A consultoria Gartner previu que os gastos mundiais com Tecnologia da Informação (TI) devem somar US$ 5,61 trilhões neste ano, representando um aumento de 9,8% em relação a 2024. Segundo a Gartner CIO and IT Executive 2025, no Brasil, os orçamentos de TI devem crescer 6,6%. A alta será liderada pela Inteligência Artificial, considerando que mais da metade das empresas brasileiras planejam aumentar seus orçamentos em até 25% para projetos de IA Generativa no período.
“Embora as somas para a área de tecnologia estejam crescendo, uma parte significativa desse crescimento será absorvida por aumentos de preços em gastos recorrentes, o que pode limitar a capacidade de investir em novas tecnologias.”, pondera Caio Laurino, co-fundador CIO da Maitha Tech, consultoria em desenvolvimento de soluções digitais.
Sendo assim, frentes específicas, como infraestrutura legada e tecnologia de data center, podem receber menos investimentos em 2025. Portanto, diante das expectativas de investimentos substanciais em áreas estratégicas, os líderes precisam equilibrar a necessidade de avanço tecnológico com a responsabilidade de alocar recursos de forma eficiente.
Enquanto muitos CEOs planejam redirecionar capital para sustentar essas inovações, o cenário financeiro exige cautela: CFOs de diversas indústrias estão restringindo o capital de giro e elevando a taxa mínima de retorno dos investimentos, o que pressiona ainda mais os CIOs a priorizar o valor agregado de cada projeto de tecnologia. Ajustar a otimização de custos com os objetivos de negócios fortalece o posicionamento estratégico, amplia a capacidade de inovação e melhora a saúde financeira da empresa, mesmo que seja a longo prazo.
“"Esse tipo de abordagem vai além da simples redução de despesas ao buscar eficiência operacional e criar valor estratégico para o negócio. Hoje, o conceito de otimização de custos envolve uma perspectiva multifuncional e colaborativa, orientada a promover o crescimento sustentável”, destaca Laurino.
Equilibrar inovação e otimização de custos em TI é um dos grandes desafios das lideranças de tecnologia, com a demanda crescente por novas tecnologias e a necessidade de controle de gastos. Para atingir esse equilíbrio, é essencial adotar estratégias colaborativas, como aponta o CIO da Maitha Tech:
1. Otimizar a infraestrutura de TI
Fazer a migração para a nuvem é uma das formas de reduzir a infraestrutura física e os custos operacionais com o modelo "pague pelo que usar". Por meio de plataformas multifuncionais podemos diminuir a complexidade e a necessidade de licenciamento. E buscar por automações, simplificando tarefas repetitivas, pode liberar a equipe para atividades mais estratégicas.
2. Adotar ferramentas de análise e visibilidade
Neste contexto, adote práticas como Mineração de Processos e Arquitetura de Negócios para entender como as mudanças em um processo impactam toda a organização. Utilize técnicas de mapeamento para identificar ineficiências e alinhar stakeholders.
3. Buscar por soluções alternativas e parcerias
Explorar plataformas menores e inovadoras para soluções mais econômicas pode ser um caminho. Manter-se atualizado com tendências, como IA generativa e agentes e multiagentes, cria novas oportunidades.
A partir disso, avalie cada inovação em termos de custos, benefícios e impacto nos clientes e colaboradores. E trabalhe com cenários "E se" com IA: simule diferentes abordagens para fundamentar a escolha de soluções.
4. Estimular inovações internas e externas
Busque Identificar competências essenciais dos times e decida entre desenvolvimento interno ou parcerias externas. Parcerias podem auxiliar seus times na gestão de tarefas ou projetos essenciais para o negócio. Esse uso auxilia a entregar o que hoje não consegue
5. Buscar alinhamento entre tecnologia e necessidades humanas
Priorize o equilíbrio entre inovação tecnológica e a melhoria da experiência dos colaboradores. Use a Inteligência Artificial em busca de insights de inovação. É possível detectar padrões e novas oportunidades de inovação que tragam valor organizacional.
6. Priorizar a gestão de mudanças
Garanta que as inovações estejam alinhadas ao plano estratégico e tenham apoio executivo. E não esqueça de estimular o engajamento de sua equipe. Trabalhe o gerenciamento de mudanças cedo, para facilitar a transição.
7. Estimular proatividade e colaboração
Priorize a inovação aberta, criando canais formais e informais para alinhamento de soluções entre TI e outros departamentos. E estimule a autogestão de carreira, oferecendo suporte para o desenvolvimento de competências.
8. Inovar sob restrições
Tenha em mente que limitações financeiras existem e as encare como oportunidade. Use restrições para focar em soluções de alto impacto e baixo custo. Priorize a capacitação interna. E redirecione recursos para o desenvolvimento de talentos, criando uma base sólida de inovação.
Para sustentar tais iniciativas de otimização, é importante definir benchmarks e processos de governança para monitorar e ajustar continuamente as práticas de otimização. Com uma cultura de controle de custos, a organização garante que seus recursos estejam sempre sendo usados da melhor forma.
Imagem: divulgação.