A precarização dos processos nas empresas

A precarização dos processos nas empresas

Muito tem se falado sobre os impactos da crise econômica brasileira. A queda na receita,  o desemprego, encolhimento das margens de lucro, mas nada tem um efeito tão desastroso como a precarização nos processos das empresas. Precária é a condição de algo insuficiente. Não são ferramentas, máquinas, equipamentos e insumos, a que me refiro. Vejo algo bem pior: os processos!

A redução de headcount obrigou a descontinuidade de várias atividades que asseguravam a qualidade dos produtos e serviços. Com isto, a segurança do processo ficou comprometida.
A queda da qualidade é reflexo direto da extinção dos cargos de gerentes de projetos, PMOs e analistas. Isto, sem sombra de dúvida, repercute na implantação de novos serviços que  contemplam apenas as operações básicas. Junto com a extinção destas funções, vão embora os testes das brechas de segurança, a previsão de usuários inexperientes e o tratamento dos erros nos sistemas. Estas atividades foram delegadas para os desenvolvedores que passam a ter contato direto com os usuários. Um desenvolvedor prima por um código enxuto, de simples manutenção. Cabe aos analistas prever as vulnerabilidades de sistemas.  

O efeito mais dramático desta crise é a descontinuidade das rotinas de validação e conferência. Por exemplo, ao adotar o cadastro online, na busca da redução custo do processo, é fundamental ter uma rotina que confronte a quantidade de cadastros abertos com o upload dos documentos. Usualmente os sistemas só permitem concluir o processo com o ‘”envio” dos documentos, mas não há uma segurança que os documentos foram armazenados corretamente no repositório final. Ou ainda, com a digitalização de documentos é fundamental ter uma rotina que valide a quantidade de arquivos capturados X arquivos publicados no GED/ECM.

Estas atividades foram consideradas desnecessárias, deixando uma lacuna de insegurança. A empresa perde o domínio do que possui e do que deveria possuir. A situação se agrava com a resistência da crise. Lá se vão quatro anos convivendo com esta realidade.

A receita vai subir, os empregos vão retornar, as margens de lucro vão aumentar, mas esta lacuna será mantida.

 

[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Elanie-restier-thumbnail.jpg[/author_image] [author_info]Elaine Restier

Diretora da Organizator Consultoria em Informação[/author_info] [/author]

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