Mais colaboração entre empresas e governos ajuda combater ameaças cibernéticas

Eugene Kaspersky, CEO e cofundador da Kaspersky Lab pediu maior colaboração entre o governo do Reino Unido e o setor privado no combate às ameaças reais e potencialmente devastadoras relacionadas à guerra cibernética e aos consequentes riscos voltados para infraestruturas críticas.

Em discurso feito na última quinta-feira (25 de abril) para oficiais do governo britânico, incluindo Adrian Leppard, o comissário de polícia da cidade de Londres, Stephen Harrison, chefe executivo da Autoridade Nacional de Fraude, Eugene Kaspersky realçou o avanço das ameaças atuais e o que precisa ser feito em resposta a elas. O evento, que ocorreu no Churchill War Rooms, também teve a participação de CSOs de empresas do Reino Unido como HSBC, Unilever, Vodafone e Barclays.

A Kaspersky acredita que as principais empresas britânicas - em conjunto com o governo - são fundamentais na luta contra as ameaças cibernéticas graves. Em seu discurso, Eugene destacou os problemas mais urgentes enfrentados pelo mundo cibernético - e, por extensão, pelo mundo físico. “Atualmente, os programas maliciosos sofisticados têm o poder de desativar empresas, afetar governos e colocar nações inteiras de joelhos ao atacar a infraestrutura crítica em setores como comunicações, finanças, transporte e serviços públicos. As consequências para a população humana podem ser, como resultado, catastróficas.”

A companhia analisa mais de 200 mil amostras únicas de malwares todos os dias. Para ter uma ideia do crescimento, em 1994 eram 25 ameaças analisadas diariamente, 700 em 2006 e sete mil em 2011. Algumas das ameaças cibernéticas mais sofisticadas incluem o Red October, Flame, MiniFlame, Gauss, Stuxnet, Duqu, Shamoon e Wiper.

Como resultado, a Kaspersky Lab acredita que uma nova abordagem, mais proativa deve ser adotada para combater ameaças cibernéticas graves. Essa mudança precisa começar com o governo e com a indústria que, em cooperação, devem incorporar políticas de padronização universal.

“Grandes investimentos em educação devem partir do governo e da indústria para assegurar um fluxo contínuo de descoberta de talentos”, afirmou Eugene. “A Cyber Security Information Sharing Partnership (Parceria de compartilhamento de informações de segurança cibernética, CISP) e sua Fusion Cell (Célula de Fusão) são necessárias para o Reino Unido e, é claro, para a União Europeia seguir adiante com sua European Network and Information Security Agency (Agencia Europeia de Redes e Segurança da Informação, ENISA) e com seus planos para estabelecer uma rede de Estados Membros do NIS e CERT. Porém, isso não pode impedir que nações individuais tomem as rédeas, com suas próprias medidas, para aumentar a sua resiliência cibernética. Apesar do fato de que as regulamentações devem estar em um nível global. A CISP e a ENISA devem cooperar uma com a outra. O compartilhamento de dados e expertise só será vantajoso contra as ameaças cibernéticas de crescente sofisticação.”

“Mas por que a inteligência e defesa do Estado se incomodam em cooperar com o setor privado? Nas palavras de Francis Maude, ministro do Gabinete, 'nós precisamos nos unir para lutar contra os inimigos comuns, mas a chave para cooperar, em um espírito de abertura e partilha, são garantias de que a confidencialidade dos dados compartilhados será mantida”, continuou o CEO da Kasersky Lab. “O setor privado – particularmente as indústrias relacionadas à segurança e TI e também algumas indústrias-chave em que a segurança de TI tem estado no topo da agenda - tem uma rica experiência na linha de frente de batalhas cibernéticas da qual os órgãos governamentais podem ter acesso e se beneficiar muito. Este benefício se transforma em uma vantagem para o setor privado através da força adicional dos órgãos do Estado e do reforço de visibilidade global de ameaças cibernéticas prestados pela parceria público-privada.” 

O discurso de Eugene Kaspersky veio logo após o anúncio de parceria entre a Kaspersky e a Interpol para cooperação técnica. A Kaspersky Lab irá enviar seus melhores experts para o Complexo de Inovação Global da Interpol, em Singapura, quando este estiver aberto. A companhia também irá compartilhar análises cibernéticas com a organização contra o crime global.

 

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