O que analisar antes de habilitar “pessoas móveis”?

* por Juan Pablo Jimenez

Constantemente, ouvimos falar de mobilidade. Espaço de trabalho móvel, mobilidade empresarial e trabalhar com dispositivos móveis e aplicações corporativas são alguns dos conceitos que indicam mudanças na ideia atual de trabalho. Essas modificações acontecem na tecnologia, mas o fundamental desta nova concepção são as pessoas. Habilitar "pessoas móveis" implica em obter uma combinação perfeita entre infraestrutura de TI, cultura organizacional e o papel dos funcionários, o que envolverá diversos departamentos.  Juan-Pablo-Jimenez-citrix-itusers

 

Funcionários: o tipo de trabalho determina como utilizar a mobilidade.

A mobilidade corporativa é, definitivamente, uma modalidade para todo tipo de empresa, mas não para todos os funcionários. A função de cada empregado determinará quais e quantas ferramentas serão necessárias para que possa trabalhar em qualquer lugar e com qualquer dispositivo. Caberá a cada departamento identificar e fornecer as soluções que permitam executar suas tarefas e elevar a produtividade. Por exemplo: funcionários que necessitam de acesso remoto, empregados com horários de trabalho flexíveis, executivos que viajam constantemente, funcionários de diferentes hierarquias, colaboradores que precisam acessar informações na rua ou no escritório do cliente, empregados que cumprem horários fixos.

De alguma maneira, todos os funcionários tornam-se móveis ao sair da empresa e algumas vezes (ou sempre) necessitam ler algum e-mail, enviar ou salvar um arquivo. Neste sentido, a empresa deverá avaliar o acesso formal à informação para todos os funcionários, estando ciente que, à medida que cresce o conhecimento tecnológico, as novas gerações estão cada vez mais preparadas para dar a si mesmas um acesso informal aos dados que necessitam.

 

 

 Infraestrutura: como fazer com que a mobilidade seja benéfica para todos?

Para oferecer mobilidade às pessoas e garantir a proteção das informações é preciso contar com as tecnologias necessárias para fazê-la de forma eficiente e segura. Todos os benefícios de ter pessoas móveis podem tornar-se um problema se não contar com o planejamento adequado e as ferramentas necessárias.

Atualmente, tecnologias como virtualização de aplicações e desktops, administração de dispositivos e aplicativos móveis, aplicações nativas de produtividade móvel, ferramentas para compartilhar e sincronizar arquivos corporativos, otimização de WAN e soluções para possibilitar a administração e suporte completo para aplicações, desktops e infraestruturas móveis são fundamentais para criar um espaço de trabalho móvel. Entretanto, o foco do departamento de TI não deve concentrar-se em mobilizar dispositivos e sim em dar mobilidade às pessoas; este é um conceito muito mais centralizado e o próprio usuário possibilitará utilizar a tecnologia de forma estratégica para impactar positivamente os negócios da empresa e garantir qualidade na utilização para os funcionários.

 

Cultura: permitir ou não permitir, eis a questão.

Antes de pensar em identificar e classificar os funcionários e qual tecnologia implementar, é preciso verificar se a empresa permitirá as mudanças que a mobilidade traz. Isso implicará, em muitos casos, em deixar para trás aqueles modelos tradicionais mais rígidos que exigem que o profissional esteja constantemente em um determinado local físico, para depois contemplar outras modalidades mais produtivas e, portanto, outras formas de liderança e outras maneiras de mensurar e avaliar o desempenho dos funcionários.

Pessoas e espaços de trabalhos móveis implicam em acessar informações fora do escritório e, possivelmente, a partir de dispositivos pessoais, utilizando redes nem sempre seguras; uma menor presença de funcionários fixos no escritório e ainda transferi-los para lugares onde eles consideram que é mais produtivo trabalhar. Se a empresa permite a opção de trabalho remoto ou dá maior flexibilidade de horário terá funcionários que na maior parte do tempo não estão no ambiente "seguro" da companhia. Está claro que o espaço de trabalho móvel acarreta vários desafios, mas é muito importante que a cultura organizacional e o estilo de liderança das equipes acompanhem esta mudança e se adaptem de uma maneira benéfica e segura para a empresa.

Concluindo, a mobilidade chegou para ficar e os profissionais mais jovens valorizam a flexibilidade no trabalho e a possibilidade de realizar suas tarefas sem que estejam atreladas a um local físico específico. Preferências que, em breve, se transformarão em pré-requisitos para seus empregadores e em condições para realizar ou não um determinado trabalho. Mas, para obter sucesso na política de mobilidade corporativa, é essencial observar os três aspectos mencionados antes de investir em um projeto de mobilidade.

 * Juan Pablo Jimenez é Vice-presidente da Citrix para América Latina e Caribe

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