Um Show sem precedentes

Principal encontro sobre Enterprise Content Management (ECM) na América Latina, em sua 1ª edição o ECM Show 2010 reuniu cerca de 1.500 participantes das maiores empresas do Brasil, 31 patrocinadores, mais de 50 palestras e 18 horas de conteúdo., de 28 a 29 de setembro, no Sheraton WTC, em São Paulo/SP. 

[private] O futuro está na informação. Essa bem poderia ser a premissa que deve nortear as decisões corporativas, após a realização do ECMShow 2010. Em dois dias de intenso conteúdo, CEO´s. CIO´s, CTO´s, CFO´s, gestores de grandes empresas públicas e privadas do cenário nacional, estiveram em São Paulo, no Sheraton WTC, para discutir juntamente com palestrantes nacionais e internacionais, as principais tendências e tecnologias do Enterprise Content Managment (ECM).

No auditório principal estiveram 450 executivos C Level de vários segmentos de atuação da economia, que ao lado de keynotes puderam participar de uma discussão ampla e estratégica com vistas às várias interfaces do ECM nos negócios.

Entre os keynotes convidados contamos com a presença de  Atle Skjekkeland, vice-presidente da AIIM; Alan Pelz-Sharpe – analista internacional do mercado de ECM do The Real Story Group; Eugene Roman – Chief of Technology Officer da Open Text: Donald Feinberg vice-presidente de pesquisas do Gartner; David Caldeira executivo de marketing de produtos e gerenciamento de conteúdo da IBM e John Capurso, vice-presidente de marketing da Visioneer parceria da Xerox,  entre outros

Ainda fez parte da agenda do auditório principal o talk-show com moderação de Walter Koch, especialista e consultor do mercado de ECM que debateu com os convidados: José Antonio Galves, consultor; Sérgio Falcão, da Câmara dos Deputados e Érico Torres VP da área de documentação da Construtora Andrade Gutierrez, - Os Fatores críticos para implantação de projetos de ECM.  Outro talk-show bastante concorrido foi o moderado pelo professor Gustavo Mirapalheta, Diretor da FAAP que conduziu o debate sobre a Legalidade dos Documentos Digitais com os advogados Patrícia Peck e Renato Ópice Blum, além do tabelião  e professor Angelo Volpi.

Encerrando as atividades no grande auditório o último talk-show com a moderação do jornalista  Heródoto Barbeiro, teve como convidados o diretor-presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew e o Diretor de Sustentabilidade do Grupo Itautec, João Carlos Redondo que falaram sobre o tema Sustentabilidade no Mundo Corporativo.

Nas salas de ShowCase, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar na prática,  os mais diferentes estudos de caso, implantação de projetos e desenvolvimento de ferramentas de ECM (veja cobertura nesta edição).  A exposição simultânea contou com a presença de relevantes empresas do setor, com seus mais recentes lançamentos (veja também nesta edição o UP Front especial ECMShow).

O evento procurou trazer uma agenda estruturada e diferenciada que permitiu que os cerca de 1 500 participantes interagissem e usufruíssem dos benefícios mais adequados aos negócios, por meio dessa mescla de conteúdo e oportunidade e networking.

Tendências

Abrindo o primeiro dia, o diretor-presidente da Guia Business Media, Eduardo David saldou os participantes, agradeceu aos patrocinadores e membros do comitê de conteúdo que auxiliaram na preparação do ECMShow 2010 e fez uma breve análise do mercado brasileiro de ECM hoje.

“Num mundo onde as informações são criadas e compartilhadas globalmente em volume e velocidade, cada vez mais surpreendentes, o grande desafio que se coloca, é saber como gerenciá-las e transformá-las em valor para as tomadas de decisões nos negócios. Daí a importância de um evento desta natureza”, ressaltou Eduardo David.

Logo após a abertura oficial, o primeiro palestrante internacional e convidado especial do evento Atle Skjekkeland, vice–presidente da AIIM, abriu a seção do auditório com a palestra “O Futuro da Informação: O Estado da Arte na Indústria do ECM”.

Skjekkeland fez um raio-x da indústria global do ECM que avança em todo o planeta, e identificou as principais razões pelas quais as empresas precisam de uma estratégia para gestão da informação, balizando estes dados em recentes pesquisas publicadas pela entidade.

