*Por Luiz Henrique Ernica
Que cloud computing é uma das grandes tendências de tecnologia da informação para 2016, isso é consenso. Segundo o IDC, as empresas da América Latina deverão investir cerca de 3,6 bilhões de reais até o fim do ano, valor 40% maior em relação a 2014. Com a inovação, abre-se um leque de possibilidades de uso, como virtualizar bancos de dados, por exemplo. A prática, que tem se tornado cada vez mais comum entre as corporações, permite maior versatilidade na entrega do serviço e recuperação de desastres de maneira contínua e segura. Porém, uma vez que a solução de gerenciamento precisa estar sempre disponível com o maior poder de processamento possível, alguns pontos devem ser observados na hora de virtualizar as informações.
O primeiro ponto para realizar uma virtualização bem-sucedida e de acordo com a demanda do negócio é compreender as regras de licenciamento de software impostas pelo fornecedor. Nem todos os provedores de banco de dados contam com uma política de licenciamento clara e favorável à virtualização. Em alguns casos, não é permitido licenciar o software pelo número de CPUs ou cores virtuais, limitando apenas à quantidade física. Isso pode ser um fator determinante em casos onde a necessidade de virtualização do banco de dados seja para um número limitado de processadores lógicos em um ambiente que possua diversas unidades de processamento físicos ou, ainda, em um banco de dados que esteja hospedado em um ambiente cloud. Por isso, procure sempre por parceiros que tenham regras transparentes e que sejam aderentes à realidade do negócio: se a empresa conta com um ambiente em nuvem, o licenciamento deve ser feito contemplando esse fator.
O dimensionamento de recursos também é essencial para garantir que a virtualização do banco de dados traga mais eficiência ao invés de dores de cabeça. Por isso, é importante entender o quanto de recurso de memória cada instância do banco de dados demanda para, assim, dimensionar a quantidade ideal de virtualização de instâncias possíveis em cada servidor físico. Afinar o dimensionamento garante a correta operação dos gerenciadores do banco de dados, mantendo SLA de performance dentro dos limites estabelecidos. Do contrário, a prática pode causar perda de performance caso muitas instâncias sejam virtualizadas em apenas um servidor físico.
Adicionalmente, definir recursos de processamento considerando a alocação de unidades lógicas de processamento é fundamental para a operação do banco de dados virtualizado. Para isso, é preciso compreender o volume de acessos online simultâneos em operações online, bem como o comportamento do processamento de operações em ambiente batch no banco. Com base nessas características, é possível definir a quantidade de processos e threads que atendem à demanda e, consequentemente, a quantidade de unidades lógicas de processamento adequadas. Alguns gerenciadores de bancos de dados permitem, inclusive, a configuração automática destes recursos no servidor segundo essas métricas.
Desse modo, a virtualização pode se tornar uma boa opção para empresas que buscam rapidez na troca de informações, escalabilidade de acordo com a demanda do negócio. Ainda, traz outros benefícios que agregam valor à companhia, como a implantação de uma “TI verde”, já que diminui custos com energia elétrica e aquisição de espaços físicos, bem como escalabilidade de acordo com a demanda do negócio e alta disponibilidade.
*Luiz Henrique Ernica é Suporte Técnico Sênior da TmaxSoft, multinacional coreana provedora de softwares para infraestrutura de TI