Para alcançar esses resultados, TI deve atuar de forma estratégica e colaborativa com a gestão, fornecendo subsídios para insights de negócios
A tecnologia na Saúde promove resultados que aliam segurança do paciente e retorno financeiro - a dupla que é o sonho de muitas instituições. Mas algumas ainda não entenderam que, para alcançar essa meta, investir em inovação não basta - a tecnologia da informação (TI) precisa ser estratégica para fazer a diferença.
A frase, curta e polêmica, é do articulista de Harvard Nicholas Carr. Ele destaca que, na era da transformação digital, a TI é tão comoddity quanto energia, internet ou outro insumo qualquer - ou seja, não se trata mais de um diferencial, mas sim de uma ferramenta essencial para as organizações de Saúde. Para que haja, de fato, esse diferencial, o departamento deve ir além do perfil técnico, contribuindo para gerar insights de negócio. Na prática, é o mesmo que dizer que o profissional não deve ser chamado só quando o computador não funciona, mas sim em todos os momentos estratégicos. É ele, inclusive, quem trabalha os dados que vão apoiar as decisões.
Por isso, a gestão da informação é fundamental para as organizações do futuro: ela traz a segurança do paciente, a inteligência dos processos e a eficiência dos recursos. Nesta edição da Feira Hospitalar, realizada em maio, isso ficou ainda mais evidente. O evento trouxe muitos lançamentos voltados à mobilidade, uma exigência cada vez maior tanto dos gestores quanto dos próprios pacientes: pesquisa da Ipsos aponta que 69% da população mundial não se imagina em um cotidiano sem celular ou aplicativos.
Mesmo assim, não basta desenvolver um app apenas para dizer que tem um. Se ele não trouxer assertividade ao dia a dia do usuário, vai ser o primeiro deletado quando faltar espaço no smartphone - ou, simplesmente, não será utilizado da maneira esperada, dificultando o alcance dos resultados. Sem usabilidade e entendimento dos motivos pelos quais a inovação é adotada, há pouco (ou nenhum) engajamento dos colaboradores, que são os responsáveis por gerar os dados que levarão a organização a alcançar os resultados almejados.
Quer um exemplo? Um aplicativo que automatiza todos os procedimentos envolvidos na preparação de uma cirurgia torna menos burocrático e mais inteligente esse processo. A tecnologia possibilita acesso, na palma da mão e em qualquer lugar, a informações de rastreabilidade dos pacientes, censo do centro cirúrgico, pendências antes do transporte de pacientes, preenchimento de protocolos de segurança, e acesso às informações de cirurgias e aos prazos de realização dos procedimentos. Tudo isso facilita a comunicação entre as equipes envolvidas e traz eficiência na gestão hospitalar, já que com os dados reunidos é possível extrair indicadores que servem de subsídio para a avaliação da qualidade e da produtividade.
O aplicativo já existe, mas a segurança do paciente, a inteligência desse processo e a eficiência do cuidado só serão alcançadas se gestão e pessoas forem envolvidas desde o início da implantação, com um olhar sobre o todo e com o objetivo principal de cuidar de vidas. Com os dados dos apps e sistemas sendo coletados e organizados sistematicamente, será possível, num futuro muito próximo, a aplicação da inteligência artificial como ferramenta de apoio à decisão clínica - o que revolucionará a forma como as doenças são tratadas, permitindo agilidade e preditividade. O modelo que alia gestão, tecnologia e pessoas é o que certamente nos ajudará a chegar lá.
[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2017/03/Ubirajara-Maia-thumbnail.jpg[/author_image] [author_info]Ubirajara Maia
CTO na MV S/A[/author_info] [/author]