Ele destacou os oito principais focos de atenção que são: a  sobrecarga de informações; a computação onipresente; o hipe das redes sociais; os efeitos da colaboração sem governança ; a era da simplicidade; a próxima tendência de apidezalidade; as soluções inteligentes  e a crescente falta de gerenciamento de riscos..

Sobre o ECMShow, Skjekkeland afirmou: “Não se trata de um evento de tecnologia. Essa é uma oportunidade para educar pessoas e organizações não somente sobre algumas estratégias de gestão de conteúdo, mas ampliar  conhecimentos de como proceder, como entender o universo da gestão de informação. Eu estou extremamente impressionado com a organização do evento. Minha expectativa é que um evento como esse não seja realizado apenas em São Paulo, mas em toda a região [América Latina].”, afirmou.

Na apideza, o analista emérito e VP para América Latina do Gartner, Donald Feinberg fez um análise das boas práticas que o mercado deveria seguir e os principais fornecedores referência desse mercado.

Segundo Feinberg, muitos projetos de ECM falham mesmo antes de decolar. Ele apontou como principal erro dos clientes ,  deixarem de levar em conta o quão profunda é a mudança no trabalho dos usuários que as práticas do sistema de gerenciamento de conteúdo impõe.

“ECM é uma estratégia, uma arquitetura e um conjunto de tecnologias que as organizações devem avaliar e implantar

para gerir conteúdos não-estruturados. ECM pode ser um investimento estratégico para as empresas, e o modo como encaram a sobrevivência e a competição de suas empresas, em uma economia incerta.”, salientou o analista,  Para ele, a estratégia pode  aumentar  a eficiência dos processos de negócios e os esforços de conformidade, bem como

gestão colaborativa da informação. “Ter uma estratégia global, ao invés de

uma abordagem departamental típica e antiga, também permitirá que as corporações possam otimizar seus custos”, aconselhou Feinberg.  As pesquisas do Gartner na área

demonstram de forma consistente que a maioria das companhias sofre com custos redundantes por causa da sobreposição de sistemas de ECM. Conforme explicou, com a eliminação, pelo menos, dois repositórios e consolidação de seu conteúdo,   as empresas podem economizar com custos de manutenção, custos de armazenamento e infraestrutura e apoio operacional para estes sistemas.

Nos primeiros 100 dias, ressaltou Feinberg, o sucesso de sua iniciativa de ECM dependerá de dois aspectos complementares e distintos: o desenvolvimento de uma estratégia de longo prazo em  ECM e demonstrar os progressos realizados pela iniciativa. “Traduzindo a visão do ECM em etapas lógicas necessárias habilidades em programação, análise das partes interessadas, as comunicações e definindo expectativa.

“A América Latina está começando a crescer, quando o assunto é gerenciamento e tecnologia da informação, em geral. A América Latina é o segundo maior continente do mundo e está crescendo em TI. Especialmente no Brasil, tem havido um investimento muito grande nessa área desde 2009. Entre 2009 e 2010 o país cresceu cerca de 4 a 5% em tecnologia da informação e projetos semelhantes. E é natural que isso ocorra, já que o gerenciamento de documentos e  informações corresponde a 80% de uma corporação.” , concluiu o analista sênior do Gartner.

O ROI e os novos patamares do ECM

Alan Pelz-Sharpe, diretor e principal analista do The Real Story Group, foi outro convidado especial que introduziu um tema bastante instigante para a apidez de executivos.  “Ao Iniciar um projeto de ECM,  também temos que levar em conta que estamos arcando com grande compromisso, e  um grande desafio.  O ECM pode proporcionar benefícios, ou seja rentabilidade, muito reais e mensuráveis. No entanto, a realidade é que muitas vezes, as argumentações feitas por aqueles que vendem soluções de ECM podem ser super dimensionadas e enganosas.”, explicou o analista.  Ao adotar uma abordagem sensata para o cálculo dos custos e benefícios reais, os projetos e a escolha das ferramentas adequadas podem se transformar rapidamente em lucro de forma muito prática.

