Por Mauricio Salvador, presidente da ABComm
Dados são cada vez mais valiosos para os fraudadores. Quando se fala de e-commerce, segurança nunca é demais. O tema é centro de debate nos últimos meses, em especial, após a repercussão nacional do incidente com as Lojas Americanas, que identificou um acesso não reconhecido. Os sites do grupo caíram por alguns dias com prejuízo de pelo menos R$ 3,5 bilhões. Outro caso parecido aconteceu com o Mercado Livre, quando dados de aproximadamente 300 mil usuários foram indevidamente acessados.
Em uma sociedade sempre mais digitalizada, em que o comércio on-line mundial deve crescer 55,3% nos próximos três anos, muito se fala dos cuidados, investimentos e estratégias que os empreendedores precisam colocar em prática. Aplicar em tecnologia de segurança é uma alternativa cada vez mais adotada pelas empresas, mas as instituições financeiras também têm papel fundamental nessa dinâmica.
É importante que bancos e outras organizações do setor se tornem protagonistas nessa luta contra fraudes. Uma ação indicada é apostar na comunicação e difusão de informações com os clientes. Campanhas de prevenção de golpes, que envolvem dicas sobre cuidados na hora de efetuar pagamentos, podem surtir efeitos importantes para usuários e vendedores.
Outras ações, como ampliar a segurança de boletos para evitar fraudes e oferecer às lojas virtuais funcionalidades para facilitar as compras, também podem revolucionar a perda de vendas na página de check-out, por exemplo. Se a instituição investe em boa comunicação visual e sistemas intuitivos, de forma geral, diminuirá expressivamente o abandono de carrinhos.
A segurança precisa ser encarada como uma empreitada coletiva. Quanto mais agentes do mercado se engajarem nessa questão, maiores serão as barreiras contragolpes e melhores serão os estímulos para aquecer o segmento de vendas on-line.