Em 2011 a expressão SoLoMo – Social, Local e Móvel – também referenciada por alguns autores como SoMoLo, torna-se conhecida por mostrar tendências da indústria para as formas de relacionamento com o cliente. Em seu Manifesto, a convergência das tecnologias associadas às redes sociais, a possibilidade de exploração da localização do cliente e o uso de recursos móveis são apresentados como o Santo Graal para áreas de marketing no que tange a novos canais de relacionamento.
Na prática, em menos de dois anos já estamos sentindo algumas das consequências disso. Sem entrar no mérito do valor do Facebook, já é oferecida a internet banking no Brasil nesta plataforma desde março de 2012. O número de usuários já supera os 47 milhões e é o segundo país no ranking.
Do ponto de vista de Local, o Brasil está oficialmente na mira de empresas como o Foursquare. A adesão de organizações brasileiras novamente é tão alta que chama a atenção mundialmente. E, no que diz respeito ao uso de dispositivos móveis, os dados do Brasil também o colocam entre os primeiros. Segundo estatística publicada na Wikipedia, o Brasil está em quarto lugar em números absolutos, com um percentual de 130% de telefones celulares para a sua população.
Se houvesse um indicador de SoLoMo, o Brasil provavelmente estaria entre os três maiores no mundo. E o que isso significa? De início, realmente tirar proveito desta tendência através do desenvolvimento de aplicações que permitam aos usuários não só ter acesso ao conteúdo estruturado e não estruturado por estes canais, mas também alimentar bases. Os dispositivos móveis com suas câmeras e software de melhoria de imagem são scanners cada vez mais sofisticados, permitindo a geração de imagens de documentos multipágina em formatos padronizados.
No sistema financeiro americano, a captura de cheques com o uso de celulares é uma realidade desde 2010 quando os bancos e instituições como o PayPal passaram a permitir este tipo de transação. Outro exemplo é a elaboração de relatórios de despesas de viagem com a captura da conta a ser lançada no momento de sua entrega. A SAP disponibiliza aplicação integrada ao seu ERP para isso. Os profissionais do mercado de EIM devem ajudar as organizações a suportar este tipo de canal, pois o desafio da gestão desta documentação física continua, já que no Brasil ela ainda precisa ser armazenada em decorrência da vergonhosa falta de legislação.
Por outro lado, vem a questão da disponibilização de conteúdo. Se o usuário pode entregar conteúdo a qualquer momento, de qualquer lugar, através de novos meios, é óbvio que ele também quer receber conteúdo igualmente. E o desafio apresentado aos gestores dos acervos de documentos no Brasil é permitir isso através da definição de políticas de gestão documental definitivamente alinhadas com as estratégias de negócio de sua organização, fazendo com que os arquivos façam parte dela.
Afinal, nesta nova realidade, o conteúdo precisa estar onde o cliente está. E sem conteúdo não tem negócio!