Para o analista, sua experiência durante o evento  foi uma demonstração da maturidade do mercado brasileiro, em relação há anos passados. “Um evento como esse é de extrema importância. Estive aqui há cerca de 10 anos e é impressionante o que as pessoas aprenderam sobre gestão de conteúdo nesse período. O assunto tornou-se comum. Naquela época, apresentei uma palestra sobre ECM e, sinceramente, o público parecia não saber sobre o que estávamos discutindo, e não porque eu falava em inglês. E agora estou impressionado. Vejo pessoas comentando sobre gerenciamento de conteúdo com fundamento. É fantástico ver todos conversando juntos, discutindo, planejando e entendendo o mercado de gestão de conteúdos corporativos. Há dez anos, o ECM era discutido apenas como “scanning, imaging e capture” e agora a discussão é sobre a estrutura da tecnologia. Se me perguntarem se eu tinha esperança que isso fosse acontecer? Devo dizer que sim, eu esperava isso. Minha expectativa é que o Brasil continue a incentivar a discussão do ECM e que torne-se uma referência mundial, como os Estados Unidos e outros países.”

“A informação está fora de controle, resultando em desperdício, falta de precisão e um elevado volume de oportunidades perdidas”, sentenciou David Caldeira, executivo de Marketing de Produto e Gerenciamento de Conteúdo Corporativo da IBM. Segundo ele, as empresas estão lidando com mais informações do que nunca, mas ao mesmo tempo, sabem que não estão mantendo o apid correto. Por isso, estão disponíveis mais informações, e as organizações ainda não estão otimizando o uso da informação para compreender o comportamento passado e atual e assim planejar o futuro. “Um percentual muito pequeno deste montante de informações está sendo efetivamente digitalizado e conseguem ser analisadas e disponibilizadas às pessoas que precisam ele”, reforçou.

Sua apresentação discutiu como as empresas líderes e os governos estão mudando para um novo patamar em sua capacidade de gerir e difundir a informação, permitindo que se façam análises para gerar conhecimento, prever riscos e oportunidades, além de  conduzir os negócios com apidez e tomar decisões mais  inteligentes. “Nesse processo incluem-se as  informações de todos os tipos: estruturadas ou não, fixas e dinâmicas, e cada vez mais, informações que são gerenciados e fora do controle da organização”, afirmou Caldeira.  Ele lembrou que a explosão de dados é um desafio, mas também uma oportunidades para as corporações e organizações governamentais. 

Em resumo o especialista da IBM, argumentou como Enterprise Content Management se encaixa na estratégia global de Enterprise Information Management  que é um fator crítico para ajudar as organizações à alcançarem resultados de negócios mais inteligentes.

Eugene Roman, CTO da OpenText abriu sua palestra, O Valor das Mídias Sociais e da Mobilidade Frente ao Desafio da Infraestrutura” com uma referência ao termo “Aldeia Global” cunhado por Marshall McLuhan, da Universidade de Toronto, em 1963, para descrever como o mundo está conectado, e pode ser apenas uma aldeia para a tecnologia. Para o especialista, a tecnologia não é apenas uma ferramenta utilizada para uma necessidade ou problema específico. É uma forma de melhorar os negócios, sua produtividade e, mais, é um modo de vida. “Sem ela ninguém emite uma nota fiscal, não pode fazer um caminhão rodar, ou mesmo fazer uma ligação telefônica em banda larga, por exemplo”.

Para o CTO da OpenText, o futuro da TI está todo centrado na rede de negócios e tudo depende de como se vai optar por desenvolvê-lo. “Pode-se possuí-lo ou compartilhá-lo, mas o que vem depois? Eu acredito que está-se caminhando para um mundo, cada vez mais centrado na rede de negócios. Creio que a era da computação é longa. Há um tempo atrás,  cunhei o termo “netputing”, pois rede de negócios é mais importante que a computação. Estamos profundamente imersos nesse mundo”, ressaltou o expert.

Os meios de comunicação social e da mobilidade, enfrentam, de outro lado, problemas de infraestrutura. A inovação está ai e permite rápido acesso ao conhecimento, e é uma realidade, já que as fronteiras geográficas estão caindo. “Esse é apenas um dos benefícios dos meios de comunicação e da mobilidade que experimentamos, enquanto que as questões de infraestrutura deverão aumentar e  há ainda um longo caminho a ser construído”, finalizou o executivo.

