*Por Edson Sayeg
O Big Data tem um potencial imenso que já revoluciona os negócios das empresas na era digital, reunindo grandes quantidades de informações para analisá-las num instante e chegar a incríveis conclusões, melhorando a tomada de decisão, o que consequentemente, gera lucro em áreas antes não imaginadas. Entretanto, quando trazemos este movimento para o segmento de Utilities, o mercado volta e meia se vê diante de duas perguntas crucias: Big Data é uma solução para o problema do meu negócio? E se elas existem, estão focadas no business?
Há uma nova geração de tecnologias e arquiteturas projetadas para extrair valor de grandes volumes e variedades, em uma exponencial velocidade de capturas, análises e descobertas.
Para se ter uma ideia da montanha de dados, 400 milhões de tweets são enviados por dia, 30 bilhões de conteúdos são compartilhados todos os meses no Facebook, 4 bilhões de horas de vídeo são assistidos no Youtube todos os meses e mais de 6 bilhões de pessoas possuem celular. Trazendo esses números do mercado geral para as concessionárias, o cenário não é diferente, já que a quantidade de dados gerados diariamente também está na ordem de algumas dezenas ou centenas de Terabytes.
Se a organização souber como utilizar seus dados, poderá antecipar algumas ações, tais como beneficiar seus produtos; controlar e cortar gastos desnecessários; melhorar a produção (produzir mais em menos tempo); evitar desperdícios de recursos e analisar mais profundamente os seus concorrentes.
Se olharmos para as concessionárias de energia elétrica, este volume de informações que trafegam na rede podem ser utilizados para a antecipação de ocorrências. Como exemplo podemos citar a melhoria na fiscalização, nos cortes de energia, assim como na rota e nos serviços estabelecidos para as equipes de campo.
O conceito trazido pelo Big Data poderá executar projetos com análises de dados disponíveis dentro da empresa, no próprio banco de dados, e terá a oportunidade de criar novos negócios. Para isso, um dos grandes desafios diz respeito à criação e sofisticação de algoritmos para análise preditiva dos dados e, posteriormente, o desenvolvimento de uma análise prescritiva deles. Nesta linha de raciocínio, podemos citar como benefício para o mercado de energia elétrica a melhoria na assertividade de detecção de fraudadores de energia, pois com mais dados e variáveis para poder analisar, consequentemente haverá mais capacidade de processamento e de aprimoramento dos algoritmos para precisar com mais eficiência onde isso está ocorrendo.
E os benefícios não param por ai. O volume de informações disponíveis na rede poderá apoiar ações preventivas de podas de árvores, visando redução de perdas elétricas, assim como o monitoramento da rede de transmissão, incluindo variáveis climáticas que fornecem maior precisão para a manutenção e o preparo do time de campo, sem contar a gestão dos turnos e os controles de materiais para diminuir os gastos. Tudo isso resultará num resultado mais eficiente de prestação de serviço e, consequentemente, a satisfação do consumidor.
Acredito que o sucesso de um projeto de implantação de Big Data depende do cumprimento de algumas regras básicas, tais como ter uma equipe dedicada e conhecedora do negócio, incluir um profissional que está surgindo no mercado, o Cientista de Dados (Data Scientist), implementar iniciativas pequenas nos primeiros projetos, mostrar resultados à alta gestão e presidência e, somente após consolidar as etapas anteriores, parta para o desafio de projetos maiores.
A área de inovação poderá ser um apoio excepcional para materializar este conceito, pois um dos seus principais objetivos é ajudar as empresas nos projetos de Big Data. Essas soluções inovadoras permitirão às empresas extrair o máximo valor dos seus dados com a capacidade de transformá-los em uma visão de negócios. Acreditamos que as oportunidades existem, mas exigem criatividade.
Edson Sayegé diretor da área de Inovação Tecnológica da Sonda Utilities, divisão de soluções para os setores de energia, saneamento e gás da Sonda IT, maior integradora latino-americana de soluções de Tecnologia da Informação.