Por Rodrigo Gazola, CEO e fundador da ADDEE
Houve um tempo em que as empresas tinham de se concentrar apenas em sua oferta principal – vender sapatos, fazer o melhor bolo ou dar o melhor aprendizado aos alunos de idiomas. No entanto, a forma como o ecossistema digital evoluiu tornou imperativo que as empresas expandissem o seu alcance, melhorassem seus processos e dessem foco dedicado à experiência do cliente. Tudo isso, de muitas maneiras, transformou cada negócio em um negócio dependente da tecnologia.
Para gerenciar essa nova forma de operação, desde encontrar o melhor software, conectá-lo aos sistemas existentes e acompanhar os resultados, muitas empresas, principalmente, as pequenas e médias, investem em serviços gerenciados de tecnologia, ou os MSP’s da sigla em inglês, e parcerias de suporte para terceirizar suas necessidades de infraestrutura de TI, dando à sua equipe interna o espaço para se concentrar no crescimento do negócio principal.
Computação em nuvem, licenças de software, requisitos de sistema, regulamentações do setor, VOIP, atualizações de aplicativos, substituições de hardware. É tudo demorado, cada vez mais complexo - e mais caro. Estabelecer e manter uma equipe de TI interna completa envolve salários em tempo integral, benefícios, espaço de escritório, equipamentos, treinamento contínuo etc.
Toda essa complexidade, em contraponto com as rápidas respostas que o mercado exige, faz com que a tecnologia da informação cogerenciada, o chamado co-managed de TI, seja uma forma de garantir que as empresas de todo o porte, inclusive as grandes, tenham equipes qualificadas, flexíveis e acessíveis para atender seus interesses em todos os momentos.
O co-managed é uma tendência de mercado para o gerenciamento de serviços de TI, em que os provedores de serviços gerenciados (MSPs) dão suporte às equipes internas de TI de organizações maiores com algumas, mas não todas, responsabilidades.
Importante ressaltar que o co-managed de TI não é a mesma coisa que um serviço totalmente terceirizado. Trata-se de um verdadeiro modelo de parceria, em que o provedor trabalha de mãos dadas com o departamento interno de TI em objetivos comuns. Entregue sob um contrato de longo prazo e não com base em projetos, essa parceria pode assumir inúmeras formas, dependendo das necessidades do empreendimento.
Normalmente, os MSPs são chamados para fornecer experiência, recursos, escalabilidade e agilidade adicionais — um par extra de mãos — em uma área específica e claramente definida, seja fornecendo serviços de helpdesk de TI, dando suporte geral aos pontos levantados pelos usuários, ou cuidando da rede, monitorando e gerenciando os dispositivos, ou até mesmo gerenciando as operações de segurança, monitorando vulnerabilidades, entre outras atividades.
O acordo pode abranger qualquer coisa, desde pessoal emprestado e suporte técnico no local até monitoramento e gerenciamento remotos, consultoria estratégica e treinamento – em suma, qualquer coisa que um MSP já tenha em sua pilha.
O gerenciamento eficiente de TI não é um trabalho de uma ou de duas pessoas. Portanto, a equipe de TI e a equipe de MSP devem trabalhar juntas para gerenciar tarefas diárias, bem como solucionar problemas maiores relacionados à estrutura e segurança geral de TI. Dessa forma, a gerência e a equipe da empresa podem se concentrar em administrar e expandir os negócios, em vez de se preocupar com a ameaça de violações de dados, as atualizações e gerenciamento de patches e uma série ilimitada de outras ameaças.
Um modelo de alocação típico geralmente tem os recursos internos de TI focados em suporte de equipe, gerenciamento de banco de dados e segurança de aplicativos, enquanto o MSP é dedicado ao desenvolvimento e gerenciamento de sites, backup e recuperação de dados, segurança de e-mail e teste de aplicativos.
Em conclusão, o co-managed de TI pode ajudar a maximizar a produtividade das organizações, aumentando seus recursos conforme necessário. Trabalhar com um MSP dessa maneira pode ajudar as empresas a responder com mais rapidez e flexibilidade às necessidades de TI, sem ter que gastar tempo contratando e treinando pessoal interno extra. Pode ser uma maneira econômica e segura de preencher lacunas de habilidades internas, especialmente quando o MSP tem experiência comprovada em uma área importante, como o monitoramento de ameaças, o gerenciamento da infraestrutura ou até mesmo questões relacionadas à nuvem.
Além disso, a escassez contínua de profissionais habilitados no setor de TI significa que ainda é difícil encontrar e reter talentos.