A automação está passando por uma transformação profunda, impulsionada pelo avanço dos agentes de inteligência artificial (IA) capazes de operar de forma autônoma, interagir com sistemas complexos e colaborar com humanos. Esse movimento, que muitos especialistas consideram a próxima fronteira da automação, foi o centro das discussões no UiPath DevCon 2025, realizado na Índia, onde a empresa debateu tendências e inovações voltadas para consolidar a automação agêntica nas empresas.
Para a UiPath, empresa líder global em automação agêntica, o deslocamento da automação de tarefas repetitivas para processos que exigem capacidade adaptativa, contextualização e tomada de decisão autônoma é uma tendência global. O avanço dos modelos fundacionais de IA e o barateamento do hardware criaram as bases para essa nova fase.
Segundo estudo da consultoria Gartner, até 2026, 30% das empresas irão automatizar mais da metade de suas atividades de rede, o que representa um aumento significativo em relação a menos de 10% registrados em meados de 2023.
“A tecnologia está deixando de apenas simular ações humanas para começar a simular aspectos do pensamento e da decisão”, sintetiza Daniel Dines, fundador e CEO da UiPath.
Tendências que moldam a automação em 2025
Com base no atendimento a mais de 10 mil clientes em diferentes economias, incluindo o Brasil, a UiPath aponta três grandes tendências para a tecnologia:
- Convergência entre IA e automação: de soluções isoladas para tarefas específicas, a automação passa a ser um ecossistema coordenado de agentes de IA, robôs e humanos, operando de forma orquestrada, dinâmica e segura.
- Adoção de arquiteturas abertas e interoperáveis: frrente à complexidade crescente dos ambientes corporativos, ganha força a ideia de orquestração de múltiplos agentes, independentemente da plataforma ou linguagem.
- Ascensão da automação sem código e por linguagem natural: a maturidade dos modelos de IA generativa está viabilizando ferramentas que permitem a criação de automações por meio de descrições em linguagem natural, democratizando ainda mais o acesso e acelerando ciclos de desenvolvimento.
“Neste contexto, a automação agêntica se mostra como uma evolução necessária frente à complexidade dos processos empresariais contemporâneos, onde múltiplos sistemas e dados interagem em fluxos que exigem interpretação, adaptação e decisão contínua”, diz Edgar Garcia, vice-presidente da UiPath para a América Latina. “Por isso nossa plataforma de orquestração foi totalmente pensada para ambientes que integram diferentes tipos de agentes e sistemas”, completa.
Aderir à automação agêntica, de forma inteligente e segura, significa permitir a criação de agentes personalizados com baixo código e, ao mesmo tempo, dar suporte a agentes codificados, ampliando a flexibilidade para os desenvolvedores. Para a UiPath, esse movimento, que democratiza a automação para diferentes plataformas, requer governança de dados em tempo real.
“Com o avanço da tecnologia agêntica, a automação deixa de ser um conjunto de scripts estáticos para se tornar o que especialistas chamam de “sistemas vivos”, ou seja, fluxos de trabalho que se adaptam em tempo real, integrando decisões humanas e ações autônomas. Nesse modelo, a governança e a confiabilidade tornam-se prioridades para evitar riscos e garantir escalabilidade. As empresas devem estar atentas a isso”, alerta Edgar.
Reflexos no mercado de trabalho e na cultura organizacional
A consolidação da automação agêntica traz questões importantes para o futuro do trabalho. O deslocamento das automações para tarefas mais cognitivas e adaptativas deve provocar mudanças nas funções humanas, reforçando a necessidade de qualificação em gestão de agentes, supervisão de fluxos complexos e uso estratégico de IA.
“Por outro lado, quem aderir à automação agêntica com plataforma adequada poderá obter ganhos significativos em eficiência, resiliência e inovação, preparando-se melhor para um ambiente de negócios cada vez mais volátil e orientado por dados”, opina Edgar.
Imagem: UiPath