Por Marcelo Araújo, Diretor Comercial na Ebox Digital.
O mercado de fundos de investimento no Brasil vive um momento marcante com a implementação da Resolução CVM 175/22, considerada o terceiro maior marco na indústria de fundos. Esse importante avanço regulatório reforça a posição da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como órgão regulador desse setor. Em 2014, a Instrução CVM 555/14 trouxe regulamentações essenciais para os Fundos de Investimento Financeiros (FIFs), vigentes até hoje.
No final de 2022, a CVM publicou a Resolução 175, que substituirá 38 normas anteriores. O objetivo dessa iniciativa é promover mais segurança, modernização, transparência e acesso a produtos para os investidores, além de estimular inovações na indústria de fundos. Todas essas mudanças que a resolução promove, entrará em vigor em 02 de outubro de 2023, após sofrer uma prorrogação.
A Resolução introduzirá mudanças significativas nas responsabilidades dos gestores de fundos, visando melhor adequação dos riscos entre os participantes do mercado. Agora, os gestores têm uma responsabilidade ampliada e um papel mais ativo na gestão de riscos, o que implica em análises mais profundas, avaliações criteriosas e medidas eficazes para mitigar riscos relacionados aos investimentos dos fundos.
As principais alterações entre a CVM 555/14 e a nova CVM 175/22 incluem a responsabilidade dos cotistas, a segregação de classes e subclasses e o equilíbrio de responsabilidades. Essas mudanças têm o propósito de fortalecer a gestão de fundos e a proteção dos investidores, elevando os padrões de governança e controle.
Nesse cenário de transformação e exigências mais rigorosas, a tecnologia emerge como uma aliada indispensável para todos os envolvidos na gestão de fundos de investimento, incluindo gestores, distribuidores, custodiantes e administradores. O avanço tecnológico proporciona uma gama de soluções e ferramentas que podem aprimorar a eficiência, transparência e segurança das operações no setor, incluindo a proteção de documentos.
A Resolução ainda permite a substituição de documentos originais por imagens digitalizadas, desde que o processo esteja em conformidade com as regulamentações pertinentes. Isso simplifica o compartilhamento de informações entre as partes envolvidas, eliminando a necessidade de manter documentos físicos, que estão sujeitos a perdas, rasuras e danos externos. A tecnologia não só acelera o processo, mas também fortalece a segurança desses dados.
Vamos viver uma nova era para o mercado de fundos de investimento, com foco na responsabilidade e transparência. Nesse contexto, a digitalização de documentos desempenha um papel fundamental na modernização e agilização das operações, garantindo maior segurança e eficiência. À medida que o mercado se adapta a essas mudanças, a indústria de fundos se torna mais robusta e confiável para investidores e participantes, impulsionando o crescimento e o desenvolvimento contínuo desse setor essencial da economia brasileira.