Mais da metade (52%) dos brasileiros usaram ChatGPT ou outros assistentes de inteligência artificial (IA) para auxiliar nas compras nos últimos 12 meses, um aumento de 52% em relação ao ano anterior. Entre esses consumidores, 18% recorreram à tecnologia pela primeira vez no último ano. É o que revela o Relatório do Varejo 2025 da Adyen, principal provedora de tecnologia de pagamentos para grandes empresas do país.
Os consumidores que já usaram IA nas compras afirmam que a tecnologia contribui com a escolha de produtos, como roupas, refeições e outros (74%). Além disso, 72% gostariam de encontrar marcas e experiências de compra diferentes dessa forma, enquanto 70% estariam dispostos a fazer aquisições via IA no futuro.
Mais de dois terços (77%) dos que usam IA notaram que os varejistas estão adotando a solução para recomendar produtos e 70% afirmam que as marcas que consomem já incorporaram ferramentas de busca impulsionadas pela tecnologia. O estudo global foi realizado com mais de 41 mil consumidores e 14 mil varejistas, em 28 países. No Brasil, foram 2 mil consumidores e 500 empresas.
Boomers e geração X lideram o crescimento da adoção de IA
O uso de IA na experiência de compra está crescendo em popularidade em todas as faixas etárias no Brasil. A tecnologia já é protagonista entre a Geração Z (16 a 27 anos) e os Millennials (28 a 43 anos), com 60% e 62% dos consumidores, respectivamente, afirmando que usam IA durante sua jornada de compras — um crescimento de 42% e 46% nos últimos 12 meses*.
No entanto, os Baby Boomers (60 a 78 anos) representam a geração que mais cresceu em adoção da IA para compras, com um salto de 135%. Em seguida vem a Geração X (44 a 59 anos), com aumento de 66%. Apesar do crescimento expressivo, apenas 26% das pessoas com 60 anos ou mais afirmam usar a IA durante as compras. Entre a Geração X, a adesão chega a 46%.
“Os consumidores estão adotando a IA em um ritmo sem precedentes à medida que descobrem como essa tecnologia está transformando a experiência de compra”, comentou Renato Migliacci, Vice Presidente de Vendas da Adyen Brasil. “É provável que estejamos entrando em uma era em que a IA pode atuar como nosso próprio estilista pessoal, selecionando roupas sob medida para gostos e preferências individuais. As divisões demográficas de nossa pesquisa chamam atenção, especialmente vendo como as gerações têm integrado a tecnologia em seus hábitos de compra.”
Varejistas buscam crescimento com IA
Entre os varejistas, a adoção da IA também ganha força. Quando questionados sobre como planejam aumentar a receita em 2025, quase metade (48%) dos entrevistados brasileiros disse que investiria em IA para apoiar suas atividades de vendas e marketing. Outros 42% planejam usar IA para inovação de produtos.
“A IA não é mais vista como uma aposta futura - é uma necessidade imediata para empresas e consumidores”, comenta Migliacci. “Lançamos recentemente o Adyen Uplift, uma solução com IA para otimizar pagamentos, melhorar taxas de conversão, simplificar o gerenciamento de fraudes e reduzir o custo dos pagamentos”.
Segundo o executivo, ao adotar a IA de forma estratégica, os varejistas podem oferecer uma experiência superior ao cliente. “Está claro por que a IA assumiu o primeiro lugar como o facilitador de crescimento mais citado para 2025. Com IA nos pagamentos, por exemplo, transações legítimas são otimizadas e aceleradas, enquanto transações fraudulentas são rapidamente identificadas.”
Além da IA, comércio unificado ainda é fundamental
Mesmo com o avanço do digital, as lojas físicas seguem relevantes na preferência dos consumidores. Elas são o canal favorito de 24% dos brasileiros, contra 39% que preferem comprar online. Os principais motivos para a escolha da loja física são: o desejo de ver e tocar o produto antes da compra (45%), experimentar os itens (40%), e a possibilidade de sair do local já com o produto em mãos (33%).
O Relatório do Varejo 2025 da Adyen também destaca que os consumidores esperam uma experiência fluida e multicanal. Dentre os entrevistados, 64% esperam poder comprar de uma mesma marca em diferentes pontos de contato, como redes sociais, aplicativos e e-commerce. Inclusive, mais da metade (55%) afirmou que já utiliza redes sociais para realizar compras.
Embora o investimento em novas tecnologias seja bem-vindo, apenas 48% dos varejistas brasileiros afirmam já permitir uma jornada de compra e transações integradas entre canais online e offline. Outros 15% planejam fazer isso nos próximos 12 meses. A mesma proporção (15%) disse que planeja criar experiências exclusivas para os clientes nas lojas físicas.
Notas para editores
[*] Os aumentos percentuais foram calculados comparando aqueles que selecionaram qualquer opção de resposta “Sim” para o uso de IA em compras com aqueles que responderam que usaram IA para fazer compras pela primeira vez nos últimos 12 meses.
[1] Todas as respostas “sim” combinadas.
[2] Respostas “concordo totalmente” e “concordo um pouco” combinadas.
Metodologia de pesquisa
Consumidores
A pesquisa foi conduzida pela Censuswide com 41.089 consumidores (nat. rep.), acima de 16 anos, em Hong Kong, Índia, Malásia, Cingapura, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Irlanda, Noruega, Polônia, Portugal, Emirados Árabes Unidos, Estônia, Letônia, Lituânia, Austrália, Japão, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido, Brasil, México, Canadá e EUA (acima de 16 anos). Os dados foram coletados entre 26/02/2025 e 12/03/2025.
Comerciantes
A pesquisa foi conduzida pela Censuswide com 14.003 comerciantes de varejo, acima de 18 anos, no Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália, China, Hong Kong, Japão, Malásia, Cingapura, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Espanha, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Estônia, Letônia, Lituânia, Brasil e México. Os dados foram coletados entre 10/02/2025 e 12/03/2025.
A Censuswide respeita e emprega membros da Market Research Society (MRS), além de seguir seu código de conduta, bem como os princípios da European Society for Opinion and Market Research (ESOMAR). A Censuswide também é membro do British Polling Council.
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