A cibersegurança tornou-se um assunto ainda mais importante para as empresas de tecnologia nos últimos dois anos, após a chegada da pandemia e a aceleração dos processos de digitalização que a maioria das marcas tiveram de passar para se adequar às novas formas de trabalho, como o home-office.
O Brasil é conhecido por ser um dos países que mais sofrem com ataques cibernéticos no mundo. Um estudo realizado pela empresa de segurança digital Avast, mostra que os ataques cibernéticos cresceram 92% em 2021 em comparação a 2020. Para exemplificar em números, o país sofreu mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2021.
“Além de muitas vezes faltar mão de obra no país, o Brasil conta com um problema estrutural de tecnologia, então apesar de estarmos crescendo no cuidado com a cibersegurança, não temos as ferramentas necessárias que impeçam esses ataques cibernéticos de acontecer”, explica João Gabriel, desenvolvedor e Head de Tecnologia da Ideen.
Avanço no ranking de cibersegurança
De maneira geral, o país tem evoluído de forma significativa nesta área do mundo tech, saltando posições no ranking global de cibersegurança. Entre os 194 países analisados pela União Internacional de Telecomunicações, agência ligada à Organização das Nações Unidas, o Brasil ocupa a 18° posição mundial e a 3° posição nas Américas.
Apesar do salto no ranking, a falta de profissionais para ocupar as diversas vagas que surgem ainda se mostra um problema. Segundo o ISC (International Security Conference & Exhibitions), o Brasil tem um déficit de 441 mil profissionais em cibersegurança.
João, que é Top Voice do LinkedIn e influenciador nas redes sociais, destaca que apesar do aumento da demanda, os profissionais de tecnologia têm buscado oportunidades condizentes com o nível de remuneração e trabalho: “Por se tratar de uma área tão importante para o funcionamento de qualquer empresa atualmente, e por envolver diretamente a segurança de milhares de dados, os profissionais deste setor estão procurando empresas que possam dar as condições ideais para isso”, comenta João.
Ataques à grandes empresas reforçam necessidade de profissionais da área
Em 2021, grandes empresas de diversos setores sofreram com ataques cibernéticos, deixando seus clientes expostos, e muitas vezes, os sistemas inoperantes.
Mesmo com o avanço da LGPD no país, que há pouco tempo se tornou um direito constitucional e das estruturas tecnológicas, no início de 2021, cerca de 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados após um ataque cibernético. Além de empresas, órgãos públicos também tiveram problemas em se proteger contra estes ataques.
Um dos casos de maior repercussão ocorreu no último ano, quando o Ministério da Saúde sofreu ataques hackers que impossibilitaram o acesso sobre os números da evolução da pandemia naquele momento. Além disso, o aplicativo ConecteSus também deixou de operar, impossibilitando o acesso aos comprovantes de vacinação contra a Covid-19 pelo aplicativo.
“Precisamos pensar em mecanismos que possibilitem um melhor ambiente para que o profissional de cibersegurança seja valorizado e, em consequência disso, conseguir ter pessoas mais atuantes nesta área para proteção contra esses grandes ataques cibernéticos.”, finaliza o desenvolvedor.