Por Otto Pohlmann, CEO da Centric Solution
Dos horários no cinema às informações relevantes nos afazeres do trabalho, passando por clima, pesquisas escolares e notícias, as buscas na internet dominam grande parte da navegação dos usuários. É quase impossível não dar “um google” sobre qualquer coisa que a gente precisa rapidamente.
Porque é justamente este o principal encanto deste serviço: entregar aquilo que a gente procura em uma fração de segundos. Claro, isso é reflexo da utilização de inteligência artificial nos motores de busca. A área, aliás, está na vanguarda dessa tecnologia. Agora, resta saber quais fronteiras serão quebradas para expandir ainda mais esse acesso à informação.
Os números mostram a força das buscas na web. O Google, que domina mais de 90% desse segmento, processava 14 bilhões de buscas por ano em 2000, nos primórdios da web. Hoje, essa marca é atingida em apenas quatro dias. A média é de 3,5 bilhões de pesquisas diárias, com mais de 1,2 trilhão por ano, segundo dados do Internet Live Stats. Além disso, segundo a plataforma Moz, especializada em SEO, 84% dos usuários realizavam três ou mais pesquisas diárias na Internet em 2019 -- um número que certamente deve ter aumentado durante a pandemia de covid-19.
Com números tão grandiosos, fica clara a influência da inteligência artificial para o sucesso dos motores de busca. É humanamente impossível processar um volume de informações tão grande -- e isso é feito em segundos nesses portais. A necessidade de indexação faz parte desde o início da internet comercial e só aumentou com sua popularização.
A tecnologia de IA, portanto, evoluiu com essas plataformas. Foi por meio dela que as buscas finalmente se tornaram inteligentes. Ou seja, os resultados passaram a condizer com o que, de fato, era pesquisado pelas pessoas. Houve um grande ganho de performance que permitiu que “dar um google” se tornasse uma expressão corriqueira em nossas vidas.
Dessa forma, a IA transformou as buscas na web em um negócio altamente rentável para os motores, as empresas e os consumidores. Quer ver empresas em sua região? Basta pesquisar com a geolocalização ativada. Quer aumentar as vendas e aparecer para o consumidor? Só utilizar as técnicas adequadas para aparecer no topo da lista em alguma busca relacionada a seu negócio. Quer fazer anúncios pagos, como links patrocinados? A compra de espaços com palavras-chaves é bem útil. Como se vê, criou-se todo um ecossistema que possibilita diferentes oportunidades ao mesmo tempo que facilita o acesso ao crescente volume de dados disponíveis no ambiente digital.
Mas, como toda tecnologia, a evolução faz parte de sua natureza. A inteligência artificial procura incluir novas funcionalidades para que as buscas sejam cada vez mais rápidas, eficientes e, claro, inteligentes. Um dos desafios, que já é trabalhado pelo Google em suas atualizações mais recentes, é a tentativa de aprender linguagem, ou seja, compreender as buscas com frases longas e complexas, incluindo seus contextos. Os assistentes de voz também vão estimular as buscas por áudio, uma realidade já latente em alguns casos. Ou ainda na necessidade de levar essa busca inteligente em outros setores, como o varejo, com um sistema dentro das grandes redes.
A inteligência artificial e os sistemas de busca têm uma relação intrínseca no mundo da tecnologia. As demandas destes últimos fazem a primeira testar novas funcionalidades. Posteriormente, são aplicadas e integradas em outras soluções. Compreender essas tendências, portanto, beira ser um exercício de futurologia, isto é, de saber o que vem por aí sobre IA. Nem vai ser preciso “dar um google” para descobrir.