessas vulnerabilidades”, informa Makkaveev.

Para proteção dos usuários, os pesquisadores da CPR recomendam a atualização regular de sistemas operacionais, uma vez que todos os meses o Google lança atualizações de segurança no Android.

Nota: Desta vez, a Check Point Research não compartilhará detalhes técnicos das suas conclusões a respeito dessa investigação. Os resultados e detalhes técnicos serão apresentados durante a conferência CanSecWest em maio de 2022.

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