Por Abílio Pettenazzi, Gerente de Estratégias e Soluções Cloud da Brasoftware
Quando falamos de dados, precisamos pensar no mercado e no que ele está passando. Nesse sentido, sabemos que um dos resultados da pandemia foi um enorme aumento no número de compras on-line, que, diferentemente das compras físicas, podem beneficiar empresas que fazem uso de insights para oferecer uma experiência mais personalizada e assim ter um melhor resultado de vendas. Se uma empresa não possui inteligência de dados para entender o comportamento do seu consumidor em uma compra realizada de forma digital, perde a oportunidade de envolvê-lo e de criar um ambiente que favoreça a aquisição de outros produtos ou serviços, seja no presente ou no futuro. Ela passa a ser só mais uma, no meio de vários sites que se diferenciam apenas por preço. Por isso, cada vez mais empresas estão preocupadas com o tema.
As notícias mostram que a venda on-line ganhou 13 milhões de novos clientes em 2020; ou seja, pessoas que fizeram uma compra pela internet pela primeira vez -- um crescimento de 29% em relação ao ano anterior e que tem perspectiva de aumentar ainda mais. Isso significa que a quantidade de dados gerados na internet cresce a cada dia, mas a maior parte das empresas ainda não tem o mais importante: a previsibilidade, a inteligência de dados capaz de mostrar o que precisa mudar, indicar como ter a melhor performance e atender melhor clientes internos e externos.
Alguns dos recursos mais modernos para combater essa deficiência é o uso de IA (Inteligência Artificial) e Machine LearningMas como isso funciona e como colocar em prática? Se uma empresa quer saber, por exemplo, a previsibilidade de uma saca de soja, a AI é capaz de cruzar dados antigos e novos sobre a média de venda nos mercados internacionais, taxa de dólar, volume de frete, entre outros para criar um diagnóstico que lhe permita saber o que esperar nos próximos períodos. No entanto, essa é uma evolução que ainda precisa acontecer. Hoje, quando uma pessoa acessa um site para fazer uma compra, a maioria deles sugere a aquisição de produtos similares. Ou seja, os sites não têm inteligência para analisar que, se o consumidor está comprando um shampoo feminino, eles podem oferecer um combo com condicionador e máscara de hidratação, por exemplo. O que acontece é eles oferecerem outro produto, às vezes da mesma marca, por não existir uma análise de comportamento do cliente.
Esse tipo de insight vai ser cada vez mais importante, mas a maioria das empresas ainda enfrentam dificuldades na busca por melhores oportunidades. Muitos dados são gerados durante o acesso do consumidor e eles precisam ser rapidamente processados. O processamento em nuvem pública é a melhor alternativa para quem busca o melhor custo-benefício, visto que é possível aumentar ou diminuir o espaço em cloud, de acordo com a necessidade de cada negócio. Pensando nisso, há modelos de AI pré-moldados voltados principalmente para pequenas e médias empresas.
Por fim, também se espera que os insights sejam um recurso cada vez mais usado na realidade aumentada. No metaverso isso já vem acontecendo, com empresas que realizam vendas a partir da análise do comportamento dos usuários. É uma tendência, no Brasil temos pouquíssimos exemplos, mas o crescimento desse mercado é enorme. Por isso, é preciso que as empresas reforcem os investimentos e a atenção para projetos de Big Data, que impactam diretamente seus consumidores. Apesar da curva de investimento inicial ser alta, os resultados para a marca são fundamentais para a conquista de mercado.