Contribuição da Ciência da Informação para os processos de inovação

Contribuição da Ciência da Informação para os processos de inovação

Recentemente participei de uma atividade de “Design Co criado” em um evento sobre Inovação de nosso cliente Klabin. Nesta atividade, o facilitador fez uma fala introdutória e uma de suas frases ficou gravada em minha cabeça (e em meu coração =)):

“O conhecimento gerado até aqui é suficiente para resolver todos os problemas da humanidade, o que precisamos agora é COMBINAR estes conhecimentos”

Ou seja, tem TUDO A VER com os PROCESSOS DE INOVAÇÃO e da diversidade que é tão importante para pensar sobre a solução de problemas e oportunidades de melhoria nas empresas (e no mundo, e na minha casa e na sua…)

Não é de hoje que eu tenho observado que o mercado está sedento pelo conhecimento da Ciência da Informação para poder INOVAR. Para nós, que somos profissionais da área, pode parecer o básico e o óbvio, mas nossa visão estruturada para enxergar os insumos de informação, mapeá-los, organizá-los, ordená-los, agrupá-los, padronizá-los, identificá-los (etc…) se faz mais necessária do que NUNCA. É só pensar na robotização e na inteligência artificial, temas em voga. Empresas estão em busca destes recursos e eles estão sendo desenvolvidos a todo o vapor! Mas, para implantá-los, é preciso “adestrar” estes recursos… ensiná-los! E como será possível ensinar sem antes entender os processos? Sem antes mapeá-los? Padronizá-los? Estruturá-los?

A Ciência da Informação trabalha com isso há muiiiiito tempo… vamos retomar aqui as fichas catalográficas regidas pelo padrão AACR2 (Código de catalogação Anglo-Americano). As informações nas fichas são dispostas de forma padrão, separadas por pontuações padrão, então, é possível identificar os metadados que nela constam, mesmo que não tenhamos conhecimento do idioma ali registrado. Vejam estas imagens que eu incluí na minha tese de mestrado, defendida em 2004:

E a biblioteconomia foi além da representação padrão descrita, pensou também em como fazer com que o computador entendesse esta catalogação, rotulando os campos com TAGs, através do padrão MARC-21 (Machine Readable Cataloging – Catalogação Legível por MÁQUINA). Vejam a mesma ficha catalográfica representada em um registro ISO 2709 no padrão MARC:

000 00700nam 22002295a 450 001 12477122 005 20010719174155.0 008 010719s2001 nyu 0000 por 906 __ |a 0 |b ibc |c orignew |d 2 |e epcn |f 20 |g y-gencatlg 955 __ |a pc14 2001-07-19010 __ |a 2001093963 020 __ |a 0694015881 040 __ |a DLC |c DLC 042 __ |a pcc 100 1_ |aPorter, Eleanor H.. 245 10 |a Polyanna moça / |c Eleanor H. Porter ; tradução de Monteiro Lobato. 250 __ |a 1st ed. 260 __ |a São Paulo : |b Ed. Nacional, |c 1947. 263 __ |a 0105 300 __ |a 253p. ; |c 19cm. 440 _0 |a Biblioteca das Moças

O uso destes padrões possibilitou redes de catalogação cooperativa entre bibliotecas, ou seja, um mesmo livro não precisa mais ser catalogado e recadastrado nas diversas bibliotecas. É possível acessar estas redes de catalogação e importar um registro bibliográfico pronto e trazer para a base de dados da biblioteca, DESDE QUE, o software utilizado por ela trabalhe dentro destes padrões… e te digo que a maioria trabalha, porque na área da Ciência da Informação, o uso de padrões é uma CULTURA, corre no nosso sangue. Pense comigo, isto reflete na produtividade e na qualidade dos registros catalográficos.

Há muito tempo pensamos em construção de vocabulários controlados, em separar e indexar a informação nas menores partículas possíveis: os dados… pensamos em semânticas, taxonomias, NO USUÁRIO! Experiência do usuário (UX)? Pensamos nisso desde sempre… em como o usuário vai tentar encontrar e em como ele vai consumir uma informação: quando, como, onde, porquê? Direcionamos todas os nossos métodos de tratamento da informação para esta finalidade, ou seja, sempre cuidamos da experiência do usuário.

Através do seu foco na informação e no usuário, a Ciência da Informação oferece uma IMENSA CONTRIBUIÇÃO para qualquer processo de inovação dentro das empresas! É só parar para pensar que todos os processos são permeados pela produção de informação e que os desafios da inovação implicam no recebimento e entendimento destas informações pelas pessoas e agora também pela tecnologia, pelas máquinas, pelos computadores e pelos algoritmos.

Fale conosco sobre seus projetos de INOVAÇÃO. Vamos construir juntos!

 

[author] [author_image timthumb='on']https://docmanagement.com.br/wp-content/uploads/2017/04/thumbnail-camila-vila-verde.png[/author_image] [author_info]Camila Vila Verde

Especialista em Organização e Gestão Eletrônica de Documentos e Informações empresariais para ENGENHARIA e INDÚSTRIA. Sócia Consultora da Doc Expert[/author_info] [/author]

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