A indústria de áudio e vídeo (AV) do Brasil, que inclui soluções de videoconferência e telepresença, se prepara para a intensa digitalização do setor, o fim do hardware e o desafio das ferramentas de comunicação, como Skype.
Durante debate organizado pela Infocomm Brasil, entidade sem fins lucrativos, na última semana, empresários do setor reconheceram que a convergência de TI com AV é algo irreversível e cada vez mais intenso.
Hans Ulmer, CEO da absolut technologies - integradora de soluções de videoconferência e telepresença - afirmou que, com o uso frequente de streaming de vídeo e a busca de redução de custos pelas corporações, as soluções complexas e baseadas em hardware perdem espaço para os serviços hospedados em nuvem.
Para o diretor executivo da Kramer Brasil, Marcel Briant, o roteador será o único hardware a vencer esta transição. "Muito do que temos hoje estará na nuvem em curto prazo. A tendência é que os produtos hoje isolados de áudio e vídeo passem a ser multifuncionais e integrados", disse.
Outra questão que está sendo cuidadosamente acompanhada pela indústria de AV é a evolução da Internet das Coisas (IoT). Segundo os participantes do debate promovido pela Infocomm, os produtos já estão sofrendo o impacto desta conectividade, com benefícios e desafios.
Ricardo Ferrari, gerente de vendas da Barco para a América Latina, diz que a empresa trata como realidade o fato de os produtos serem considerados "devices", e destacou que a companhia adquiriu, ano passado, uma empresa especializada na integração de devices, já com esta visão de futuro.
"Junto com a tendência de conectividade, os fabricantes devem se dedicar ao desenvolvimento de um protocolo de comunicação entre os equipamentos", recomendou Ferrari.
Manoel Sieiro, diretor de vendas e marketing da divisão profissional da Harman Brasil, destacou a questão da segurança que, neste cenário de Internet das Coisas, ganha alto nível de criticidade. "Os fabricantes se ocupam com a conectividade e devem se preocupar com a segurança", ressaltou.