A Internet das Coisas está muito mais próxima do que você imagina. Mais do que um produto ou software, o Internet of Things (IoT) é a capacidade de se receber informações, analisá-las e gerar uma ação automatizada com elas, sem a intervenção direta de um ser humano. Simplificando ainda mais esse conceito, a IoT diz respeito à máquinas captando informação e, com isso, gerando uma reação. Parece familiar?
Pense em quando você vai passar pelo pedágio, mas não precisa parar em uma das cabines porque você instalou no seu carro um dispositivo de pagamento eletrônico. Você entra na baia certa, diminui a velocidade e, quando o dispositivo no seu carro encontra o dispositivo do pedágio, a cancela levanta automaticamente. Esse é um exemplo simples de como a Internet das Coisas já está presente nas nossas vidas. Na verdade, a IoT já existe há muito tempo, mas seu conceito como conhecemos está sendo estabelecido apenas agora.
Falando em empresas, a IoT pode trazer inúmeros benefícios. No mundo todo, empresas já utilizam a análise de dados de Big Data para economizar energia, medir suas vendas e resolver todo tipo de problema. E aqui afirmo algo que nem todos sabem: implementar a IoT dentro das empresas não é um processo complexo. Isso depende muito do tipo de solução desejada e o volume de dados a ser analisado.
A utilização da IoT é totalmente adaptável. Você pode ter soluções que gerem insights em dashboards sobre a velocidade dos trens do metrô de acordo com a quantidade de pessoas que ele está levando. A IoT serve tanto para gerar dados quanto pegar esses dados e gerar ações, imediatas ou futuras.
Por trabalhar com um número extenso de dados, e depender totalmente de comunicação via internet, as soluções de IoT são desenvolvidas para ter uma certa tolerâncias às falhas de comunicação. Imagine um sistema responsável por contar quantos veículos passam por uma determinada avenida para no futuro melhorar o trânsito local. Se ele tiver algum problema é preferível que ele contorne essa situação e volte a realizar a contagem - mesmo que seja com alguns veículos a menos - do que parar tudo para tentar descobrir qual foi o problema e concertá-lo.
Claro que isso é adaptável para cada solução pretendida. Se for essencial realizar uma contagem minuciosa, ele fará. Se o mais importante for conseguir os mais diversos dados para criar uma média, ele fará. O sistema não precisa ser a prova de falhas, mas precisa contornar a falha e continuar o seu trabalho.
Outro dado que julgo interessante, é a capacidade de preditiva da tecnologia. Através de modelos matemáticos desenvolvidos para fazer esse tipo de análise, o sistema colhe dados e faz previsões de situações futuras. Para isso, é possível pegar dados de diferentes fontes e uní-los para, através do analytics, obter diversas previsões.
Para se utilizar a IoT dentro de uma empresa, três itens são essenciais: sensores para gerar os dados, Big Data para receber essas informações e o analytics ou Business Intelligence, para entender esses dados e gerar as ações. Empresas de Tecnologia da Informação já oferecem pacotes para instalar esse conjunto no cliente, podendo começar do zero ou adaptar e unificar a tecnologia IoT com os softwares já utilizados pela empresa.
As coisas ainda são incertas, mas a expectativa é que até 2020 tenhamos um número cinco vezes maior de dados sendo gerados. E o mais interessante é que a maior parte dessas informações não serão geradas pelo homem, mas por máquinas automatizadas.
Diversos setores estão cada vez mais interessados nessa tecnologia. Alguns exemplos são as seguradoras de veículos, planos de saúde e empresas do ramo de mineração. As seguradoras podem analisar dados recebidos através de um dispositivo instalado nos carros de seus segurados para analisar como é a conduta daquele motorista. Se considerar interessante, pode conceder um belo desconto para aqueles que praticam a direção segura. Os planos de saúde podem analisar os dados dos diversos gadgets vestíveis que já existem no mercado para, por exemplo, oferecer pontos a cada vez que o beneficiário faz exercícios físicos e criar um programa de premiação para os mais saudáveis. No setor da mineração, a IoT pode ser usada para analisar quais rochas devem ser explodidas, a quantidade de minerais esperada em cada local e a maneira mais eficaz de extrair cada material. Todas essas ações tem como objetivo trazer economia para as empresas.
Atualmente acredito que não usamos nem 10% de toda informação disponível. Imagine um futuro com todos esses dados analisados e utilizados para melhorar nossas vidas. Quando chegarmos lá, estaremos participando de uma verdadeira revolução non modo como vivemos. As plataformas de Internet das Coisas ainda vão evoluir muito. Sairá na frente quem já estiver preparado para essa nova realidade.
* por Redson Silva, diretor de Negócios da Hitachi Data Systems.