Os famosos “bots” - robô em inglês - são programados para imitar ações humanas e projetados para responder a comandos pré-definidos. Entretanto, a tecnologia por trás dos bots não está sendo utilizada somente para automação positiva, como em áreas de atendimento que geram interação em sites, redes sociais e no comércio eletrônico. Eles também podem ser protagonistas de transações e compras online fraudulentas que resultam em prejuízos para os negócios.
No Brasil, por exemplo, a Signifyd - empresa global de combate a fraudes no e-commerce - identificou picos de ataques com uso de bots em fevereiro (156% mais ataques do que em janeiro) e em maio (137% mais ataques do que em abril), dois meses importantes para o varejo devido ao Carnaval e ao Dia das Mães. A empresa ainda observou que o segundo trimestre registrou um aumento de 85% nos ataques fraudulentos com uso de bots no país, comparado com o trimestre anterior.
Embora esteja posicionado como o maior mercado do comércio eletrônico na América Latina, quanto à oscilação nas fraudes com bots, o Brasil ficou atrás do México, país em que viu um aumento de 200% entre um trimestre e outro. Isso porque, no segundo trimestre, acontecem datas importantes para o e-commerce nesse país, como a Hot Sale (9 dias de ofertas exclusivamente online), além do Dia das Mães e do Dia dos Pais, que os mexicanos comemoram em Maio e Junho, respectivamente.
“Embora possamos esperar ver mais fraudes em temporadas altas, os ataques com uso de bots são de certa forma imprevisíveis e podem acontecer a qualquer momento. Quando estes ataques automatizados são desencadeados, eles surgem de forma rápida e sucessiva, o que contribui para que gerem prejuízos significativos para os e-commerces”, explica Gabriel Vecchia, Diretor Comercial da Signifyd no Brasil.
A Signifyd atua para combater fraudes e proteger a lucratividade dos e-commerces com tecnologia, análises em tempo real e previsão de danos. A empresa aponta alguns pontos e fatores de riscos em que o uso de bots são utilizados pelos fraudadores e merecem atenção.
- Roubo de dados: para enganar os destinatários e obter informações confidenciais como números de cartão de crédito, senhas, informações bancárias, endereço, entre outras informações pessoais que são utilizadas para fraude financeira.
- Fraude de pagamento: os bots são utilizados para testar informação roubada de cartão de crédito de forma rápida e sucessiva até que a transação seja aprovada e a fraude concluída.
- Esgotamento antecipado de estoque: robôs programados para comprar o estoque dos produtos de alta demanda ou valores promocionais assim que estão disponíveis. Dessa forma, compradores reais ficam sem a possibilidade de adquirir o produto desejado. Posteriormente, os produtos são revendidos pelos fraudadores por valores abaixo/acima do mercado.
“Se a tecnologia e a automação também estão sendo usadas para causar vulnerabilidades, uma defesa que não utilize a mesma técnica certamente será ineficiente. Para se proteger - e proteger suas receitas - é importante que o comércio eletrônico se blinde contra essas ações com tecnologia capaz de evoluir no mesmo ritmo em que a fraude eletrônica evolui”, afirma Gabriel Vecchia. “Um ataque com uso de bots é rápido e sequencial e pode gerar grandes perdas financeiras e um curto espaço de tempo”.