Inteligência Artificial: Desbravando o Futuro com Poder e Precaução

Por Cynthia Catlett, VP da CRA no Brasil.

Os riscos associados ao uso de inteligência artificial (IA) trazem preocupações significativas que merecem atenção. Embora as respostas específicas possam variar, podemos considerar alguns cenários de aviso.

Um dos principais riscos é a questão da confidencialidade. O uso da IA envolve o compartilhamento de uma grande quantidade de dados, incluindo informações confidenciais. Isso pode comprometer o princípio da privacidade, conflitando com regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (GDPR).

Para ilustrar esse risco, vamos considerar o exemplo de um profissional trabalhando em um projeto confidencial de uma empresa que decide usar IA para inserir informações sobre um protótipo. Ou mesmo um executivo lidando com informações que não podem ser compartilhadas publicamente, mas podem ser facilmente inseridas pelo profissional em uma ferramenta de IA. Que nível de confidencialidade estas plataformas asseguram?

Outra preocupação levantada pelos críticos da IA ​​é a facilidade de criar perfis falsos e espalhar notícias falsas. Em um mundo cada vez mais polarizado e com poucos mecanismos eficazes para combater a disseminação de notícias falsas, é preciso cautela, além de contar com consórcios de verificação de informações. Além disso, considerando a velocidade com que essas ferramentas geram conteúdo, com que eficácia seremos capazes de combater informações imprecisas ou enganosas?

A propriedade intelectual também apresenta uma área de risco, principalmente porque a IA tem sido usada para recriar vozes de artistas de entretenimento global. Alguns artistas, como Grimes, demonstraram apoio ao compartilhamento de royalties de músicas geradas por IA. No entanto, outros, como o rapper canadense Drake, encontraram problemas com músicas atribuídas a eles, mas geradas por IA. Plataformas como o Spotify, que compartilham músicas geradas por IA, estão fortalecendo as medidas de controle e removendo essas músicas da plataforma. Nesse contexto, os advogados de propriedade intelectual precisam estar preparados para os desafios que podem surgir.

Um aspecto menos discutido, mas fundamental, é a possibilidade de criar códigos de malware por meio da IA. Além disso, a IA pode ser usada para produzir mensagens de phishing destinadas a roubar dados, aumentando a necessidade de medidas adequadas de segurança cibernética para mitigar o risco.

Os avanços na IA são impressionantes, mas toda inovação ainda precisa ser cuidadosamente estudada, debatida e monitorada de perto por todas as partes interessadas. Neste admirável mundo novo, não podemos ignorar os riscos que permeiam cada decisão e ação.

Apesar dos alertas e preocupações levantadas em relação ao uso da IA, é fundamental reconhecer que essa tecnologia também oferece inúmeros benefícios e oportunidades. As discussões em torno da IA ​​continuarão a dominar as conversas entre profissionais, sob aspectos positivos, negativos e construtivos. Embora seja crucial entender e lidar com os riscos associados, devemos manter uma perspectiva cautelosamente positiva sobre o potencial transformador dessa ferramenta.

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