Por Edgard Bello*
O uso das aplicações de negócios baseadas na computação em nuvem deixou de ser uma incógnita no Brasil. O país se apresenta como um dos mais promissores mercados para a oferta de serviços e aplicações que rodam fora do ambiente de TI das empresas. O quesito segurança deixou de ser um dilema para os CIOs e gestores de TI porque as tecnologias de segurança e de encriptação das informações que transitam na rede estão, de fato, o estado da arte.
Por incrível que pareça, um dos segmentos que menos resistiram ao uso de aplicações em nuvem foram os gestores financeiros, o pessoal da área de controladoria e de finanças. Muito em função do avanço das aplicações de internet banking por eles usados e que são as mais seguras.
Antes do atual nível de utilização das aplicações de gestão financeira e de planejamento orçamentário na nuvem, tínhamos no mercado brasileiro um misto, uma combinação do uso de software instalado na rede corporativa com uma parte que rodava na internet. O único estresse percebido neste processo era verificado durante a instalação dos sistemas na rede. Com a computação em nuvem, o estresse fica por conta do provedor de soluções. Não mais com as equipes internas das empresas, que muitas vezes dispensavam boa parte dos recursos do projeto com a manutenção da sua infraestrutura de TI, aplicações e principalmente os cuidados com a segurança de acesso às informações, que com a velocidade do avanço da tecnologia é praticamente impossível adotar o que há de melhor em termos de segurança sem ter uma equipe full time dedicada à pesquisa e implementação, como dispõem os provedores de soluções na nuvem.
Hoje, ao lado das aplicações transacionais de gestão (ERP), relacionamento com clientes (CRM), cadeia de suprimentos (supply chain) que rodam em nuvem, as ferramentas de planejamento orçamentário (budgeting, forecasting e reporting) compõem um ecossistema que facilita o planejamento dos negócios através da computação em nuvem, dispensando os pesados investimentos em atualização da infraestrutura de TI e coloca os gestores em posição favorável para cuidar dos planos de orçamento e custos sem a tradicional dor de cabeça dos tempos em que as planilhas eletrônicas eram a única ferramenta existente para este tipo de tarefa.
O planejamento pela nuvem é facilitado a partir de um conjunto de funcionalidades nas aplicações que possibilitam que todos os departamentos e unidades de negócios de uma companhia, e também todas as empresas de um grupo empresarial, possam inserir seus dados no sistema de qualquer lugar. A partir de modelos pré-configurados, é possível agilizar o processo e verificar em tempo real a apuração do que foi planejado em comparação ao que foi orçado. Qualquer intervenção necessária para correção do rumo ficou mais fácil e ágil de fazer, e principalmente, sem a dependência de profissionais de TI ou consultores externos, como nos sistemas tradicionais.
Hoje é possível realizar planos de orçamentos entre companhias de um mesmo grupo empresarial, com modelos de negócios totalmente diferentes e independentes. A realização de estudos e planos de orçamentos para fusões e aquisições, principalmente em uma época em que a associação entre empresas vem crescendo muito nos últimos anos, também ficou facilitada com as aplicações em nuvem. Mais e mais recursos são adicionados e melhorados para este tipo de tarefa, colocando estas aplicações em posição de vantagem para oferecer aos gestores a capacidade de obter elevado nível de desempenho em seus planejamentos orçamentários.
Outra grande vantagem envolve os custos de TCO (Total cost of ownership) de uma aplicação de planning em nuvem: ela chega a ser 77% menor que soluções de CPM (corporate performance management) que utilizam a infraestrutura de TI do próprio cliente para a instalação e processamento da aplicação.
*Edgard Bello é CEO da ODE Peopleware, distribuidora da Adaptive Planning no Brasil