Artigo: Big Data é uma (r)evolução necessária para a indústria de viagens

Gustavo Murad*

É praticamente impossível para a indústria de viagem ignorar o potencial transformador do Big Data. Trata-se  da maior oportunidade dessa geração para as empresas do setor adotarem uma mudança na estrutura de dados e maximizarem seu uso, criando novas oportunidades de ofertas de produtos e serviços cada vez mais assertivos para públicos cada vez mais específicos. O Big Data oferece possibilidades para uma grande mudança em todas as companhias de viagem, capacitando-as para elevar tanto os negócios quanto a experiência de viagem. Assim como qualquer inovação geracional na tecnologia, as oportunidades chegam com potencial para grandes mudanças, o que traz muitos desafios – competitivos e criativos – para a indústria considerar. big data

Mas o que faz do Big Data um ideia tão poderosa? Primeiro, ele pode fornecer insights que ajudam a criar uma experiência mais inteligente de viagem do que jamais foi possível antes. O aproveitamento tanto de dados estruturados, quanto desestruturados, permite uma visão mais integrada do segmento. Isso oferece às companhias de viagens a oportunidade de melhorar os seus processos atuais, impulsionar a inovação e construir relações melhores com seus clientes.

No nosso mercado, a maioria dos players teve acesso a uma grande quantidade de dados por muitos anos. Todas as reservas de companhias aéreas, estadias em hotéis, aluguéis de carro e reserva de passagem de trem deixam um rastro de dados. Isso tudo se soma a centenas de terabites de dados estruturados de transações em bancos de dados convencionais. Entretanto, o Big Data não trata só do volume, mas também da variedade e da velocidade dos dados. Cada vez mais, os preparativos para viagens são discutidos online, em sites de ranqueamento e blogs, curtidas e não curtidas em redes sociais e reclamações e/ou elogios registrados no Atendimento ao Cliente. Os dados chegam a um ritmo muito mais rápido do que os dados estruturados tradicionais jamais vieram.

Além da velocidade, o Big Data vai demandar que a indústria encare também alguns outros desafios: a complexidade e conhecimento das novas tecnologias; apuração e direitos de uso dos dados; alinhamento dos negócios e de ofertas; além  da necessidade de especialistas em dados que consigam trabalhar as milhares de informações processadas e visualizar oportunidades. Estas serão questões-chave para serem enfrentadas se quisermos desbloquear o potencial de grandes volumes de dados.

O ponto é que, se a indústria de viagens quer utilizar de fato o Big Data, ela necessita adotar dados desestruturados em uma grande variedade de formatos, e dados que estão constantemente fluindo. Em outras palavras, a indústria deve converter dados desestruturados em um formato que possa ser analisado e depois re-analisá-los continuamente. Mais importante que tudo, ela deve tomar decisões e agir sobre os dados em tempo real. Esses passos já estão sendo seguidos no segmento online da indústria, como agências de viagens online, sites de pesquisa e algumas empresas de distribuição de informação de viagem.

O Big Data significa grandes oportunidades, não só agora, mas também nas próximas décadas. É natural que certos setores o vejam com alguma reserva, considerando que possa ser mais uma “palavra da moda” , todavia há que se pensar que o mesmo passou com o downsizing nos 80, a re-engenharia nos 90, da rede mundial (Internet) no final do século passado, aplicações para celulares recentemente e aí por diante... Para os que não querem perder o trem do Big Data, é essencial que as companhias invistam em pesquisa e em desenvolvimento de estratégia para a sua utilização. Implementar uma tecnologia e esperar que ela alcance os resultados sem desenhar uma estratégia de como aplicá-la para seu negócios é desperdiçar grandes oportunidades de alavancar  e  revolucionar a indústria como um todo.

*Gustavo Murad é diretor Regional de Tecnologia para Companhias Aéreas da Amadeus

 

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