Segundo uma matéria publicada na TechWorld em maio deste ano , o IDC estima que o volume de informações no mundo, deve crescer 44 vezes nas próximas décadas, a maior parte em função da computação na nuvem.
[private] A matéria cita ainda outro dado contido no relatório anual Digital Universe da EMC, indicando que, no último ano foram criados um volume de 0,8 zettabytes (ou 800 bilhões de gigabytes). Esse número representou um crescimento da ordem de 62% em relação ao ano anterior. Dois anos antes, esse mesmo relatório apontou um déficit na capacidade de armazenamento, o que na época causou agitação no mercado de TI.
Esse déficit e a questão do volume de dados criados anualmente, também foram apontados na apresentação de John Mancini no AIIM 2010. Foi usado inclusive o termo “tsunami” para ilustrar bem esta questão. Nessa mesma apresentação, foram mostrados vários pontos extraídos de uma matéria de capa da revista The Economist - edição de fevereiro de 2010 “The data deluge”, mostrando como esse dilúvio de informações deve ser gerenciado.
Ainda sobre este mesmo tema, foi citado na palestra do executivo da Google, de que não deveria ser descartada qualquer informação e que todas elas deveriam ser disponibilizadas para todos na empresa, ou seja, transparência total de informações.
A computação em nuvem também foi tema recorrente, e não só neste ano, como nos anos anteriores. E mais uma vez com a maioria dos estandes mostrando-se focados nesta solução.
Some-se a isso, a preocupação dos usuários com relação à qualidade das informações que são disponibilizadas para ser utilizadas em seus processos. Um relatório do Gartner e divulgado na Computerworld em janeiro deste ano, aponta que: “Com base em pesquisa realizada pelo Gartner de junho a agosto de 2009, 20% dos gestores de negócios classificaram como “pobres” as informações que recebem dos departamentos de TI. Assim, os CIOs cada vez mais serão cobrados por criar uma área específica para gestão de dados, dentro de suas equipes. Ainda de acordo com a consultoria, até 2013, 20% das organizações já deverão ter criado essa função”.
A questão que fica no ar é de como lidar com essa situação, onde o volume de informações cresce a cada dia, porém, essas são disponibilizadas de forma não produtiva e que não atendem ao negócio das corporações.
A resposta no quesito de busca e acesso, parece convergir para duas linhas: pela evolução das tecnologias das ferramentas de busca – Search Engines, em que a principal estrela nesse cenário atende pelo nome Google ou pela organização do conteúdo – Information Organization, onde entram em cena a criação de áreas específicas para gestão de dados e o envolvimento dos profissionais da informação.
Em se tratando de duas linhas opostas, a solução ideal, como na maioria dos casos, possa vir a ser uma solução intermediária, em que além de aprimorarmos as ferramentas de busca, também nos preocuparmos com a organização das informações, onde arquitetura da informação, taxonomia, ontologia, metadados, etc. são palavras-chave neste contexto.
No quesito para atender os gestores de negócios, não se pode deixar de focar na questão fundamental de também atender aos processos de negócios, ou seja, que as informações estejam disponíveis aos usuários de forma a garantir a maior eficiência na gestão dos negócios corporativos. E para isso, é fundamental o mapeamento e a melhoria de processos de negócio e de todos os documentos e registros relacionados.
E voltando aos conteúdos, uma iniciativa que pode ser uma terceira alternativa, pode ser vista no site wolfran alpha, alvo de matéria da Veja publicada em 2009, em que modelos matemáticos aliados ao uso de gráficos e tabelas buscam responder as mais variadas questões, oferecendo respostas diretas e não links onde estão os conteúdos desejados.
É a nuvem gerando tempestade de informações. Os negócios podem sofrer com essas inundações.
Informação certa, em tempo útil e para o processo/usuário devido. [/private]
* Texto escrito por Wilton Tamane, administrador de empresas especializado em sistemas e técnico em Eletrônica Industrial. Consultor na área de scanners e gerenciamento de documentos.