A Computação em Nuvem - ou Cloud Computing - criou uma disruptura e veio para acelerar o processo de inovação tecnológica nas corporações. Mas para obter bons resultados com esta mudança é preciso ter uma estratégia para que o uso do Cloud Computing esteja alinhado com a estratégia de negócios da empresa.
O melhor caminho para isto é entender como se beneficiar com o uso desta ferramenta, definindo uma estratégia que delimite este tema. Afinal, ele é um dos principais pilares para a rápida adoção e uso de novas aplicações.
Em suma, Computação em Nuvem significa poder trocar CAPEX por OPEX e usar infraestrutura como serviço, pagando pelo que usa e quando usa, e deixando de se preocupar com questões que envolvem a propriedade de infraestrutura, incluindo espaço físico, energia e pessoal especializado para manter o ambiente. Ele é também o catalisador para a adoção dos benefícios do uso das mídias sociais, Big Data e mobilidade.
Algumas empresas criaram um estereótipo com relação ao Cloud Computing muito parecido com a adoção do uso da Internet para fins corporativos, ou seja, não queriam assumir os riscos e consequentes benefícios proporcionados pela tecnologia. O fato é que, como aconteceu com a popularização do uso da Internet, será inevitável incluir o uso desta tecnologia de maneira cada vez mais abrangente em sua corporação.
Mas, por onde começar? O ideal é começar listando os objetivos de negócio. Cada um destes objetivos depende de um grupo de processos que, por sua vez, dependem de aplicações. Em seguida, é imprescindível avaliar o grau de interdependência entre as aplicações, o nível de customização de cada uma e o tipo de tecnologia usado no desenvolvimento delas.
Além disso, é necessário envolver as áreas pertinentes e montar um planejamento para a adoção do Cloud Computing em etapas, discutindo internamente por onde começar. Não há uma regra fixa para isto: é possível usá-lo inicialmente em um ambiente de desenvolvimento e teste, por exemplo, avaliando em laboratório como as aplicações da empresa irão funcionar no ambiente e quantos recursos serão necessários antes de colocá-lo em produção e estar sujeito à alta disponibilidade, ou começar pelo uso de aplicações consagradas no Cloud Computing, como ferramentas de colaboração e CRM.
As empresas devem, ainda, incluir as áreas de governança e jurídica no processo e considerar as certificações necessárias para estar em conformidade com as normas da corporação e do setor. Por exemplo, a certificação SAS 70 atende às normas contábeis americanas USGAAP e à seção 404 da lei Sarbanes-Oxley, o que é muito importante, principalmente se a empresa tiver ações listadas na bolsa de valores.
Recomenda-se, finalmente, envolver a área de TIC neste planejamento. Tem se tornado comum em algumas empresas as áreas de negócios tomarem a dianteira e começarem a usar aplicações sem incluir as áreas técnicas e administrativas das empresas, tal é a facilidade de começar a usar aplicações em Cloud Computing. Este comportamento, entretanto, não é adequado, já que iniciativas como esta estão alinhadas com a necessidade de negócio, mas desconectadas com a estratégia da corporação como um todo. A responsabilidade pelo uso de aplicações e tecnologias da informação e comunicação é da área de TIC, pois eles continuam sendo os especialistas e, deste modo, os mais indicados a aconselhar o uso de novas tecnologias.
O importante é ter em mente que o uso do Cloud Computing depende de uma estratégia corporativa, e não de uma estratégia departamental ou isolada. Por isso, é necessário envolver as diversas áreas da corporação e discutir abertamente e de maneira integrada o que significa usar e o que significa ignorar esta tecnologia do ponto de vista dos objetivos de negócio que a empresa visa alcançar.
Antonio Carlos Guimarães, da Fujitsu do Brasil