Micro-ondas do futuro deverá aquecer apenas partes de um prato

Micro-ondas do futuro deverá aquecer apenas partes de um prato

Projeto em estudo nos EUA deve modificar tecnologia do aparelho pela primeira vez em mais de meio século

O micro-ondas do futuro não deve ter um design diferente dos modelos atuais, assim como não vai preparar os pratos sozinho ou se conectar à Internet (ao menos não no futuro próximo), mas está perto de passar por uma transformação significativa para a vida cotidiana: ele vai aquecer os alimentos de forma seletiva, mirando diferentes alimentos ou mesmo partes distintas de um mesmo prato.

O projeto está em fase final de estudos por uma fabricante de eletrodomésticos que não atua no Brasil e deve chegar ao mercado dos Estados Unidos ainda neste ano. Segundo analistas do setor, vai ser a primeira vez desde 1967, quando os aparelhos então revolucionários chegaram às cozinhas estadunidenses, que a tecnologia do micro-ondas será modificada.

Em outras palavras, será possível colocar um prato com carne e vegetais no aparelho e programar o micro-ondas para esquentar apenas o bife, não a salada.

A novidade vem na esteira de uma série de mudanças promovidas nos últimos anos por fabricantes estadunidenses que, para concorrerem no mercado do país, tentam inovar nos produtos tradicionais da cozinha ocidental: a última delas foi o cooktop operado por indução, em que, ao invés de uma chama transferir o calor para a panela, como em um fogão tradicional, ele ativa um campo eletromagnético que esquenta todas as áreas de um recipiente por meio de ondas eletromagnéticas.

No caso do micro-ondas, a tecnologia atual foi desenvolvida com base na anterior, que possibilitou a invenção do aparelho: os primeiros modelos que chegaram ao mercado nos EUA e na Europa funcionavam da mesma forma que os radares militares da década de 1940, com o uso de magnetrons de cavidade. Os de agora vão se amparar nessa ideia para substituir a emissão por uma frequência de rádio derivada (RF, sigla em inglês para radio frequency) ー a mesma usada para fornecer sinais às torres de celular.

"Por meio do uso de múltiplos emissores e do seu formato em feixes, a tecnologia também permite o cozimento simultâneo de vários componentes de um prato, ou ter múltiplos alimentos sendo cozidos ao mesmo tempo com diferentes proteínas, amidos ou vegetais, o que simplifica demais a preparação", afirmou o jornalista de tecnologia Jason Perlow, em um artigo que anunciou a novidade publicado na Forbes.

Os mesmos emissores, segundo ele, ainda seriam capazes de medir o nível de preparo da comida, avisando a pessoa antes que o alimento queime ou impedindo que fique gelado. Além disso, ao contrário dos atuais aparelhos, que podem interferir nos sinais de wi-fi, por exemplo, a onda de rádio seria em uma outra frequência.

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