Inteligência Artificial e automação podem concentrar oportunidades para profissionais neuroatípicos

Inteligência Artificial e automação podem concentrar oportunidades para profissionais neuroatípicos

Equipes com profissionais neuroatípicos, ou neurodiversos, podem ser 30% mais produtivas e mais confiantes do que times homogêneos, sem estes perfis, afirma pesquisa da consultoria global Deloitte.  O banco JPMorgan Chase, uma das maiores empresas de serviços financeiros do mundo, atesta que seus profissionais no espectro autista, contratados por meio de programa específico, são de 90% a 140% mais produtivos em funções de tecnologia do que colaboradores neurotípicos com cinco ou até dez anos de casa. Nos Estados Unidos, startups do setor tech vêm considerando a neurodiversidade uma espécie de valor para atividades que envolvem inteligência artificial (IA).  “Estes são apenas alguns exemplos que vão ao encontro da demanda global por mais inclusão e diversidade no trabalho, e que sugerem o mercado da IA e automação como um celeiro de oportunidades para isso, quando o tema é também a neurodiversidade”, diz Edgar Garcia, Vice-Presidente da UiPath para a América Latina. 

A UiPath é líder em software de automação empresarial e recentemente ampliou sua parceria com a organização norte-americana Autonomyworks, que insere pessoas com autismo no mercado de trabalho, para identificar tarefas e funções da automação e IA que mais se beneficiam dos pontos fortes que esses profissionais podem trazer ao universo corporativo. Por meio do programa piloto realizado com a Dentsu, companhia global de comunicação e marketing, que absorveu profissionais assessorados pela Autonomyworks, o projeto atestou que colaboradores no espectro autista foram 150% mais produtivos em funções como a rotulagem de dados de inteligência artificial e treinamento de modelos na tecnologia, quando comparados a talentos neurotípicos.   

“As habilidades e perspectivas únicas dos indivíduos nestes perfis, como a forte atenção aos detalhes, o que é inestimável para tarefas como a limpeza de dados, e a alta capacidade de identificar padrões sutis e de manter o foco, podem impulsionar a inovação, a criatividade, o respeito e a celebração das diferenças dentro dos times. Vimos isso em primeiramão no nosso projeto com a Autonomyworks, que trabalha para incluir pessoas com autismo no universo corporativo”, diz Cecile Arsan, gerente de operações de vendas e fundadora do Conselho de Unidade de Pessoas da Neurodiversidade UiPath, cujo objetivo é educar e construir uma comunidade segura e solidária para o desenvolvimento e emprego de talentos neuroatípicos dentro e fora da empresa. 

No Brasil, segundo o IBGE, estima-se que 85% das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) estejam fora do mercado de trabalho. É praticamente o mesmo índice dos EUA. “O projeto da UiPath e Autonomyworks pode fazer refletir e inspirar a inclusão dessa parcela da população em atividades do setor da tecnologia e inteligência artificial em nosso país. Isso contribui para uma cultura organizacional mais inclinada à diversidade”, opina Edgar.

Segundo ele, incluir perspectivas plurais não apenas nas operações, mas durante o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial é essencial à construção da IA ética e inclusiva. “As pessoas neurodiversas têm um papel transformador aqui. Além de trazerem habilidades valiosas à mesa, elas podem ajudar a garantir que os aplicativos de inteligência artificial tenham menos vieses e atendam uma gama mais ampla de usuários. E isto é muito importante”, diz Edgar. 

Como resultado das pesquisas realizadas, a UiPath formalizou o acordo que capacitará a Autonomyworks a treinar modelos de IA tanto internamente quanto para clientes da empresa. Atualmente, a UiPath atende a mais de 10 mil organizações de diferentes setores, em diversos países, incluindo o Brasil. “Queremos escalar essa experiência e contribuir com a inclusão por meio da tecnologia”, diz Edgar.

Imagem ipopba

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