*Por Ana Cerqueira
A era dos negócios sociais chegou. Tecnologias tradicionalmente colaborativas centralizadas em documentos e textos não são mais suficientes para trazer inovação e produtividade às empresas. Hoje, organizações líderes estão fazendo dos softwares sociais corporativos uma parte estratégica de seus investimentos em TI para aprimorar a colaboração nos negócios.
Na década passada, mudanças no ambiente de trabalho deixaram ainda mais evidentes os benefícios das ferramentas de mídias sociais para as empresas. Primeiro, as expectativas evoluíram. Funcionários, clientes e parceiros passaram a fazer parte do mundo do instante, da comunicação em tempo real, onde o acesso imediato às pessoas e às informações de diferentes formatos é norma. Houve, além disso, uma evolução nas intranets corporativas, que passaram a ser usadas não só para armazenar informações, como também para conectar os indivíduos certos à informação certa.
A composição e o comportamento das equipes organizacionais também não são mais os mesmos. Há cerca de dez anos, os times eram pré-definidos com base na estrutura da empresa e suas localidades. Com a chegada da globalização, os colaboradores normalmente trabalham com pessoas de fora de seus times, ou de unidades de negócios totalmente diferentes, muitas vezes de outros continentes.
Tudo isso significa que novas maneiras de encontrar e agir sobre informações relevantes para os negócios são essenciais para manter e ampliar a produtividade. Mas as ferramentas tradicionais de colaboração muitas vezes não conseguem mais dar suporte adequado a esses novos ambientes e estilos de trabalho.
A boa notícia é que o mercado de TI está acompanhando essa tendência: uma nova categoria de softwares sociais corporativos apresentam potencial para revolucionar a forma como as pessoas, informações e comunidades se relacionam e interagem entre si no ambiente de trabalho.
Algumas aplicações já disponíveis possibilitam às empresas monitorar o que está sendo dito sobre elas no domínio público e responder a comentários negativos ou feedbacks. Assim, é possível alcançar os clientes em tempo real, por meio das mesmas redes sociais que eles estão usando para se comunicar, aprimorando o serviço e a lealdade do consumidor. Além de aproximar a empresa dos seus clientes, essas ferramentas podem ser usadas, por exemplo, para gerenciar problemas em produtos – fato que potencialmente arranharia a imagem da organização.
Até estarem em contato com ferramentas de mídias sociais em ação, muitos tomadores de decisões de negócios eram céticos de que elas poderiam resultar em ganhos de produtividade. Entretanto, quando usadas devidamente, os benefícios que elas agregam têm se mostrado convincentes. Antes do advento dessas mídias, tradicionalmente, os esforços desses executivos para obter visibilidade, informações ou feedbacks de colegas ou sócios estavam limitados às pessoas com que eles mantinham uma relação mais próxima, mas isso mudou. Colaboradores podem compartilhar conteúdo, trocar expertises locais e dividir conhecimento com seus parceiros em qualquer lugar do mundo.
É importante ter em mente que as mídias sociais nos negócios vão muito além de blogs e wikis, elas incluem streaming de vídeo e conferências, espaços para times e conferências via web. Por isso, quem deseja investir em plataformas de mídias sociais, precisa olhar com calma para sua infraestrutura de legados e considerar se ela está equipada para atender os requisitos tecnológicos que essas soluções requerem. Isso irá assegurar que a base técnica está pronta para suportar as demandas que uma solução desse tipo necessita. Os gerentes de TI devem ainda olhar com atenção para a otimização de WAN e para o gerenciamento de banda - processos que vão permitir que o tráfego seja priorizado, possibilitando acesso às aplicações consideradas mais importantes.
Por sorte, muitas das mais populares ferramentas empresariais do mercado contam com capacidades avançadas de gerar relatórios que proporcionam aos líderes de TI a visibilidade de como os empregados estão usando as mídias sociais, e também sobre quais aspectos da solução são mais ou menos populares. Isso coloca a TI em uma posição de planejar melhorias na rede de forma proativa.
Todos esses aspectos me fazem concluir que possibilitar uma colaboração rica e fluída não é apenas um objetivo de negócios, é fundamental para permanecer competitivo. O investimento nas mídias sociais traz aos times de liderança a oportunidade de caminhar rumo a uma organização mais ágil e conectada em rede. Aqueles que ignorarem essa tendência deixarão escapar uma oportunidade de enriquecimento e aumento da produtividade.
*Ana Cerqueira é diretora comercial da Dimension Data Brasil.