Como reduzir custos com ECM, foi o tema apresentado pelo consultor e especialista Walter Koch que apresentou o tema substituindo Pamela Doyle, da Fujitsu. Na apresentação, o especialista mostrou que o ECM desempenha um papel importante nesta época de mudanças em que as organizações buscam maneiras de diminuir custos e formas de estar em conformidade com as regulamentações, como meio de otimizarem processos de negócios e reduzirem seus custos operacionais.

O professor e consultor da PricewaterhouseCoopers, Antonio Gesteira, falou sobre um novo conceito que estará permeando as prioridades das grandes organizações o e-Discovery. Estar em conformidade com as regulamentações internacionais e poder rastrear e comprovar as informações dentro das organizações está se tornando uma exigência nas cortes de todo o mundo. “No Brasil ainda estamos experimentando os primeiros passos em e-Discovery, mas é uma questão de tempo para que estejamos aderentes, pois a relações com empresas globalizadas esta na pauta diária dos negócios“, comentou o especialista. Nos últimos anos, as corporações começaram a entender um pouco melhor a importância das ferramentas tecnológicas para a implantação da gestão de conteúdo corporativo adequado e eficaz, que resulte em melhor produtividade e competitividade e com menores custos, entre outros benefícios.Voltado à busca de informações eletrônicas para respaldo a ações judiciais, o e-Discovery promove, de forma simples e eficiente, o gerenciamento de informações eletrônicas requeridas por advogados durante o curso de ações judiciais. 

Talk-Shows: movimentando - Os congressistas

Walter Koch, também moderou o primeiro dos três talk-shows do Congresso: “Fatores Críticos na Implantação de Projetos de ECM” e teve como convidados: Sergio Falcão, diretor de documentação da Câmara dos Deputados, e Érico Torres, vice-presidente da área de documentação da Construtora Andrade Gutierrez. São muitos os fatores críticos que desafiam a implantação de projetos de ECM. Eles envolvem desde questões legais, infraestrutura até fatores comportamentais. “As empresas, definitivamente, estão mudando a forma de trabalhar. Entretanto, o ser humano, por natureza, resiste a mudanças.”, afirmou Koch.

O professor Gustavo Mirapalheta, diretor da FAAP moderou o concorrido painel “Papel X Digital - A Legalidade dos Documentos Digitais” que teve como convidados especiais o tabelião Ângelo Volpi e os advogados especialistas em Direito Digital, Patrícia Peck e Renato Ópice Blum. “Sem uma legislação específica, o que se deve considerar como válido em termos de documentos digitalizados? O que e quando descartar os originais em papel? A certificação digital é válida para todos os tipos de documentos? Essas foram as principais questões abordadas no painel e que constituem as principais demandas das empresas hoje sobre a legalidade dos documentos”, indicou o moderador do painel.

Capitaneado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, o painel de encerramento do ECMShow 2010 mostrou por meio da experiência do Diretor-presidente do Instituto Ethos de Responsabilidade Social,  Oded Grajew e o Diretor de Sustentabilidade do Grupo Itautec João Carlos  Redondo.

Cada um dos participantes ressaltou a importância e o quanto as ações de sustentabilidade impactam na área financeira das empresas.

“Pequenas ações isoladas podem se transformar em grandes fontes de arrecadação de recursos e impactar o meio ambiente”, destacou, João Carlos Redondo.

Para o fundador e presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, “ Hoje existe um entendimento do conceito de responsabilidade social que já foi assimilado pelas empresas. A relação com a comunidade, até por motivos históricos e peculiaridades à realidade social brasileira, está mais evoluída. O que falta para muitas empresas é assumir a responsabilidade social como visão estratégica de negócios, comandada pelo principal executivo e utilizando instrumentos de gestão que possam mensurar, planejar e avaliar o estágio de responsabilidade social na empresa”, reforçou

Com um público superior ao esperado, o evento ultrapassou as expectativas dos organizadores e tende a ser o principal evento de gerenciamento de conteúdo corporativo do Brasil e da América Latina. Dada a procura dos participantes pelo conteúdo do ECM Show, ganhará mais duas edições em 2011, além de São Paulo.

Os profissionais de gestão da informação do Rio de Janeiro e do Distrito Federal terão a oportunidade de trocar informações e conhecimentos com os principais players do mercado nacional e internacional. A realização nas duas cidades criará novas oportunidades de negócios às empresas e aos fornecedores locais. O modelo do congresso deverá seguir o mesmo adotado na capital paulista. [/private]

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